Quando, em 2017, João Lourenço elegeu a corrupção, o nepotismo, a bajulação e a impunidade como os principais males a combater durante o seu mandato como Presidente da República, poucos acreditaram que esta aposta tivesse pernas para andar.
Estive recentemente nas Ilhas Maurícias, tidas por muitos como um paraíso na Terra. Voei para lá a partir do Dubai. Quando esperávamos pelo voo notei grupos de polacos, russos — muitos turistas da Europa do Leste que tinham fugido do inverno do Hemisfério Norte.
À partida, o título parece pecar por excesso de pessimismo. Mas perante o quadro classificativo de Angola no CHAN, após empate com a Mauritânia, esta é, seguramente, a leitura do senso comum. A passagem para a fase seguinte do torneio passou a depender de um milagre, e não estejamos aqui com floreados linguísticos ou com outros epítetos, que tipifiquem o jornalista como alguém possuído por alguma leviandade.
Era suposto que depois do empate, que a determinado momento de jogo cheirou à vitória, com o Mali, entrasse para o jogo seguinte com mais atitude, maior ousadia, em busca de pontos que, não garantindo já a qualificação, lhe pudessem conferir maior dose de confiança, mesmo que na dependência do último jogo do grupo.
É evidente que sendo o futebol uma ciência que não obedece à lógica tampouco à matemática, tudo pode acontecer. Mas a dependência perturba a alma, corrói a mente e belisca a honra. Se calhar, não precisava a selecção submeter-se a tamanha tortura psicológica. Pois já se sabia antes como seria complexo o processo de qualificação, em função da composição do grupo, e qual seria a estratégia para evitar o presente cenário.
O segredo passava pela conquista de pelo menos quatro pontos, algo que esteve bem ao alcance, sendo que depois do empate diante do Mali, bastava superar a Mauritânia no segundo jogo, ao invés de ficar-se por mais um empate, bastante comprometedor às inspirações de um grupo que verteu suor no trabalho, definindo metas e objectivos.
Dirão alguns, e se calhar, com alguma lógica, que mesmo que tivesse vencido à Mauritânia, ainda assim, estaria condicionada. Claro que sim, mas seria uma condição mais expectante, dependeria da expressividade do resultado, sendo que o Mali jogaria em função deste, com toda pressão psicológica que tal situação podia acarretar. Mas o empate liberta malianos e mauritanianos, deixando-os independentes, dependentes de si.
Neste caso, malianos e mauritanianos se acham em igualdade de circunstâncias, e entram para a quadra com igual propósito. Dai, também, a razão de haver uma corrente de opinião daqueles, para quem o empate com a Mauritânia terá facilitado, em parte, a empreitada a Angola.
De resto, quando o Mali podia encarar uma Mauritânia a jogar para mero cumprimento de calendário, sem entrega, defronta uma equipa com as mesmas ambições, com o mesmo ponto focal, o que pode levar à repartição de pontos, e aí ver-se quem segue em frente entre os três. Está um quadro complicado. Uma vitória, não importa de quem, no jogo de amanhã, acaba com o sonho angolano. Portanto, a esperança é moribunda.
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LoginSão múltiplos cenários que se podem observar do livro “Fundamentos Filosóficos do Insucesso das Reformas Educativas na África Bantu: O caso da RDC, da Zâmbia e de Angola”, de Carlos Gime, que careceram do autor fundamentos numa perspectiva filosófica, visto que a educação bantu, mesmo no período pós-colonial esta(va) ao serviço de seus colonizadores, o que, de certo modo, influenciou grandemente no (in)sucesso da educação na RDC, na Zâmbia e em Angola.
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