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O músico Vladimiro Gonga encantou o público com sucessos da nova obra discográfica lançada, no sábado, na Fundação Arte e Cultura, em Luanda, partilhando o palco com os estudantes daquela instituição cultura e com os músicos Kool Klever e Gabriel Tchiema.
A primeira performance da noite foi da responsabilidade da Banda da Fundação Arte e Cultura (FAC), que animou os presentes ao interpretar diversas canções de artistas nacionais, acompanhados por um grupo de dança composto por quatro elementos.
Roberto Moniz, acompanhado pela Banda daquela agremiação cultural, levou emoção ao público ao recordar "Massemba Jazz”, de Vladimiro Gonga, tema do seu primeiro disco, lançado em 2014.
O autor de "Uazekele” lotou o auditório Wyza na noite de sábado ao apresentar a sua nova obra discográfica, tendo no alinhamento tema s como "Pétala de Luz”, "Onda Amiga”, "Elixir” e "Valsa para Alzira”, está duas ultimas dedicadas à sua família e amiga Alzira Simões.
Vladimiro Gonga continuou a encantar com o sucesso "Eme Zuza Dya Matezo” e de seguida convidou Kool Klever e Mário Gonga, seu filho a subirem ao palco para cantarem "Um novo Jazz”, uma participação com o rap. "Admiro muito o talento do Kool Klever e já temos uma amizade de longo tempo e quando estamos juntos só ouvimos Jazz e aproveitei a oportunidade para partilharmos uma música”, disse Gonga.
A turma de teatro da FAC, o grupo de dança e o mestre Gonga exibiram "Etchi” e "Ortografia do Semba”, está última com a participação em palco de Edlaine. Durante o espectáculo, a turma de reciclagem e Artes Plásticas presenteou o artista com quadros de pintura.
Temas como "Uazekele”, canção que dá titulo ao disco, "Avenida Urbano de Castro”, "A valsa da Zunguira”, "Malo- ngi” e "Influência do Semba” finalizaram a actuação do mestre Gonga no espectáculo que culminou com a venda e sessão de autógrafo do mais recente disco do músico.
Durante o concerto, Gabriel Tchiema, outro convidado de Vladimiro Gonga, cantou dois temas da sua autoria, com destaque para "Xique Xique”.
Na ocasião, Vladimiro Gonga disse que "Uazekele” é um álbum com mais ritmos e mecânico musicalmente, representando o que viveu durante os últimos anos. "Desde o lançamento do ‘Massemba jazz’ só agora está a começar, porque nos dois últimos anos o ‘Massemba’ está a ser mais consumido. A minha primeira obra trouxe um ser de elementos que precisavam de ser descodificados para se poder entender a música”.
Um trabalho discográfico de continuidade
O artista garantiu ser um disco de continuidade e procura trazer novas possibilidades na interpretação da música tradicional angolana, "O álbum vai ser descodificado daqui a mais alguns anos e será muito ouvido e mais bem entendido pelos ouvintes. O disco está muito mais afro e leva-nos na base do jazz, a história segue o seu curso, é preciso respeitar isso, dar o direito ao génio e a imaginação de quem a sente no seu tempo”, argumentou.
"A bossa nova entra na maneira como eu uso os textos, já a harmonização está mais virada para o jazz. Temos uma necessidade maior no nosso país e precisamos de muitos instrumentistas, anteriormente quando titulava o Ministério da Educação e Cultura estava muito melhor porque dava a possibilidade de levar as nossas músicas às escolas”.
Vladimiro Gonga aproveitou o momento para agradecer a todos os presentes e em particular a Alzira Simões, "Este sonho jamais seria possível se não fosse pela Alzira, e este disco é tão meu como teu. Todos os meus desejos e vontade, para compor está obra, tu sentiste o mesmo, agradeço também a Fundação Arte e Cultura pelo patrocínio”, agradeceu, o artista.
Um amigo da Fundação
A directora-geral da Fundação Arte e Cultura, Naama Margalit, referiu que o Vladimiro Gonga é um amigo da instituição há muitos anos, "A nossa amizade com o músico surgiu com o lançamento do seu primeiro disco em 2014, desde essa época apoiamos o artista. Quando ele pediu o patrocínio da fundação, aceitamos sem pensar muito”.
Naama Margalit disse que a missão da FAC é de divulgar a cultura angolana, acrescentando que o artista apresenta no seu novo álbum uma qualidade. "Tenho uma admiração pela forma como o Gonga mistura o jazz, o afro jazz e o semba tradicional nas suas composições”, finalizou.
Para Gabriel Tchiema, o Vladimiro tem uma harmonia nas suas composições e tem tudo para se firmar no mercado nacional, ressaltando que o artista foi muito selectivo na escolha das participações.
"É um disco bem conseguido e estou ansioso para poder ouvir outras músicas desta obra e ter uma melhor conclusão e perceber o que que o Gonga traz com Uazekele”.
Kool Klever disse que a música africana tem a mesma origem, e o rep é da raiz do Jazz, bossa nova e do samba e, o Vladimiro Gonga gosta do que faço por isso pediu que participasse do álbum.
"Eu e o Gonga nos conhecemos há muito tempo e gosto muito do seu trabalho do mesmo jeito que ele gosta do meu, quando me convidou aceitei”.
O músico realçou a função do rapper e o jazz já acontece há muito tempo e desde o inicio dos anos 90, ressaltando que foi uma experiência boa e podem esperar bom resultado. "Somos dois artistas que nos juntamos cada um com a sua arte e forma diferente de fazer música e saiu uma coisa bonita”, argumentou, Kool Klever.
Sessãode autógrafo
No final do espectáculo, o músico Vladimiro Gonga vendeu e autografou a mais recente obra, intitulada "Uazekele” lançada no sábado, na Fundação Arte e Cultura, lotando o auditório Wyza. O álbum teve a participação de músicos nacionais com destaque para Filipe Mukenga, Kool Klever, Carlos Vieira Dias, Sandra Cordeiro, Dalú Roger e Jay Lourenço e participação de artistas estrageiros.
De acordo Vladimiro Gonga, "Uazekele” é a saudação de bom dia em kimbundu. Esta canção, defendeu, traduz a esperança de um novo dia, cheio de força para recomeçar novamente.
"É nessa perspectiva que primeiro surgiu a música e só depois surgiu o título. A música começa quando assistia ao programa Janela Aberta, numa sexta-feira, e um dos convidados contou a história de uma senhora que se chamava Sá Dominga. Um dia ela perde a ponda, o pano de amarrar dinheiro na cintura. Ela desconfiava de uma das colegas e prometeu andar de kimbanda em kimbanda. É essa história que eu recrio na pele de Nga Maria”.
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