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Votação sem registo de incidentes graves

Pela primeira vez, em dez anos, todos os principais actores políticos participaram nas eleições legislativas, depois de a oposição ter boicotado as presidenciais de 31 de Outubro de 2020, marcadas antes e depois da votação pela violência, que deixou 87 mortos e quase 500 feridos.

08/03/2021  Última atualização 12H28
O resultados podem ser divulgados ainda esta semana © Fotografia por: DR
A contagem começou imediatamente a seguir ao encerramento das urnas, estimando-se que os resultados sejam divulgados pela Comissão Eleitoral Independente (CEI) à medida que a contagem avance.
"Espero que os infelizes episódios das eleições presidenciais de 2010 e 2020 tenham ficado definitivamente para trás”, disse,por sua vez, o antigo Presidente Henri Konan Bédié, 86 anos, líder do Partido Democrata da Côte d’Ivoire (PDCI), da oposição, que  apelou, também,  à Comissão Eleitoral Independente "para garantir que não haja batota e agitação”.

Em Yopougon, o bairro popular de Abidjan, com o maior número de eleitores no país - quase 500 mil de  7,4 milhões - Michel Gbagbo, filho do ex-Presidente Laurent Gbagbo e candidato, disse também esperar que tudo decorra "em calma e paz”.
Esta eleição marcou o grande regresso ao jogo eleitoral da Frente Popular da Côte d’Ivoire (FPI, na sigla em francês), de Laurent Gbagbo.
A FPI boicotou todas as eleições desde a detenção de Gbagbo, em Abril de 2011 em Abidjan, e a sua transferência para o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, após conflitos pós-eleitorais, que causaram mais de 3 mil mortos e desencadeados pela recusa do então Chefe de Estado em admitir a derrota nas eleições presidenciais.

Nas últimas eleições legislativas de Dezembro de 2016, o partido do Presidente, Alassane Ouattara, União dos Houphouëtistas para a Paz e a Democracia, então aliado ao Partido Democrático da Côte d’Ivoire, do antigo Presidente Henri Konan Bédié, obteve uma maioria absoluta com 167 lugares. A coligação desfez-se em 2018 e Bédié juntou-se nestas eleições a Gbagbo.
Os dois ex-Presidentes, que tinham apelado à "desobediência civil” e boicotado as últimas eleições presidenciais, não reconhecem a reeleição de Ouattara para um terceiro mandato e querem contrabalançar o seu poder na Assembleia Nacional.

Laurent Gbagbo vive exilado em Bruxelas desde a sua absolvição em primeira instância pelo TPI de Crimes contra a Humanidade, mas o Presidente Ouattara declarou-se a favor do seu regresso, em nome da "reconciliação nacional”. O regresso foi anunciado para "meados de Março” pelos seus apoiantes. Mais de 1.500 candidatos disputaram o voto de cerca de sete milhões de eleitores em 205 círculos eleitorais, que elegerão 255 deputados.

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