Opinião

Valorizar o capital humano como acção estratégica para o desenvolvimento sustentável

O termo capital humano surgiu a partir de um artigo publicado na revista American Review, no ano de 1961. Theodore W.Schuhltz, um professor do Departamento de Economia da Universidade de Chicago – considerado o pai do capital humano – baptizou o seu trabalho de “Investment in capital”, cuja tradução livre do inglês para português é “investimento em capital humano”.

17/09/2023  Última atualização 09H33

Este recurso conceptualmente pode ser entendido como o bem mais precioso que uma organização (empresa pública/privado) ou instituição pode ter. Por via disso, a sua representação é o valor acrescentado pelos profissionais, por meio dos seus conhecimentos e experiências técnicas, consubstanciados no comportamento e respectivas competências individuais, exercício de funções/actividades que favorecem o desenvolvimento sustentável, que se consubstancia na dimensão económica, ecológica, sociocultural, psicológica, territorial e etc.

Para o nível de desenvolvimento de um  país, há muito que se defende que o nível do capital humano tem influência no crescimento económico. Contudo, avaliar a amplitude desse impacto tem vindo a demonstrar ser bastante complexo, mas o consenso tende a convergir para a defesa de uma relação entre o capital humano e o desenvolvimento do país (QREN,2000).

Outrossim, se fundamenta do objectivo de se proporcionar o investimento nesta área, obter-se o máximo desempenho, desenvolvendo continuamente as competências necessárias para o exercício de cada função e evoluir em conformidade as demandas do mercado.

É um caminho longo a percorrer em vários domínios do saber. Mas são notáveis os ganhos sobre esta temática, com a assumpção do Estado, radicado num histórico, desde os anos 70/80/90, que expressivamente visou o envio para o exterior do país de adolescentes e jovens (entre mulheres e homens), como prioridade para lá se formarem nos diferentes ramos do saber; quer técnico quer científico.

Ao longo dos anos, julga-se possível comprovar a relevância desse recurso, enquanto potencial forte de vantagem competitiva para as empresas públicas, privadas e não só. Sendo que o investimento neste âmbito deve ser avaliado em consciência e ciência, como um activo e deixar de ser percebido ou interpretado como um custo.

Nesta perspectiva, torna-se necessário aumentar os níveis de qualificação, sobretudo no actual contexto, em que a economia mundial está em mudanças, cujas previsões são cada vez mais falíveis. Existindo, para tanto, um vasto consenso em torno daquilo que os países devem fazer para promover o desenvolvimento e crescimento económico, traduzindo-se no alinhamento de valores intrínsecos com a visão do futuro e ao mesmo tempo dos efeitos do caos externo.

Para Domingos e Neves (2008), o capital humano é um activo de magnitude na cadeia de valor da organização (empresa público/privado), partindo de pressupostos que os novos produtos ou processos podem ser criados ou mesmo reinventados, possibilitando, desta forma, maior poder de competividade frente a um mercado cada vez mais competitivo.

Os especialistas advogam três pilares do desenvolvimento económico: o primeiro, que se consubstanciam no desenvolvimento do capital humano por via do incremento na educação, em tecnologia e investigação; o segundo, que tem a ver com o alavancar das infra-estruturas para propiciar as actividades, traduzido na produção e captação de investimento estrangeiro; e o terceiro pilar refere-se ao aspecto ambiental, pela sua interacção com o desenvolvimento das cidades.

Estas premissas, desde que racionalizadas, podem contribuir para as exigências estratégicas, como contrapeso para arregimentar os pilares de fortalecimento da economia nacional, com o foco na exportação. Porém, em conformidade com a profissão de cada um, devem demonstrar utilidade na comunidade, agindo com responsabilidade e como repto as normas estabelecidas na organização (pública e privado) e instituições.

Neste aspecto, a pertinência sobre a valorização resulta da contribuição para a motivação e engajamento dos colaboradores. Quando se privilegia a sistematização de acções formativas, estes se sentem valorizados e reconhecidos.

As relações equilibradas subjacentes em incentivo aos cuidados com a saúde física e mental, a cultura do feedback e as boas relações profissionais estimulam a melhoria da performance laboral. Este processo também radica sobre os valores éticos que devem reflectir a identidade do local de trabalho e se orienta o comportamento destes, consubstanciado na responsabilidade, honestidade, respeito e integridade. Por exemplo, não se apropriar indevidamente do que não é seu, respeitar o convívio social, etc.

Todavia, sem a avaliação de desempenho a sistematização de resultados é quebrada e são violados os direitos e as obrigações funcionais.                           


Joaquim Xanana-Psicólogo

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