O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
O grupo Raíz do Sequele Teatro apresenta, hoje, às 19h00, na Liga Africana, em Luanda, a peça "Na Mente Criminosa", inserida no concurso "Teatro de Duplas", que decorre desde domingo passado, com o objectivo de ajudar a produção teatral e incentivar o reconhecimento de quem se dedica à arte de representar.
A peça que o grupo vai apresentar, narra a história de uma jovem chamada Antónia de Jesus, que perde, de repente, as pessoas que ama, vítimas de um acidente de viação.
O acto acontece por negligência do motorista, que conduzia embriagado. Por isso, Antónia de Jesus, triste e abalada com o ocorrido, apenas pensa em vingança como forma de acabar com a dor que carrega devido a negligência de motoristas irresponsáveis.
Segundo o director do grupo, Márcio Gamboa, em declarações ontem ao Jornal de Angola, apesar da peça de teatro narrar uma cena melancólica, tem um carácter informativo e educativo, buscando mostrar as pessoas a forma como devem enfrentar determinados traumas.
Márcio Gamboa garantiu que o elenco que lidera está pronto para o desafio e promete apresentar uma performance digna de reflexão da assistência. Quanto à realização do espectáculo de teatro, o responsável disse estar satisfeito, por ser uma iniciativa que concede oportunidades a vários grupos do país, permitindo uma troca de experiência.
Márcio Gamboa afirmou estar confiante em vencer o concurso, mas que, prefere manter os pés assentes no chão e deixar a exibição do grupo falar por si. Além do grupo Raiz do Sequele Teatro, da província de Luanda, vai actuar, igualmente, hoje, o grupo o Núcleo de Artes Estrelas ao Palco, do Cuando-Cubango, com a obra "Uma Bela no Escuro”.
O grupo foi fundado no dia 16 de Abril de 2011, e pretende ajudar a promover a cultura nacional.
O alinhamento desta edição traz, igualmente, os grupos Bantu Horizonte, de Malanje, Kandengues do Chocolate, do Namibe, Kufikissa Teatro, do Cuanza-Norte, e Amazonas Teatro, Artes Santa Isabel, Colectivo de Artes, Projecto Fofarte, Ketua Nzambi, Dois Cem Teatro, Twasakidila, todos de Luanda. O concurso "Teatro de Dupla” vai decorrer até 27 deste mês, no Dia Mundial do Teatro.
O Grupo Teatral Raíz do Sequele foi criado por elementos de diversos grupos de teatro, que se juntaram para colaborar no "Grupo Teatral Kerigmas” onde partilharam muitas experiências até a sua dissolução.
Depois de dois anos, em 2009, Manuel Felipe Rodrigues e Fernando Faz-Tudo criaram um novo grupo, nascendo assim, o grupo teatral Raiz do Sequele a 10 de Julho de 2019. Com o passar do tempo, juntou-se ao grupo para atender algumas questões artísticas, Andrade Jamba Cassuqui Epalanga e Filomeno Manuel, que após a primeira reunião determinaram que um dos objectivos é de tornar-se num dos grupos conceituados e que deveria contribuir para o desenvolvimento do teatro no município de Cacuaco.
No dia 7 de Março de 2020 foram convidados para abrilhantar pela primeira vez o público, no grande show intimista de "Totó e Amigos". Com o surgimento da Covid-19, o grupo ficou afastado dos palcos, regressando em 2020, com a integração do membro Márcio Salvador Gomes Gamboa como encenador.
A agremiação apresentou, nesta volta, no espaço Aplausos, a peça "A Santa e o Mulherengo". Um ano depois a mesma obra teatral venceu o "Fest-Comune Teatro", de Viana, nas categorias de "Melhor Espectáculo", "Melhor Actor", "Melhor Actriz" e "Melhor Texto".
Grupo
de teatro Boca de Cena vence prémio "Continuidade”
Para esta edição, o prémio "Continuidade”, uma homenagem ao malogrado actor Avelino Viegas, uma das figuras de referência do teatro nacional que se notabilizou com o personagem "Kamba Mbiji”, foi atribuído ao grupo Boca de Cena, da província do Bié, por ter exibido mais vezes a peça de teatro com o qual participou na segunda edição do "Teatro de Duplas” fora da sua província.
O grupo recebeu das mãos de Paulo Viegas, irmão do homenageado deste ano, um prémio em valor de cento e cinquenta mil kwanzas, um certificado de participação e um troféu.
O "Prémio de Continuidade Avelino Viegas”, é atribuído ao concorrente que ao longo do ano que separa um prémio do outro, coloque mais vezes em cartaz o espectáculo com o qual concorreu, sendo que a internacionalização uma das suas principais bases de pontuação.
O actor Avelino Viegas, foi um dos membros co-fundadores do grupo teatral Etu Lene, criado no município do Rangel, em Luanda, que ficou conhecido na década 90 com a exibição da peça teatral "O Feiticeiro e Inteligente”. Em 1995 foi distinguido como melhor actor no Festival Nacional de Teatro, realizado na província de Cabinda. Na edição de ontem, com duas sessões, o grupo teatral Feloma Musanzala, da província de Luanda exibiu a peça "Rastos da Praga'', já o grupo Arte Vida, igualmente de Luanda exibiu a peça "Máscaras”.
A sala foi marcada com a presença de várias individualidades, com destaque para o vice-governador para o Sector Político e Social da província de Luanda, Manuel Gonçalves, e em representação a direcção do Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), esteve o dramaturgo Francisco Makiesse.
O júri que avaliou os grupos nas categorias de dramaturgia, cenografia, figurino, caracterização, sonoplastia, iluminação, representação, voz, dicção e valor estético, foram os encenadores Liliana Nzinga, Alberto Sanzala e Beto Cassua.
Paulo Viegas "Cavalo”, irmão de Avelino Viegas, partilhou histórias vividas com o único irmão e garantiu que só continua no teatro para o honrar. O presidente da Associação Angolana de Teatro (ATT), Tony Frampênio, durante o discurso de abertura disse que a homenagem a Avelino Viegas representa o reconhecimento de um artista que se tornou símbolo do teatro angolano. "Estamos a falar de um actor que num determinado contexto, por via da peça 'O Feiticeiro e o Inteligente' tornou-se numa referência para muitos jovens que abraçaram a mesma profissão, mas acima de tudo, porque o Avelino foi um grande exemplo de humildade e profissionalismo”, reconheceu.
A
encenadora e actriz Solanje Feijó destacou a importância de se enaltecer a
figura de Avelino Viegas, para que o seu nome se mantenha presente na memória
das novas gerações.
Elizabete
Ferraz
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