A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
Kaissara é um poço de revelações quase inesgotável, como a seguir verão ao longo desta conversa, em que aponta os caminhos para um futuro mais consequente da modalidade; avalia o presente das políticas adoptadas sobre a massificação e formação. Mostra-se convicto de que o país pode, sim, continuar a ser a maior potência africana do Hóquei em Patins
A nova embaixadora em França, Guilhermina Prata, considerou que a visita que o Presidente francês, Emmanuel Macron, efectua amanhã e sexta-feira a Angola, é a demonstração da importância que a França atribui ao nosso país como parceiro estratégico prioritário, com o qual tem mantido relações e diálogo constantes ao mais alto nível. Nas funções desde Janeiro, a diplomata aponta, em entrevista à Angop, como prioridades da sua missão o reforço da cooperação nos domínios da Educação, Agricultura, Saúde e Cultura, bem como o investimento francês em Angola
As relações de cooperação Angola/França são excelentes. Regista-se uma continuidade visível nos contactos regulares entre os dois países e há um trabalho conjunto em vários sectores, particularmente em domínios regionais e internacionais, e a nível bilateral, como, por exemplo, na cooperação económica, no do-mínio da agricultura e nas vertentes social, educacional e cultural. Perspectiva-se o aprofundamento nas relações, o apoio e troca de experiências entre os dois países, bem como a busca de mais investidores estrangeiros e o aumento de projectos para a melhoria e sustentabilidade nas mais diversas áreas de interesse comum. De igual modo, urge continuar a abordar-se questões administrativas e consulares que preocupam ambas as partes. O Fórum de Paz de Paris, no qual Angola tem participado desde a sua criação, é uma iniciativa, igualmente, importante para centrarmos a nossa atenção, pelo papel relevante do país na promoção da paz e segurança no continente africano, em particular, e no mundo, em geral. Angola está ligada por fronteira e laços históricos a países francófonos, e será uma mais-valia fazer parte, no futuro, dessa grande comunidade de países que falam francês. Também, a nível parlamentar, vamos promover a troca de experiências, com uma das democracias mais sólidas do mundo.
O que o Executivo, em particular, e os angolanos, no geral, podem esperar da visita do Presidente Emmanuel Macron?
A visita do Presidente Macron a Angola é a demonstração da importância que a França nos atribui como um parceiro estratégico prioritário, com o qual tem mantido relações e diálogo constantes ao mais alto nível, sobretudo pelo facto de ter sido o primeiro Estado da Europa que o Presidente João Lourenço visitou, oficialmente, entre 28 e 29 de Maio de 2018, após a sua eleição, em 2017. É preciso salientar que a França é o segundo maior investidor estrangeiro em Angola, a seguir aos Estados Unidos da América. Há, no nosso país, empresas como a Total Energies, que é um dos principais empregadores privados. O Executivo, em particular, e os angolanos, em geral, podem esperar que este seja mais um grande passo, rumo à projecção do país no plano internacional e ao desenvolvimento do reforço da cooperação bilateral já existente.
Na sua opinião, que áreas carecem de mais apoio da parte da cooperação francesa?
É preciso estabelecer e reforçar a aposta em múltiplos eixos que considero prioritários, nomeadamente Educação, Agricultura, Saúde, Cultura e Investimento francês, pois são áreas que, desenvolvidas, contribuem para a formação, alimentação, bem-estar dos cidadãos e para a melhoria das condições do país. A Educação é uma área prioritária para nós. A França tem investido, fortemente, na educação, na formação e na qualificação profissional dos nossos jovens, em especial nas engenharias e outras áreas técnicas, com as Escolas Eiffel e os bolseiros. Assim, pretendemos acompanhar e promover mais oportunidades para os jovens. Na Cultura, Desporto, Inovação e Criatividade, queremos fortalecer as pontes entre Angola e França. Temos presente que, por um lado, os estudantes, emigrantes, jogadores de futebol, artistas, homens e mulheres de cultura adquirem valores e desenvolvem talentos inspirados na cultura francesa; por outro, a cultura francesa é fortalecida pelos africanos, em geral, e, particularmente, pelos angolanos. Assim, cremos que os nossos povos beneficiarão deste interesse e aproximação.
Quais são as outras áreas da cooperação?
Outro pilar essencial na relação entre os nossos países é a Agenda Energética, com a necessidade de se olhar para as energias renováveis, preservação e conservação do meio ambiente. Para dirimir o impacto das alterações climáticas, a França está na vanguarda desse debate, e acredito que Angola possa beneficiar, imensamente, da cooperação nessa área. A cooperação francesa para o desenvolvimento comunitário tem muita expressão no empoderamento de jovens e mulheres mais vulneráveis nos países menos desenvolvidos, e esperamos que continue a ser implementada em Angola, sobretudo nas zonas rurais.
Está a acreditar num país da alta política, da cultura, potência económica europeia, com grande tradição em África, em particular, e no mundo, em geral, nação de acolhimento e engajada na integração para o desenvolvimento, assim como na vanguarda da defesa das causas do ambiente. O que espera da sua missão?
Espero desempenhar esta desafiante e nobre missão, de modo a não defraudar a confiança depositada em mim. Pretendo identificar o que precisa de ser introduzido, corrigido e melhorado. Tenho em mente alguns pontos sobre os quais incidirão a estratégia a gizar e que estarão em conformidade com os superiores interesses de Angola. Também pretendo que o meu trabalho vá respondendo a perguntas como essa e apenas no final realizar um balanço que desejo que seja positivo, deixando a oportunidade para os críticos e quem de direito o avalie.
Reside em França uma comunidade angolana considerável, nomeadamente estudantes, emigrantes e intelectuais. Como vai criar pontes e aproximação com os angolanos?
Pretendo que haja maior aproximação com a comunidade angolana, através da criação de encontros, realização de actividades culturais, celebração das datas mais marcantes, como o Dia da Independência Nacional, Dia da Paz, Dia da Mulher Africana, Dia da Criança, entre outras. Desejo que haja maior inclusão da comunidade, para que não se sinta afastada, mas, sim, acolhida neste pedaço, pois a Embaixada representa a República de Angola. Na verdade, será um trabalho que vai ser realizado à medida que a missão for cumprida. Quero que a comunidade resgate o orgulho de ser angolano.
O que representa para as relações diplomáticas Angola/França esta nomeação, tendo em conta o seu curriculum e experiência política?
Como embaixadora de Angola em França, tenho como compromisso defender os interesses angolanos nesse país, zelar pelo aprofundamento das relações entre ambas as Nações e de consolidar todo um trabalho que já vem sendo estabelecido pelos meus antecessores. Creio que, de igual modo, o início da minha missão coincide com o desejo de Angola continuar a trabalhar em termos de cooperação bilateral nos mais variados sectores de interesse comum. Na verdade, a experiência política faz-me reconhecer que todas as missões envolvem um processo de avaliação, de diálogo, de reconhecimento e de identificação. Importa salientar que nada se faz sozinho. A liderança e o trabalho em equipa são as chaves para que um organismo seja funcional. Assim, primo pela organização, pelo esforço colectivo, pelo diálogo, bem como pela abertura e mediação. Auguro que todos na Em-baixada de Angola em França trabalhem afincadamente, a fim de que juntos possamos elevar o nome do país.
Venceslau
Mateus
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Jornalista da Angop
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