Diz-se que constitui um gesto de fraqueza o exercício de se queixar aos entes e e organizações estrangeiros sobre os problemas da nossa terra, para depois receber como resposta a exortação óbvia segundo a qual “as soluções devem ser encontradas entre vós mesmos”, da mesma maneira como as sucessivas iniciativas externas para acabar com a guerra se comprovaram ineficazes.
A música é a linguagem da criação humana, um veiculo de transmissão moral e ético de geração em geração
"A arte é a expressão mais pura que existe para demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é a vida” (Jung, 1920).
A música é reconhecida, por muitos pesquisadores, como uma modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, que se releva para um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas, consubstanciadas no pensamento. Está presente, em diversas manifestações, e radica, expressivamente, como parte da cultura popular, com o requerido conhecimento a fortalecer o processo de ensino e aprendizagem, no desenvolvimento da criança como interacção e auto-estima.
Este âmbito congrega-nos e facilita a conexão entre as pessoas. Com as crianças, tudo isto se potencializa. Elas observam muito, rapidamente, os processos interactivos na produção musical, captam os estímulos e as traduzem em movimentos, em expressão, em pulsão, em gesto, de forma genuína, espontânea e material.
Quando o ensino de artes (música, dança, teatro, pintura, etc.) for tomado como indispensável para a formação e apresentar-se incluído no currículo escolar ou mesmo interdisciplinar, maior será a ascensão na aprendizagem, tendo em consideração os aspectos psicológicos e físicos.
Por via disso, vai-se disseminando alguns projectos para integrar crianças e adolescentes em ciclos formativos de natureza público/privado, sobre a música orquestral sinfónica, filarmónica, balé clássico, entre outros.
Todavia, a música demonstra-nos que não é somente uma junção de sons e letras, mais sim um excelente contributo para um mundo prazeroso, no equilíbrio físico e mental, facultando a aprendizagem e a socialização.
Eles (músicos), devem evidenciar a expressão musical pelos padrões universalmente aceites, isto é, evitar intervenções musico-culturais sem conteúdo ético e cívico, dito doutro modo, com obscenidades (palavrões). Esta tendência desvirtua, sobremaneira, o veículo socio-educativo, retiram a essência sobre os estilos musicais harmoniosos e pacíficos, que se tornaram predominantemente intemporais. Deste ponto particular, compete aos órgãos associativos afins reforçarem a prevenção sobre os absurdos comportamentais neste ambito, pelos, cronicamente, visados em sessões culturais. Porque o mosaico cultural ou multicultural, de cada sociedade, constitui um veículo de transmissão moral e ético, de geração em geração.
Contextualmente, a divulgação da Cultura Nacional foi uma plataforma de luta pela identidade, no combate pela libertação de Angola, por via de emblemáticos operadores de arte como Teta Lando, David Zé, Santocas, Jacinto Tchipa, Prado Paím, Sofia Rosa, Carlos Lamartine, Artur Adriano, Tino Dia Kimuezo, Liceu Vieira Dias, Urbano de Castro, Lourdes Van-Dúnem, Mamukueno, Samangwana, Belita Palma e os agrupamentos musicais Nzagi, Negoleiros do Ritmo, Jovens do Prenda, Ngoma Jazz, Africa Show, os Kiezos dentre outros.
De acordo, com Blacking (1995), a função social da música visa realçar a qualidade da experiência individual e dos relacionamentos e o seu valor consiste numa expressão da experiência humana (Blacking (1995,p,31).A par disso, a música emite expressão emocional, forma um prazer estético e diverte, comunica, obtém respostas físicas, conduz conformidade às normas sociais e ritos religiosos e também contribui para a continuidade e estabilidade da cultura.
Nesta perspectiva, e no interesse do desenvolvimento cultural, estão previstas, institucionalmente, a restauração e construção de infra-estruturas de utilidade social e cultural (centros culturais multifacetados, em toda a jurisdição territorial). Esta nota, sinaliza o novo centro cultural de Luanda e o Palácio da Música e do teatro, e outros. Perante estas evidências, seria oportuno que o órgão reitor da cultura nacional repaginasse a homenagem existencial ao Rei da música angolana, Elias Dia Kimuezo, como o patrono do Palácio da Música e do teatro, e ao novo centro cultural de Luanda, a ser erguido no antigo mercado do Roque, em homenagem a título póstumo ao músico lendário e popular, Bangão.
Segundo Richard Wagner (1813-1883), a música é a linguagem de criação humana. Este conceito traz-nos a ideia de ritmo, que é um elemento indispensável para a música, assim também como para a vida, por exemplo: batidas rítmicas do coração, frequência da respiração, entre outros. Mas, também, mostra-nos a ideia que a música tem grandes influências sentimentais e psicológicas no ser humano.
Ao tempo e em função do expediente submetido à UNESCO, o estilo musical ”Semba” poderá, eventualmente, ser erguido, na galeria universal das artes, como Património Imaterial da Humanidade. Todavia, a música é um dos principais traços da nossa cultura, cuja representação social constitui a identidade da angolanidade.
Na actividade musical, nos diversos ritmos ou sonorizações, está intrínseco a agilidade da dança, por ser, também, um veículo social importante que conduz sempre a um bom porto de sensações e prazeres.
Nesta base, é necessário pensar a dança na sua relação com diferentes linguagens artísticas, considerando os aspectos técnicos, filosóficos e históricos, para promover projectos de animação cultural. Porque activa o bem-estar, a alegria de viver, desbloqueia os "nós” emocionais, proporciona harmonia, a saúde e agiliza o raciocínio. Os idosos, travam o envelhecimento dançando. Só trata de vantagens.
*Psicólogo e autor
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LoginO gorvernador de Luanda, Manuel Homem, chamou a atenção para um ponto crucial: a necessidade de uma maior coordenação entre as acções da estrutura administrativa central e dos órgãos locais, de forma que as orientações recebidas da estrutura administrativa central e as expressas nos instrumentos jurídicos vigentes sejam acompanhadas pelas entidades que actuam no terreno.
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