Os vencedores das sete categorias que compõem o Prémio Nacional de Cultura e Artes (PNCA), edição 2023, receberam, na noite de segunda-feira, no Hotel Epic Sana, em Luanda, os respectivos galardões, numa gala que contou com a presença da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço.
O cineasta Carlos Conceição venceu na categoria de Cinema e Audiovisual, a categoria da Dança foi atribuída à Companhia Palasa Dance Company. No Teatro venceu o projecto Amostra Nacional de Teatro e o colectivo de autores do projecto "Várias Línguas, Uma Nação: Construindo o Futuro”, na categoria de Ciências Sociais e Humanas.
A entrega dos prémios foi feita pela ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote Allen, em representação do Presidente da República, João Lourenço, e pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau.
Na ocasião, foi entregue aos vencedores um bouquet de rosas, diploma de mérito e um cheque no valor de três milhões de kwanzas.
Durante a cerimónia, a ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote Allen, disse que a cultura e as artes face à sua importância gozam de dignidade constitucional no nosso Direito, integrando a liberdade de criação artística, científica e tecnológica, que se expressa através da produção de literatura, artes visuais e plásticas, teatro, dança, música, cinema, audiovisual e através das Ciências Humanas e Sociais.
"Sendo inegável o real papel que elas possuem, o Executivo perspectiva um sector cultural estruturado e sustentável, capaz de atrair uma diversidade de artistas, géneros e modos de expressão, de modo a tornar cada vez mais o sector gerador de emprego, e ajude no crescimento económico, de forma a ter uma relação intrínseca com os demais sectores”, declarou.
A presente gala, continuou, premeia pessoas que possuam um génio criativo nas categorias escolhidas e que com elas transmitam conhecimentos e valores da humanidade, que são veículos para a partilha desses conhecimentos e valores entre sociedades e gerações.
"A presente edição realizou-se num mês com significado particular na história do país, que é o mês da proclamação da Independência, em que a cultura e a arte tiveram um papel preponderante, através dos poetas, escritores, entre outros”, disse.
Segundo a ministra de Estado para a Área Social, a noite de premiação e de festa da cultura angolana terá uma relevância na vida de todos os galardoados. De certeza, continuou, marcarão a memória colectiva, com as suas infinitas forças criativas.
No final da gala, o escritor João Tala, vencedor da categoria de Literatura, disse estar feliz por finalmente receber o prémio de vencedor. "Daqui vou continuar a empenhar-me para apresentar um trabalho com melhor qualidade”.
Questionado se o prémio o incentivará a ter mais produções literárias, o escritor afirmou já existir muita obra escrita. "O que queremos agora é que haja mais edição, mais editoras para que as obras escritas possam ser publicadas. Isso tem que corresponder a um maior empenho dos agentes que se encarregam da edição e publicação de livros”.
Em declarações à imprensa, Óscar Gil, um dos membros do júri na categoria de Cinema, disse ter sido uma honra ser convidado para esta missão, que considerou espinhosa, porque ser júri não é fácil, sobretudo em Angola, onde não há grande produção de cinema.
"Os jovens têm muita vontade de fazer cinema, cada um vai lutando para fazer os seus conteúdos, mas não é o suficiente, se não houver apoio, se não houver políticas para incentivar o cinema nacional, se a própria televisão não abrir as portas dos canais para conteúdos locais e nacionais, estamos muito mal”.
O Prémio Nacional de Cultura e Artes foi instituído em 2000 e é o maior reconhecimento do Estado pelo trabalho desenvolvido pelos artistas angolanos nas mais variadas formas de expressão artística.
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