Política

Visita de Estado de João Lourenço contribuiu para descoberta de novas áreas de cooperação

Edna Dala

Jornalista

A visita de Estado do Presidente João Lourenço à Itália foi positiva e permitiu elevar as relações bilaterais a vários níveis. A constatação é do ministro das Relações Exteriores, Téte António, que fez, sexta-feira, o balanço dos dois dias de actividades.

27/05/2023  Última atualização 08H40
© Fotografia por: CIPRA

Em declarações à imprensa, o ministro acentuou que, com a visita ao mais alto nível, o Governo italiano demonstrou, com gestos e substância, que colocou Angola numa "fasquia muito alta” em termos de parceiros mundiais, em particular ao nível do continente africano.

Para o chefe da diplomacia angolana, o balanço excedeu as expectativas, porque a ida do Chefe de Estado angolano a Roma contribuiu para a "descoberta de uma nova Itália”, ou seja, outras áreas de cooperação. A vida económica e política, salientou, são factores dinâmicos e a Itália demonstrou isso, o que contribuiu muito para descobrir outras áreas de cooperação.

Téte António reiterou a necessidade de se diversificar a parceria Angola-Itália, verificada actualmente em três sectores, nomeadamente, Agricultura, Energia e um pouco no sector da Defesa. "O que se pretende agora é que os outros sectores possam beneficiar”, referiu.

O ministro das Relações Exteriores, que visitou na manhã de ontem as instalações da Embaixada de Angola na Itália e manteve um encontro com a diplomata Fátima Jardim, saudou a abertura que as autoridades italianas demonstraram nas negociações e nos encontros que o Presidente Sergio Mattarella teve com o Chefe de Estado angolano, João Lourenço. De acordo com o chefe da diplomacia angolana, a visita permitiu aprofundar as relações e prosseguir com sucesso com a parceria económica.

O ministro realçou o encontro com a Primeira-Ministra Giorgia Meloni e com outras entidades, bem como a visita do Presidente da República à empresa petrolífera ENI, esta última que permitiu medir as ambições de Angola num domínio particular das energias renováveis, cujas respostas que a tecnologia oferece poderão ser encontradas na Itália.

O ministro das Relações Exteriores manifestou a satisfação por ter-se constatado, durante a visita, casos de jovens angolanos a trabalharem nesta multinacional e com uma certa experiência.

A convite do Presidente italiano, Sergio Mattarella, o Presidente da República, João Lourenço, efectuou a visita de Estado de dois dias à Itália.

No Palácio Quirinale, os dois Presidentes abordaram as relações políticas, diplomáticas e comerciais entre os países.

Acordos rubricados

Ainda ontem, por ocasião do término da visita do Chefe de Estado a Roma, foram assinados mais três acordos de cooperação, incluindo no sector do Ensino Superior, e dois instrumentos jurídicos entre a Academia Diplomática Venâncio de Moura, o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) e a Universidade Luiss, sob o testemunho do ministro Téte António.

Os documentos acima mencionados foram assinados pelos directores de Cooperação Internacional do MIREX, Carlos Sardinha, e Milton Chivela, do INAGBE, e pelo representante da Universidade Luiss, Raffaele Marchetti.

O terceiro Acordo Marco de Cooperação entre a Universidade Agostinho Neto e a Universidade de Estudos Roma Tre, da Itália, foi rubricado pelos reitores Pedro Magalhães e Massimo Fiorucci, respectivamente.

Sobre a Universidade Luiss, o ministro disse tratar-se de uma instituição reconhecida pelo ensino e pesquisas, não apenas em Ciências Sociais, que é a sua especialização, mas, também, nas questões de desenvolvimento, sendo que a instituição oferece esta possibilidade ao país.

Porém, manifestou a pretensão que a formação seja abrangente, em Angola, para que mais quadros possam beneficiar dela.

No que diz respeito ao Acordo entre a Academia Diplomática Venâncio de Moura e a Universidade Luiss, o ministro disse que as ambições de Angola de hoje requerem diplomatas capacitados em matéria de análise, compreensão da dinâmica dos fenómenos e, sobretudo, da capacidade de negociação, valências que a universidade oferece.

O director para as Relações Internacionais da Universidade Luiss, Raffaelle Marchetti, esclareceu que o primeiro Acordo com a Academia Diplomática oferece a possibilidade para que estudantes angolanos possam frequentar a instituição italiana.

Já o segundo acordo contempla a formação executiva avançada para os diplomatas e funcionários públicos do Governo sobre temas específicos.

Com os  dois acordos, nasce uma base muito sólida para desenvolver as duas instituições, a Universidade Luiss e o Governo angolano, em particular, e com as instituições de ensino e a sociedade, de forma geral.

Trata-se de uma universidade internacional bilíngue, na qual a maioria dos cursos é ministrada em inglês e encontra-se no ranking das 50 melhores universidades do mundo.

O Acordo Marco de cooperação assinado pela Universidade Agostinho Neto e a Degli Studi Roma Tre,  de Itália, reconhece as relações culturais e científicas entre as instituições de ensino superior, um instrumento indispensável para a cooperação recíproca das culturas para o avanço do conhecimento e difusão do saber.

Entre as acções possíveis, o documento recomenda a mobilidade de pesquisadores e docentes das duas instituições de ensino superior, a mobilidade de jovens pesquisadores comprometidos com o programa de pós-graduação com a designação eventual de bolsas, entre outras.

 

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