Sociedade

Violência baseada no género é obstáculo ao desenvolvimento

O Presidente cabo-verdiano apelou, sábado, à mobilização do país para combater a violência baseada no género, que classifica como um “obstáculo significativo” ao desenvolvimento, no dia em que arrancam duas semanas de actividades públicas sobre o tema.

26/11/2023  Última atualização 10H17
Chefes de Estado cabo-verdiano presentes na Bienal de Luanda © Fotografia por: Edições Novembro
"A violência baseada no género persiste como uma mancha na nossa sociedade, uma violação intolerável dos direitos humanos e um obstáculo significativo para o desenvolvimento sustentável do país”, referiu José Maria Neves, numa comunicação alusiva ao tema.

O Chefe de Estado destacou o lema adoptado este ano pelas Nações Unidas para os 16 dias de activismo sobre o assunto: "Unidos, investir para prevenir a violência contra mulheres e meninas”. Para José Maria Neves, "este lema é uma chamada para a acção de todos nós, independentemente da idade, género ou estatuto social”, porque "Cabo Verde deverá estar sempre empenhado em fortalecer as leis e as políticas públicas sobre esta questão”.

A violência sobre mulheres é classificada ainda por José Maria Neves como "uma ferida na alma” da sociedade cabo-verdiana que requer o envolvimento geral se curar, "capacitando as mulheres, educando os homens e promovendo relações baseadas no respeito mútuo”.

A normalização da violência, por parte de agressores que não a distinguem como violação de direitos humanos, é uma das maiores preocupações das organizações que trabalham com o problema, disse Marisa Carvalho, presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género (ICIEG), em entrevista à Lusa, na sexta-feira.

O Presidente cabo-verdiano faz também alusão a este aspecto, considerando importante "desafiar as normas sociais prejudiciais, que perpetuam a desigualdade” e "criar um ambiente onde as mulheres se possam sentir livres na denúncia de casos de violência”, concluiu.

O número de novos processos nos tribunais cabo-verdianos relacionados com crimes de violência baseada no género aumentou 5,7% no último ano judicial (2022-23) face ao ano anterior, fixando-se em 1.971, de acordo com o Ministério Público.

  VATICANO
Papa pede combate à violência contra mulheres através da educação

O Papa Francisco pediu, ontem, que se combata a violência contra as mulheres com "acções educativas centradas na pessoa e na sua dignidade”, numa mensagem que coincide com o Dia Internacional contra a Violência Sexista.

"A violência contra as mulheres é uma erva venenosa que aflige a nossa sociedade e que deve ser eliminada pela raiz. Estas raízes crescem no solo do preconceito e da injustiça e são combatidas com acções educativas centradas na pessoa e na sua dignidade”, escreveu o pontífice, nas redes sociais. Uma grande manifestação foi convocada, ontem, em Roma, contra a violência sexista, depois do assassinato de uma estudante pelo ex-namorado.

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