Política

Cimeira da Troika da SADC reitera apoio à paz em Moçambique e RDC

César Esteves|Lusaka

Jornalista

A Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da SADC, realizada, sábado, em Lusaka, República da Zâmbia, reiterou o apoio da organização regional aos Governos de Moçambique e da República Democrática do Congo (RDC) para o alcance da paz, estabilidade e segurança duradoura nas zonas em conflito.

24/03/2024  Última atualização 08H42
Chefe de Estado participou na Cimeira na qualidade de presidente em exercício da SADC © Fotografia por: Contreiras Pipa| Edições Novembro
A Cimeira, da qual fez parte o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da SADC e membro daquele mecanismo da organização, reiterou o compromisso regional expresso no Pacto de Defesa Mútua da SADC, segundo o qual "um ataque armado contra um Estado-membro será considerado uma ameaça à paz e à segurança regional”, e saudou os países da África Austral por terem demonstrado um espírito de solidariedade regional colectiva através das suas contribuições e apoios contínuos à SAMIM e à  SAMIDRC, missões da SADC destacadas em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, e Leste da RDC.

A reunião de alto nível, convocada para aferir o progresso alcançado, até aqui, pelas duas missões, felicitou os países contribuintes com tropas e manifestou o seu apreço aos homens e mulheres destacados no SAMIM e SAMIDRC, pelo serviço prestado em prol da preservação da paz e da segurança na região.

A Cimeira reafirmou o seu apoio aos processos políticos e diplomáticos, ou seja, o Processo de Luanda, liderado pelo estadista angolano e Campeão da União Africana para a Paz e a Reconciliação em África, assim como o Processo de Nairobi, liderado por Uhuru Kenyatta, antigo Presidente do Quénia.

A Dupla Troika da SADC manifestou gratidão à Comissão da União Africana (CUA) e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas pela solidariedade e apoio à SAMIDRC, uma resposta da organização regional que complementa outros processos diplomáticos e políticos em curso, em apoio ao Governo da RDC.

A Cimeira reiterou o compromisso incondicional de prestar apoio diplomático e militar ao Governo e ao povo da RDC, com vista à busca de soluções duradouras ao conflito "violento” no Leste da RDC e orientou o Secretariado Executivo da SADC a intensificar a sua diplomacia pública sobre o papel e os êxitos das Missões de Apoio à Paz da SADC, incluindo a SAMIM e a SAMIDRC, para evitar narrativas externas negativas que possam comprometer o êxito das mesmas.

A Cimeira manifestou, igualmente, a sua desaprovação relativa ao conteúdo da correspondência enviada pelo Rwanda à Comissão das Nações Unidas e da União Africana sobre o apoio à SAMIDRC.

Sobre este particular, a Cimeira esclareceu que o destacamento da SAMIDRC visa restaurar a paz e a segurança na RDC e que é consentâneo com o Tratado e o Protocolo da SADC sobre Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança e o Pacto de Defesa Mútua da organização regional.

Os líderes receberam manifestações de gratidão dos Presidentes da RDC, Félix Tshisekedi, e de Moçambique, Filipe Nyusi, pelo apoio "firme” da SADC aos seus países para o restabelecimento da paz e da segurança e felicitou Hakainde Hichilema, Presidente da República da Zâmbia e presidente em exercício do órgão de paz e segurança da SADC, por ter convocado o encontro.

A Cimeira expressou condolências à Namíbia, pelo falecimento de Hage Geingob, à Tanzânia, igualmente pelo falecimento de Ali Hassan Mwinyi, e à África do Sul, pelo falecimento de dois soldados da Força de Defesa da África do Sul, que tombaram durante um ataque em Goma, no Leste da RDC, no exercício das suas funções no âmbito da SAMIDRC.

23 de Março 

A Cimeira comemorou, durante a ocasião, o Dia da Libertação da África Austral, que se celebrou ontem, com a mensagem do presidente da SADC, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qual destaca o significado histórico da luta de libertação e reafirma o compromisso da organização com os ideais de solidariedade, autodeterminação e cooperação regional.

Hichilema defende acção conjunta

O presidente em exercício do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC (TROIKA), o estadista zambiano Hakainde Hichilema, defendeu acções conjuntas para a resolução dos problemas de paz e segurança com os quais a região se debate, lembrando que estes problemas, se não resolvidos a tempo, acabarão por afectar todos os países da SADC.

Chefe de Estado felicitado pelo Processo de Luanda

O secretário-executivo da SADC, Elias Magosi, felicitou o Presidente João Lourenço pela condução do Processo de Luanda, que se destina à busca de paz para o Leste da República Democrática do Congo.

Elias Magosi disse, na comunicação de boas vindas, que a SADC registou progressos consideráveis no quadro da concepção de paz e segurança e estabilidade, mas, apesar disso, ainda se confronta com desafios de segurança em muitas partes, o que exige um esforço maior dos Estados-membros para a sua resolução.

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