Sociedade

Mulheres com a doença aconselhadas a consultar o médico antes de engravidar

Alexa Sonhi

Jornalista

As mulheres que padecem da doença de Lúpus Eritematoso Sistémico, antes de decidirem engravidar, além do médico ginecologista, devem consultar um especialista em reumatologia, a fim de serem devidamente orientadas em função do seu estado de saúde.

16/05/2024  Última atualização 13H00
Presidente do Colégio Angolano de Reumatologia da ORMED © Fotografia por: Maria Augusta | edições novembro | HUÍLA

Esta recomendação foi feita, em Luanda, pela médica reumatologista e presidente do Colégio Angolano de Reumatologia da Ordem dos Médicos de Angola, ao prestar declarações à imprensa, em alusão ao Dia Mundial do Lúpus, assinalado no passado dia 10. Esperança Nicolau explicou que é importante que aquelas procurem ajuda do reumatologista, para este medir os níveis de inactividade da doença durante seis meses ou até um ano antes da mulher engravidar.

Segundo a reumatologista, se o nível do lúpus estiver inactivo, a mulher pode engravidar e continuar a ser seguida pelos dois especialistas até ao nascimento do bebé. Acrescentou que, se tudo correr bem durante a gestação, o parto poderá ser feito via baixa (parto normal).

Mas, prosseguiu a médica, não se deve esquecer que pelo facto de ser uma gestante lúpica esta paciente é de alto risco, logo, a equipa médica deve estar preparada para entrar numa cesariana a qualquer momento.

Em relação ao recém-nascido, Esperança Nicolau disse que a criança também deverá ser acompanhada pelo reumatologista até pelo menos os primeiros dois anos, para se descartar a possibilidade do bebé nascer com uma alteração genética da doença, como manchas na pele, problema cardíaco, do fígado e baixa contagem de células sanguíneas provocadas pelo lúpus.

A médica tranquiliza, entretanto, as pessoas, explicando que, caso a criança tenha os sintomas acima referidos, se for devidamente medicada, com o passar dos meses tudo melhora e sem causar grandes consequências.

De acordo com a reumatologista, alguns bebés com lúpus neonatal podem ter um defeito cardíaco grave, daí que nos países desenvolvidos se fazem testes adequados e os médicos podem identificar a doença e a criança ser tratada antes ou depois do nascimento. Outra chamada de atenção feita pela reumatologista é que as pessoas com lúpus não podem fazer uso de anticoncepcionais ricos em estrogénios, porque, por natureza, as mulheres já são produtoras desse hormónio e  tomar uma medicação com esta substância fará com que os níveis da doença se agravem mais. Aconselhou as mulheres lúpicas a tomarem apenas anticoncepcionais ricos em progesteronas.

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