Angola vai participar, quarta-feira, 1 de Maio, Cabo Verde, na celebração dos 50 anos de libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.
José Nkai, um dos participantes da derradeira Batalha do Cuito Cuanavale, a 23 de Março de 1988, ocorrida no Triângulo do Tumpo, na província do Cuando Cubango, entre as forças das extintas FAPLA e da África do Sul racista, acredita que, com a experiência vivida por Angola, durante aquele sangrento conflito armado, coloca o país numa posição de baluarte da pacificação e da integridade dos povos da Região da SADC e quiçá do mundo.
Em entrevista ao Jornal de Angola, por ocasião das comemorações do 36º aniversário do fim daquele sangrento conflito, que alterou o contexto sociopolítico da região, José Nkai, que foi empossado há dias ao cargo de vice-presidente do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale para o Legado Histórico e Social, disse que, quanto à geopolítica e estratégica, o país, como já tem vindo a fazer, deve continuar a advogar para a pacificação de vários países que ainda enfrentam conflitos armados, tanto no continente africano, como no mundo.
"Angola pode e deve aproveitar o fim do conflito armado e, principalmente, com a vitória da Batalha do Cuito Cuanavale que já remonta há 36 anos, para desempenhar o papel de pacificadora da região. Queremos acreditar que a experiência vivida durante aquele conflito armado, agora com o calar das armas, pode sim advogar para o fim de vários conflitos militares que ainda grassam a região”, frisou.
Protagonistas
instados a
escrever livros
Os participantes da guerra que assolou o Sul de Angola, até 23 de Março de 1988, e que levou à libertação da Região da SADC, devem, na opinião de José Nkai, contar os factos em livros para que a história daquele conflito sangrento seja transmitida com verdade às futuras gerações.
O vice-presidente do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale para o Legado Histórico e Social, José Nkai, que foi o primeiro a publicar um livro sobre a referida Batalha, frisou que a verdadeira essência do referido conflito armado está a ser deturpada por indivíduos que buscam apenas protagonismo.
"Se os angolanos dominam ou não o que se passou há 36 anos, no campo de batalha, na Região do Cuito Cuanavale e não só, eu responderia que não. Se calhar uma minoria, porque começou a se estragar a essência desta vitória, a partir de 2009 e 2010, altura em que se fez eco e cada um buscava um certo protagonismo. O MPLA diz que foi o fiel vencedor e, na verdade, é, com ajuda de cubanos e soviéticos. Mas, a UNITA, por sua vez, não aceita que houve vitória no campo militar, alegando que houve um empate técnico e que houve um acordo, por aí em adiante”, acrescentou.
Segundo José Nkai, essa divergência entre o MPLA e a UNITA pode confundir o povo, por não saber em quem acreditar, daí defender a necessidade de se constituir a história, através de várias versões, para melhor ser estudada.
"Eu defendo maior divulgação porque hoje é triste lembrar-se da Batalha do Cuito Cuanavale apenas em Março de cada ano. Também algumas academias interessadas podem contribuir para o conhecimento da essência e a verdadeira história”, defendeu José Nkai.
No sistema de ensino do país, como defendeu José Nkai, deve ser incluído trechos sobre a célebre Batalha do Cuito Cuanavale, tendo em consideração as múltiplas vantagens e benefícios que trouxe para os cidadãos da SADC.
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LoginO Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
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