Política

Censo da População vai utilizar tecnologia de ponta

Manuela Mateus

O segundo Censo Geral da População e Habitação da história de Angola independente vai decorrer de 19 de Julho a 18 de Agosto deste ano e utilizará, como inovação, tecnologia de ponta, para melhorar o processo de recolha de dados.

10/02/2024  Última atualização 09H35
Pesquisa demográfica em preparação © Fotografia por: Edições Novembro

A informação foi avançada, quinta-feira, pelo director-geral adjunto do Instituto Nacional de Estatística (INE), Hernany Luís, quando orientava uma reunião do Grupo Técnico do Censo de 2024 com a Administração Municipal de Viana, no Centro Cultural do Zango II.

Hernany Luís explicou que, durante a realização do Censo da População de 2014, os dados foram recolhidos por via de uma tecnologia analógica, mas no de 2024 já vai ser utilizada uma tecnologia digital, conhecida, na sigla em inglês, como CAPI (Entrevista Pessoal Assistida por Computador).

O director-geral adjunto do INE revelou que vão estar envolvidos no Censo Geral da População e Habitação de 2024 cerca de 92 mil recenseadores, a serem distribuídos por todos os 164 municípios do país.

No âmbito do processo de organização do Censo Geral da População e Habitação, Hernany Luís informou que já estão em actividade cartógrafos, por "conhecerem melhor os bairros, becos e ruelas, para indicarem por onde podem, ou não, passar as viaturas, sobretudo nas zonas mais recônditas”.

Segundo o responsável, para o Censo de 2024, o Instituto Nacional de Estatística quer trabalhar com "todos os cartógrafos do município de Viana”, tendo manifestado o desejo de que "todos se juntem à equipa ligada ao Censo Geral da População e Habitação”.

O director-geral adjunto do INE prometeu que os interessados em fazer parte do processo "vão adquirir experiências profissionais importantes para o futuro, bem como beneficiar de uma remuneração em função do trabalho prestado”.

O alto funcionário do INE acrescentou que há "um processo de selecção”, que é "aberto” e realizado com o objectivo de "encontrar pessoas residentes em cada município”.

Hernany Luís informou que, em todo o país, já colaboram com o Instituto Nacional de Estatística mais de 500 cartógrafos e que nos trabalhos de cartografia estão a ser utilizados os aplicativos "FieldMap” (sistema de colecta de dados de campo auxiliado por computador) e "ArcGis Survey 123” (uma solução completa e centrada em formulários para criar, compartilhar e analisar pesquisas).

O encontro realizado pelo Grupo Técnico do Censo em Viana faz parte de um programa já desenvolvido em vários municípios do país e que visa actualizar a malha cartográfica e apostar na mão-de-obra de todos os cartógrafos.

Os recenseadores, que se vão deslocar às zonas mais recônditas e de difícil acesso, serão transportados por "viaturas robustas”, adiantou o director-geral adjunto do INE, lembrando que, para a realização do segundo Censo Geral da População e Habitação, foi criada uma Comissão Multissectorial, liderada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, e integrada por vários Departamentos Ministeriais.

O encontro, orientado por Hernany Luís, registou a presença do administrador municipal de Viana, Demétrio de Sepúlveda, de administradores distritais e de membros de comissões de moradores do município daquela cidade satélite.

Demétrio de Sepúlveda agradeceu, na ocasião, ao Grupo Técnico do Censo pelos esclarecimentos prestados durante o encontro e disse que a Administração Municipal de Viana está, localmente, engajada na organização do Censo da População, "para que se atinja um nível aceitável”.

"Para que nenhum bairro deixe de ser registado, o trabalho de levantamento de dados é muito importante, a fim de se conhecerem os limites territoriais de cada município”, afirmou o administrador do município de Viana.

Depois da reunião, o Grupo Técnico do Censo de 2024 fez, na companhia do administrador do município de Viana, uma "visita de campo” à sub-zona A do bairro Capalanga, onde foi constatado o andamento dos trabalhos de actualização da malha cartográfica.

O presidente da Comissão de Moradores da sub-zona A do bairro Capalanga, Abril António, referiu que os cartógrafos têm encontrado "algumas dificuldades", por falta de colaboração por parte de alguns moradores, que manifestam indisponibilidade de tempo para a partilha de dados com os agentes censitários.

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