Caiu, sexta-feira, o pano da III Bienal de Luanda para a cultura de paz, uma edição recheada de intervenções ao mais alto nível, com Presidentes e Chefes de Governo, no activo e reformados, do presidente da Comissão Executiva e do presidente em exercício da União Africana, de representantes da juventude africana, entre outros actores.
A popularidade do futebol eleva o seu Mundial à condição de evento desportivo mais seguido da humanidade, embora sejam os Jogos Olímpicos, pela multiplicidade de modalidades, a maior concentração de atletas. Atrás do fascínio da bola, correm todos os países. Das mais fortes economias às menos robustas. No entanto, povos iguais no sonho legítimo de desfilar na gala planetária.
“A paz é mais do que uma ausência de guerra. Ela significa justiça e equidade para todos como a base para se conviver em harmonia sem violência, agora, mas ainda mais para os nossos filhos e para as gerações seguintes”. As palavras são de Koichirō Matsuura, que dirigiu a UNESCO entre os anos 1999 e 2009.
Inspirado na Constituição da UNESCO, o conceito da "Cultura de Paz" teve origem em África, em 1989, no Congresso Internacional sobre a Paz nas Mentes dos Homens, realizado em Iamussucro, na Côte d'Ivoire. Desde então, a UNESCO e as Nações Unidas, engajadas em um processo que visava definir, estruturar e promover o conceito de "Cultura de Paz e Não Violência” em todo o mundo, elaboraram um compromisso que, no final da década de 1990, se reflectiu na aprovação da Declaração e Programa de Acção sobre uma Cultura de Paz.
Faltam apenas três dias para o arranque da Bienal de Luanda. O evento, que decorre nos dias 22, 23 e 24 de Novembro, na capital do país, tem como objectivo criar uma Aliança de Parceiros capazes de contribuir para a promoção da "Cultura de Paz” em África, em torno de uma causa comum: o futuro do continente africano.
Durante a actividade concebida como a principal ferramenta para criar uma parceria multiparticipativa e intersectorial, a Aliança de Parceiros por uma Cultura de Paz irá apoiar a ampliação das iniciativas emblemáticas que se provarem bem-sucedidas, no âmbito local ou sub-regional de África.
Os actores da Aliança de Parceiros são multissectoriais: Estados-membros, empresas dos sectores público e privado, fundações, bancos de desenvolvimento, Sistema das Nações Unidas, entre outras personalidades comprometidas.
Um dos principais objectivos da realização da Bienal de Luanda – "Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz”, é promover o conhecimento das várias identidades dos povos africanos e da coabitação pacífica, capacitar a próxima geração de jovens africanos como catalisadores da paz, valorizar a riqueza e a diversidade do património cultural para promover uma paz duradoura em África, bem como promover a cultura e a educação para a resolução de conflitos, e para uma sociedade mais harmoniosa.
Prevenir os conflitos relacionados com a gestão dos recursos naturais nacionais e transfronteiriços, responder às necessidades dos refugiados, repatriados e pessoas deslocadas, além de incentivar a reflexão sobre a presença de África no mundo e criar um espaço mediático para a promoção da paz e do desenvolvimento, também constam dos objectivos da Bienal.
A III edição da Bienal de Luanda vai abordar assuntos sobre educação, reconciliação, transição democrática e constitucional, segurança energética e alimentar, protecção ambiental, género e inclusão de jovens e mulheres nos centros de decisão.
O lema escolhido é "Educação, cultura de paz e cidadania africana como ferramentas para o desenvolvimento sustentável do continente”. A Bienal é uma iniciativa da UNESCO, União Africana e Governo de Angola, para assegurar a promoção de acções de prevenção da violência e a resolução de conflitos, incentivando os intercâmbios culturais em toda a África e o diálogo entre as gerações, além de trabalhar para uma apropriação e implementação individual e colectiva, diária e sustentável no continente.
O evento, que reúne representantes de governos, da sociedade civil, da comunidade artística e científica, bem como de organismos internacionais, ocorre a cada dois anos em Luanda e funciona, também, como um espaço de reflexão e divulgação de obras artísticas, ideias e boas práticas relacionadas à cultura de paz.
A iniciativa reforça a implementação dos Objectivos 16 e 17 da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e das 7 Aspirações da Agenda 2063 da União Africana, em particular o programa Silenciar as Armas até 2033, além de contribuir para a implementação da Estratégia Operacional da UNESCO para a Prioridade Africana (2014-2021), com o objectivo de fornecer respostas africanas às transformações que afectam as economias e as sociedades do continente.
A I edição da Bienal de Luanda "Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz", que decorreu de 18 a 22 de Setembro de 2019, foi uma celebração de diversos valores africanos, crenças, formas de espiritualidade, conhecimento e tradições que contribuem para o respeito dos direitos humanos, diversidade cultural, rejeição da violência e desenvolvimento de sociedades democráticas.
Já a segunda edição, de 27 de Novembro a 2 de Dezembro de 2021, foi organizada em torno de quatro eixos: o Diálogo Intergeracional (para construir pontes entre gerações dedicadas a uma África pacífica); Fóruns Temáticos (para inspirar a implementação de programas emblemáticos para África); Festival das Culturas (espaço que serviu de intercâmbio das identidades culturais de África e suas diásporas); Aliança de Parceiros (promoveu a parceria Global por uma Cultura de Paz e não Violência).
*DIRECTOR EXECUTIVO
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LoginA terceira edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, também algumas vezes designado Bienal de Luanda para a Cultura de Paz em África, chega hoje ao fim depois de três dias de intensas e proveitosas abordagens sobre as melhores vias, sobre o caminho mais certo a seguir para garantir a estabilidade política e social no continente como rampa segura para o progresso e desenvolvimento.
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