A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
A Comissão Política da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) convocou uma sessão extraordinária do Comité Central para 3 de Maio, na qual é esperada a escolha do candidato à sucessão de Filipe Nyusi como Presidente da República.
O Papa Francisco pediu, este sábado, aos dirigentes do Sudão do Sul “um novo avanço” a favor da paz no território dividido por lutas de poder e pobreza extrema, no âmbito da visita que está a realizar ao país.
Acompanhado pelos chefes das igrejas de Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs no Estado mais jovem do mundo, Francisco afirmou, na sexta-feira, que o "tortuoso caminho” da paz "não pode mais ser adiado”, durante um discurso muito político perante as autoridades da capital.
De 2013 a 2018, este país de 12 milhões de habitantes foi assolado por uma guerra civil sangrenta entre os partidários de dois líderes inimigos, Salva Kiir e Riek Machar, que matou 380.000 pessoas.
Apesar de um acordo de paz assinado em 2018, a violência continua e o país contava em Dezembro 2,2 milhões de deslocados internos, devido aos conflitos e inundações, segundo números divulgados pelas Nações Unidas.
Francisco disse, ontem, aos religiosos e religiosas do Sudão do Sul, onde chegou na sexta-feira, que o seu primeiro dever é dar as mãos a este povo que sofre, num encontro que manteve com o clero na catedral de Santa Teresa, na capital, Juba.
O Papa encorajou os bispos, padres e freiras a servirem o povo e a juntarem-se às suas lágrimas, num país atingido por conflitos e crises humanitárias.
Ainda ontem, o Papa argentino, muito activo na defesa dos migrantes, encontrou-se com alguns deslocados.
Cerca de 4.000 pessoas reuniram-se muito cedo, de acordo com as autoridades, para esperar pelo Papa no pátio da catedral de Santa Teresa, muitas agitando bandeiras nacionais, em clima de festa.
"Vimos aqui para receber a sua bênção. Tudo é uma questão de paz. O Papa Francisco não pode nem andar, mas ainda vem aqui para encorajar os nossos dirigentes”, declarou, à Agência France-Press (AFP), John Makuei, 24 anos, que chegou antes do amanhecer para não perder "este dia histórico”.
O Papa chegou na sexta-feira ao Sudão do Sul, no âmbito de uma visita que o levou também à República Democrática do Congo.
"Protejam, respeitem e honrem cada
mulher”
O Papa alertou, ontem, que o futuro pacífico do Sudão do Sul depende da forma como tratam as suas mulheres, num país onde enfrentam violência sexual, casamentos infantis e a mais elevada taxa de mortalidade materna do mundo.
No seu segundo e penúltimo dia em África, Francisco pediu que as mulheres e as meninas sejam respeitadas, protegidas e homenageadas, durante um encontro em Juba, com cerca de dois milhões de pessoas que foram forçadas a fugir das suas casas por causa dos combates e das cheias.
"Por favor, protejam, respeitem, apreciem e honrem cada mulher, cada menina, jovem, mãe e avó. Caso contrário, não haverá futuro”, disse.
O Papa realçou que as mulheres são a chave para o desenvolvimento pacífico do Sudão do Sul, mas precisam das oportunidades certas.
O encontro foi um dos destaques da visita de três dias de Francisco ao país mais jovem do mundo e um dos mais pobres. Acompanhado pelo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, e pelo chefe presbiteriano da Igreja da Escócia, Francisco está a desenvolver uma peregrinação ecuménica histórica para chamar a atenção global para a situação do país e encorajar o seu processo de paz.
O objectivo da visita ecuménica é encorajar os líderes políticos do Sudão do Sul a desenvolver um acordo de paz de 2018 que ponha fim a uma guerra civil que eclodiu depois que o país, predominantemente cristão, conquistou a independência do Sudão, de maioria muçulmana, em 2011.
Ao chegar na sexta-feira, Francisco emitiu um aviso contundente ao Presidente Salva Kiir e ao seu ex-rival e agora deputado Riek Machar de que a história os julgará severamente se continuarem a atrasar a implementação do acordo de paz.
Kiir, por sua vez, comprometeu o Governo a regressar às negociações de paz – suspensas no ano passado – com grupos que não assinaram o acordo de 2018. Na sexta-feira, o Presidente católico concedeu perdões presidenciais a 71 presos na prisão central de Juba, em homenagem à peregrinação ecuménica, incluindo 36 no corredor da morte, depois de Francisco ter sustentado que a pena capital é inadmissível em todas as circunstâncias.
De acordo com a UNICEF, cerca de 75% das meninas no Sudão do Sul não vão à escola, porque os pais preferem mantê-las em casa e prepará-las para um casamento que trará um dote à família.
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