Bloco 3. Bar da Yola fechou e a saudade entre nós ficou. No canto esquerdo era o lugar preferido do professor Rui Bibito, ele gostava sentar-se, com uma Coca-Cola, a apreciar as conversas do dia-a-dia quando a noite tomava conta da sorte.
Na adolescência, a escola tornou-se o meu laboratório pessoal de descobertas. Fascinava-me a capacidade de aplicar lógica e razão para explicar fenómenos do mundo, uma extensão do que via em casa com a transformação consciente de materiais e cuidados no lar. No entanto, foi na Universidade, em Angola, que a minha busca pelo conhecimento assumiu uma nova dimensão
Em 1979, Henry Kissinger, um cidadão americano de origem alemã, já era uma figura importante na vida pública norte-americana, tendo-se notabilizado como ideólogo da política externa dos Estados Unidos da América, no contexto da Guerra Fria, durante a década de 70 do século XX. A propósito do que a ideologia representa, no que diz respeito ao que sustenta as políticas externas, Kissinger afirmou o seguinte: “As convicções que os líderes formam antes de ocupar altos cargos políticos constituem o seu capital intelectual enquanto continuarem nos referidos cargos”. Este é o tópico da nossa conversa: a ideologia, entendida como convicções e capital intelectual, cuja avaliação pode solicitar a intervenção da filosofia, como veremos.