O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
A onda de contestação sem precedentes que algumas potências ocidentais enfrentam em África, traduzida em mudanças político-constitucionais, legais, por via de eleições democráticas, como as sucedidas no Senegal, e ilegais, como as ocorridas no Níger e Mali, apenas para mencionar estes países, acompanhadas do despertar da população para colocar fim às relações económicas desiguais, que configuram espécie de neocolonialismo, auguram o fim de um período e o início de outro.
A violência contra as raparigas e rapazes está entre as questões mais urgentes para a protecção da criança em Angola, considera o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Certos tipos de castigos corporais são ainda uma prática aceite por algumas famílias, escolas e centros de assistência. E a juntar-se a isso, há também um tipo de violência contra a criança que tem aumentado significativamente: o fenómeno de acusações de feitiçaria. Mas é sobre a violência sexual contra as crianças que nos vamos debruçar hoje.
Quase todas as semanas, o Instituto Nacional da Criança (INAC) reporta o registo de casos de meninas estupradas, na maior parte dos casos por pessoas que deveriam estar na linha da frente da sua protecção: familiares, professores ou vizinhos.
Entretanto, uma Campanha Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual contra a Criança, iniciada em Março de 2021, contribuiu para a redução dos casos, segundo dados divulgados, na quinta-feira, pela secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, Alcina Kandanda.
Desde o início da campanha, até ao momento, foram registados 7.299 casos de violência contra a criança, sendo Luanda, Benguela, Huambo, Zaire e Huíla as províncias com o maior número de denúncias.
Apesar de continuar a ser um número que ainda preocupa, os dados demonstram que a campanha, sobretudo na segunda fase, contribuiu para a diminuição dos casos, com uma diferença de 2.113 vítimas.
Na primeira fase da campanha, decorrida até Março do ano passado, registaram-se 4.706 casos, enquanto na segunda, de Março de 2022 ao mês e ano em curso, foram cadastradas 2.593 ocorrências.
Estes resultados indicam-nos que se houver mais trabalho das equipas de profissionais integrados nos diferentes órgãos do Estado e nas diferentes instituições da sociedade civil que levam a mensagem de sensibilização às famílias e instituições públicas, podemos mudar o triste cenário de ouvir, quase que diariamente, relatos sobre crianças violadas sexualmente.
Para esta empreitada, o Executivo, por intermédio do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, prevê a implementação de um novo Plano de Acção que visa a prevenção e combate da violência contra a criança, estando, neste momento, em fase de recepção de contribuições.
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LoginTrata-se de um relevante marco o facto de o Conselho de Ministros ter aprovado, na segunda-feira, a proposta de Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, para o envio à Assembleia Nacional que, como se espera, não se vai de rogada para a sancionar.
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