Acompanhadas pelo Conjunto Dizu Dietu, com as notórias ausências de Teddy Nsingui, Mias Galhetas e Legalize, o concerto visou celebrar e homenagear a mulher angolana.

A chuva por pouco inviabilizava o concerto, mas a produção deu um tempo de tolerância para permitir que o público chegasse. Ao som do instrumental "Memória de Gui", original de Botto Trindade, solado por Sankara Viana, começou a música ao vivo, que pelo segundo ano consecutivo abre a temporada com um concerto dedicado às mulheres.

Neide da Luz foi a primeira a subir ao palco e interpretou o tema "Uso Excluso" da brasileira Alcione, que considerou uma das suas referências no mundo da música. Na sequência Dina Santos prendeu a sala com "Mana Fatita", numa actuação que puxou o dedilhar de Sankara e o jovem Dário, a dupla que alternava o solo e ritmo em substituição de Teddy Nsingui e Yark Spin.

Djanira Mercedes voltou com uma proposta brasileira ao trazer Dona Ivone Lara na música "Não deixe o Samba Morrer", e para encerrar o ciclo Raquel Lisboa deu um toque em "Apesar de Tudo, Acredito em ti", de Melita.  A música instrumental nos sopros chegou com tema "Boas Festas", do cabo-verdiano Luís Morais, recriado pelo cubano Rigoberto.

As cantoras mais jovens actuaram de forma intercalada e Dina Santos foi reservada para a fase final. A septuagenária "partiu a louça toda" quando cantou "Anel" e "Semba Kassequel". A artista agradeceu o convite e encorajou as colegas a prosseguirem o trabalho.

Ao longo da noite em "Nha Principe" e "To Martins" o crioulo teve espaço com Neide da Luz e Djanira Mercedes, a forma encontrada pela produção para homenagear as cabo-verdianas que celebram o Dia da Mulher  a 27 de Março.

O umbundu ganhou força em "Dja Odja", com Raquel a trazer Milá Melo, cantora de referência da música nacional nos anos 60 e 70. Em "Diala", sucesso de Nani, Neide da Luz fez estragos, do mesmo modo Djanira Mercedes quando cantou "Eme", da autoria do seu pai, o músico Mito Gaspar. As três fizeram a kizomba em " "Barona", de Diabick.

O Conjunto Dizu Dietu apresentou alguns temas do seu reportório, como "Manazinha", versão instrumental com Benny nos teclados, e "Uavalo monami", com Lito Graça como vocalista. Justino Handanga foi recordado pelo jovem Augusto que cantou "Paulina".

As artistas foram brindadas com diplomas de mérito e flores, ofertas da produção em parceria com a Sonangol. A farra encerrou com a rapsódia onde constam temas como "Manazinha", "Bagageiro", "Kubata dya Rosinha", Mamã Lalá" e "Totó Yetu".

No final do concerto, Ilídio Brás, o promotor do evento, afirmou que o sucesso do concerto de abertura do ano passado foi determinante para o arranque com vozes femininas. No dia 31 de Março do ano passado, estiveram Érika Nelumba, Clara Monteiro, Nicinha Rocha, Lila Burity, Raquel Lisboa e Djanira Mercedes, sendo que a duas últimas repetiram a proeza.

O Show Intimista da Brasom, no Miramar, é um projecto que surgiu como forma de aproximar os artistas que usam os estúdios de ensaios para concertos noutros espaços, uma actividade moldada para o recinto.

Na temporada passada, Eduardo Paim foi o escolhido, em Julho, no concerto com o título "Recordar Criações de General Kambuengo”. Acompanhado pelo Conjunto Dizu Dietu, teve como convidados Sabino Henda, Robertinho e Djanira Mercedes. O fecho da temporada aconteceu em Dezembro com a presença de Sam Mangwana.

Passaram pelo Show Intimista da Brasom os artistas nacionais Dionísio Rocha, Carlos Lamartine, Robertinho, Jovens do Prenda, Anabela Aya, Afrikkanitha, Sandra Cordeiro, Carlitos Vieira Dias, Botto Trindade, Raúl Tollingas, os cabo-verdianos Tito Paris, Ildo Lobo, Leonel de Almeida, Solange Cesarnova e músicos cubanos.