Sociedade

INFOSI defende inclusão da Internet e cibersegurança no sistema de ensino

António Capitão | Uíge

Jornalista

O director-geral do Instituto Nacional de Fomento da Sociedade da Informação (INFOSI) defendeu, na cidade do Uíge, a inclusão do ensino da governança na Internet e cibersegurança nas instituições do ensino superior e do segundo ciclo, com vista a formar quadros munidos de conhecimentos e competências para trabalharem no novo ambiente laboral dominado pelo uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

16/05/2024  Última atualização 12H55
Participantes foram desafiados a apresentar soluções tecnológicas para a resolução de problemas © Fotografia por: EDIÇÕES NOVEMBRO

André Pedro, que falava no primeiro fórum de governança na Internet, que decorreu no Cine Ginásio, acrescentou que, com a realização, em Luanda, do primeiro fórum nacional sobre a governança na Internet e sua réplica nas demais províncias, as instituições do ensino superior e do segundo ciclo são convidadas a se juntarem à iniciativa, promovendo, mensalmente, palestras e debates, visando a convivência saudável na Internet.

"A Internet é um dos recursos tecnológicos de uso diário e importa que continuemos a envidar esforços no sentido de regularmos a nossa presença nela, bem como a questão da ciber-segurança que é de extrema importância. Queremos, com estes fóruns, fazer com que a juventude explore esta ferramenta e constitua empresas com capacidade de prestarem serviços localmente neste segmento científico, com a criação de programas e aplicativos para soluções de problemas locais e do país”, disse.

O director-geral do INFOSI anunciou, na ocasião, a realização do segundo fórum nacional sobre governança na Internet no mês de Fevereiro do próximo ano, em Luanda, e desafiou as demais províncias a participarem e  apresentarem soluções tecnológicas que permitam reflectir sobre as vantagens das acções que estão a ser realizadas neste ano.

O governador do Uíge, José Carvalho da Rocha, destacou a realização do encontro na província, por permitir trocar experiências e vivências com especialistas que dominam conhecimentos sobre um mundo onde as máquinas tratam de diferentes assuntos, tomam decisões e resolvem problemas.

"É importante que nós, como utilizadores, compreendamos em que mundo em evolução nos encontramos, para descobrirmos quais vantagens podemos obter desta tecnologia que está disponível para todos, visto que se assiste a uma evolução tecnológica com a introdução da Inteligência Artificial (IA), que já proporciona soluções até nas nossas casas”, disse o governante.

Segundo José Carvalho da Rocha, o Governo Provincial do Uíge aposta na digitalização dos serviços para melhorar o seu desempenho, tendo orientado o Gabinete Provincial da Educação no sentido de expandir o projecto nas escolas do segundo ciclo, com a instalação de Internet e de sistemas de gestão escolar, para educar os alunos sobre o uso correcto da Internet.

Vantagens e desvantagens

O especialista brasileiro em segurança electrónica e Inteligência Artificial (IA) William Oliveira partilhou com os participantes questões relacionadas com o impacto da IA na sociedade moderna, tendo destacado que é uma ferramenta que veio dinamizar a actuação de distintas instituições dos mais variados sectores, como da indústria automóvel, aviação, comunicação, área cinematográfica, ciência, cultura, literatura e outras.

William Oliveira sublinhou que a IA, além das suas múltiplas vantagens, carrega consigo muitos problemas, como o abuso desta ferramenta para usar e criar sons, imagens e gestos atribuídos a outrem para fazer parecer a realização fraudulenta de uma acção não promovida por esta, as conhecidas "Fakes".

"Pessoas, empresas e governos têm lutado para combater as falsas imagens, falsos sons e gestos imputáveis a instituições e indivíduos que acabam manchando as suas reputações e credibilidades, até prova em contrário, destruindo, desta forma, carreiras e provocando graves consequências económicas”, disse.

Os especialistas angolanos Cláudio Gonçalves, Paulo Araújo e José Bolonhês abordaram temas ligados à "importância da Internet na sociedade moderna e a promoção do uso responsável e inclusivo da Internet”, onde destacaram a criação de pontos grátis de Internet em várias localidades do país, que têm servido de suporte para a investigação científica de muitos jovens estudantes.

Sublinharam, igualmente, o surgimento de empresas digitais, que têm gerado vários postos de trabalho e riqueza, tendo, por outro lado, apontado o teletrabalho como uma alternativa funcional das empresas e governos, proporcionada pela Internet, assim como a promoção de tele-aulas durante a pandemia da Covid-19, que assolou o mundo em 2020.

"Hoje, nenhuma sociedade está desassociada da Internet, pois esta ferramenta passou a ser o principal elemento de trabalho, partilha de conhecimentos, comunicação e até entretenimento. É necessário, cada vez mais, a implementação de acções que permitam que ela seja de uso abrangente à maior parte da população angolana”, referiu José Bolonhês, director do Instituto Médio de Administração e Gestão do Uíge (IMAGU).

Maximino Paca, Virgílio João, José Silva e Diogo de Carvalho apresentaram "os desafios da inclusão digital e o acesso às tecnologias de informação na província do Uíge”, onde destacaram a colocação em órbita do satélite angolano "AngoSat2” como factor impulsionador para a inclusão digital da sociedade angolana, tendo em conta a instalação de Internet nas instituições públicas, privadas e comunidades, através do programa "Conecta Angola” do INFRASAT.

"O Governo do Uíge, particularmente, além da construção de infra-estruturas escolares, tem implementado laboratórios de informática com equipamentos conectados à Internet, para permitir a inclusão digital na nossa sociedade. Foi também criado o Centro de Formação Tecnológico, que tem por missão formar jovens em diversas áreas da informática e da computação”, disse Virgílio João, director do CFTU.

O último tema abordado durante o fórum foi sobre a "Internet segura: desafios da segurança e privacidade na vida digital”, apresentado pelos especialistas angolanos Hetiandro Mena e André Pedro.

No final dos trabalhos, o governador do Uíge entregou certificados de mérito e de participação aos presentes no seminário sobre cibersegurança para não especialistas.

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