Diz-se que constitui um gesto de fraqueza o exercício de se queixar aos entes e e organizações estrangeiros sobre os problemas da nossa terra, para depois receber como resposta a exortação óbvia segundo a qual “as soluções devem ser encontradas entre vós mesmos”, da mesma maneira como as sucessivas iniciativas externas para acabar com a guerra se comprovaram ineficazes.
Neste VII Domingo de Páscoa conhecido como o Domingo da Ascensão do Senhor, a Igreja Católica celebra também o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
A Ascensão do Senhor tem a ver com a sua subida ao Céu, o seu retorno ao Pai, após ter cumprido a sua missão de mensageiro da paz, do amor e da esperança. Jesus sobe ao Céu com o dever cumprido. Por isso, deixa e confia a sua obra evangelizadora aos discípulos e discípulas, bispos, padres, diáconos, catequistas e todo povo cristão. A missão dos baptizados, portanto, é a de levar a Boa Nova de salvação a todas as nações, até aos confins do mundo. Desde este momento da Ascensão do Senhor, a Igreja, por direito, começa a ser católica, isto é, universal, pela sua abrangência em todos os continentes.
No Credo, dizemos que Jesus está sentado à direita do Pai, após se terem cumprido as promessas das profecias que diziam a seu respeito, assumiu a nossa condição humana em tudo igual a nós, menos no pecado. Pois, a sua natureza humana foi humilhada na paixão e morte, para nos abrir a porta do Céu, preparar-nos um lugar, enviar-nos o Divino Espírito Santo e ser junto ao Pai o nosso advogado de defesa. Por isso é que no próximo domingo iremos celebrar o Domingo de Pentecostes, a descida oficial do Espírito Santo prometido por Jesus. É também o Domingo do encerramento do Tempo Pascal. Foram cinquenta dias vividos na alegria pascal, desde o dia 31 de Março que celebramos o Domingo de Páscoa.
Jesus hoje ao despedir-se dos apóstolos, não lhes pede sacrifício da vida, mas, fidelidade aos deveres cristãos. Infelizmente, por causa da perseguição, derramaram o seu sangue em nome de Cristo Jesus. E depois deles tantos mártires que até hoje ainda os temos em defesa da fé. Hoje também é o Dia Mundial das Comunicações Sociais que tradicionalmente a mensagem do Papa é publicada a 24 de Janeiro, dia da memória litúrgica de São Francisco de Sales (1567-1622), padroeiro dos jornalistas.
Este Dia Mundial das Comunicações Sociais foi criado o Decreto ‘Inter Mirifica’ do Concílio Vaticano II, em 1963. A partir daquele momento, assinala-se, em cada ano, no domingo antes do Pentecostes.
Para este ano 2024, o Papa dedica a mensagem à Inteligência Artificial afirmando que «é importante perceber, compreender e regulamentar instrumentos» que podem causar "cenários negativos” em mãos erradas. Francisco assinala que a inteligência artificial pode ser um «contributo positivo» para a comunicação, mas ressalva a importância do «jornalismo no local».
O Santo Padre observa que os sistemas de inteligência artificial podem "contribuir para o processo de libertação da ignorância e facilitar a troca de informações entre diferentes povos e gerações”, mas, alerta que, simultaneamente, podem ser instrumentos de "«poluição cognitiva», alteração da realidade através de narrações parcial ou totalmente falsas”, mas acreditadas – e partilhadas – como se fossem verdadeiras.
Neste sentido, aponta para o problema da desinformação que se enfrenta, "há anos, no caso das ‘fake news’ e que hoje se serve da ‘deep fake’”, da criação e divulgação de imagens que parecem "perfeitamente plausíveis mas são falsas”, e lembra que já lhe aconteceu também "ser objecto delas”, algo que "distorce as relações com os outros e com a realidade”.
"É necessário prevenir propondo modelos de regulamentação ética para contornar os efeitos danosos, discriminadores e socialmente injustos dos sistemas de inteligência artificial”, acrescenta o Papa.
Neste 58.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se celebra hoje, Francisco explica que a revolução digital pode tornar as pessoas "mais livres”, mas certamente não conseguirá fazê-lo se "prender nos modelos designados hoje como câmara de eco”, e afirma que "não é aceitável que a utilização da inteligência artificial conduza a um pensamento anónimo”, a uma montagem de dados não certificados, "a uma desresponsabilização editorial colectiva”.
Para o Papa a informação "não pode ser separada da relação existencial”, o que implica o corpo, situar-se na realidade; "pede para correlacionar não apenas dados, mas experiências”; e exige o rosto, o olhar, a compaixão e ainda a partilha. Neste contexto, partilha que pensa na narração das guerras e "naquela «guerra paralela» que se trava através de campanhas de desinformação”, e pensa também em "tantos repórteres que ficam feridos ou morrem no local”.
A mensagem termina com 11 perguntas – ‘Interrogativos de hoje e de amanhã’ –, onde o Papa questiona, por exemplo: "como tutelar o profissionalismo e a dignidade dos trabalhadores no campo da comunicação e da informação, juntamente com a dos utentes em todo o mundo? Como garantir a interoperabilidade das plataformas? Como garantir a transparência dos processos de informação?”
A partir das respostas às perguntas apresentadas na mensagem e outras, Francisco explica que se compreenderá se a inteligência artificial acabará por "construir novas castas baseadas no domínio informativo”, gerando novas formas de exploração e desigualdade ou se, pelo contrário, "trará mais igualdade”, promovendo uma informação correcta e uma maior consciência da transição de época” actual, favorecendo a escuta das "múltiplas carências das pessoas e dos povos, num sistema de informação articulado e pluralista”.
"Compete ao homem decidir se há de tornar-se alimento para os algoritmos ou nutrir o seu coração de liberdade, sem a qual não se cresce na sabedoria”, alerta o Papa.
Segundo Francisco, a evolução dos sistemas da chamada ‘inteligência artificial’ está a modificar "de forma radical” também a informação e a comunicação e, através delas, "algumas bases da convivência civil”, e, alerta, que este tempo "corre o risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade”. Por isso, a reflexão "só pode partir do coração humano”.
"Somente dotando-nos dum olhar espiritual, apenas recuperando uma sabedoria do coração é que poderemos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana”, realça, na mensagem para o 58.º Dia Mundial das Comunicações Sociais.
A nível da CEAST, as dioceses organizaram várias actividades alusivas à mensagem do Papa, para uma compreensão mais profunda da realidade actual e da missão dos profissionais da Comunicação que têm o dever de informar com verdade e na verdade.
Para terminar a nossa reflexão dominical, desejo a todos bom domingo da Ascensão do Senhor.
*Sacerdote da Arquidiocese de Luanda
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