Sociedade

Venda de máscaras cirúrgicas atrai jovens

Adolfo Mundombe/Huambo

Jornalista

Desde Março do ano passado, a venda de máscaras cirúrgicas tomou conta das ruas do Huambo. Não há local em que não se vê homens e mulheres, incluindo crianças, a venderem este meio de biossegurança contra a Covid-19

17/03/2021  Última atualização 12H01
© Fotografia por: DR
O negócio, antes controlado pelas farmácias e lojas, cresce diariamente, com as artérias da cidade do Huambo a registarem um número crescente de vendedores, que já conhecem "o canal” de compra de caixa de máscaras cirúrgicas a preço acessível. 

Feliciana Etossi, 18 anos, deixou a venda de produtos de higiene para entrar no negócio das máscaras. "Fui convidada por uma amiga, na fase do Estado de Emergência, para conseguir aguentar-me com as despesas de casa. Não se ganha muito, mas já ajuda para a compra do pão”, disse, acrescentando que, inicialmente, vendia máscaras de pano, feitas por alfaiates, a 500 Kwanzas. 

Laurindo Venâncio, outro vendedor que calcorreia  diversos pontos da cidade, diz que o surgimento em grande quantidade de máscara cirúrgica fez desaparecer a de tecido, feita por alfaiates. O produto é adquirido em farmácias e é revendido na rua. "Compramos uma caixinha de cinquenta máscaras cirúrgicas a 2500 Kwanzas e obtemos um lucro de cinquenta por cento. O negócio é rentável”, confessou.   

Na Avenida da Independência, passagem de nível, Pedro Manuel Sandende, que foi lotador de táxi, abraçou esta actividade por ter um "amigo farmacêutico” que lhe fornece a "caixinha". Sublinha que a pandemia tem sido um grande problema para muitas famílias, mas confessa que é também uma oportunidade para fazer negócio.
 
"Da farmácia fornecedora recebo por dia duas caixinhas de máscaras. Vendo na cidade e o lucro  é para mim. Estou satisfeito com o negócio. Além do rendimento que tenho,  acho, também, que estou a contribuir para que os demais cidadãos estejam protegidos da Covid-19”, alegou.  
Adriana Inês afirma que a venda ambulante de máscaras de protecção contra a Covid-19 facilita a vida de muitos utilizadores, que deixam de se deslocar às farmácias, algumas das quais distantes de  casa, mas apela aos vendedores para os cuidados com a higiene no momento de entregar o meio ao cliente. 

  Lídia Vitumbo frisou que o negócio de máscara trouxe ocupação a muitos jovens, que conseguem algum proveito. "Há famílias que hoje dependem da venda de máscaras. Mesmo vendendo outros produtos, não falta máscara de lado”, disse. 

Segundo ela, o aumento do número de pessoas que se dedicam à venda de máscaras cirúrgicas deve-se, em parte,  ao baixo preço que se pratica.
 "Desde que baixou de  100 para 50 Kwanzas, a procura tem sido maior. Isso, também, fez com que aumentasse o número de vendedores, por falta de emprego”, lembrou.

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