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A problemática das línguas nacionais esteve em debate, terça-feira, no colóquio sobre “Línguas de Angola, Identidade e Soberania”, que juntou vários académicos e estudiosos angolanos no auditório do Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda.
As questões ligadas à valorização das línguas nacionais como factor para a identidade cultural voltaram a ser evidenciadas durante o colóquio, aberto pelo director do Instituto Nacional de Línguas Nacionais, José Domingos Pedro, em representação do ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau.
Na ocasião, José Domingos Pedro disse que as línguas nacionais " são um suporte fundamental da nossa identidade cultural”, acrescentando que é através delas que a maioria dos angolanos melhor se exprime.
Para o responsável da Cultura, o colóquio é uma iniciativa gratificante, pois vai permitir prestar um olhar mais atento para o mapa linguístico de Angola, ver o que se tem em matérias de línguas no país e abordar a questão da elaboração de uma política para essas questões.
"Como sabemos, o país está em vias de desenvolvimento e é importante buscar qual a melhor maneira dessas línguas contribuírem para o desenvolvimento do país”, disse.
Para o chefe do Departamento de Investigação Científica do Memorial, Marcelo Sebastião, um dos grandes objectivos do colóquio foi congregar historiadores e todos aqueles interessados pelo assunto para uma reflexão sobre a temática relativa às línguas nacionais.
"A cultura linguística de Angola traz consigo muitas dúvidas, por isso decidimos organizar o colóquio para que possamos encontrar soluções para reflectir e conciliar as diversas grafias existentes nas línguas nacionais”, disse.
Albano Cufuna, professor de História e um dos prelectores do colóquio, abordou aspectos relativos à língua materna. O académico compreende que a língua materna é aquela que é falada pelos nossos progenitores, ou seja, aquela que a criança aprende em casa com os pais desde cedo, antes mesmo de frequentar a escola.
"As línguas nacionais são muito importantes, pois servem como identidade cultural, através das quais conseguimos distinguir a origem de cada pessoa, quer seja através do nome ou da forma de falar”, disse.
Por sua vez, a historiadora Maria da Conceição Neto trouxe para reflexão temas como línguas vivas, mortas e bloqueadas. Para a historiadora, as línguas vivas são aquelas que ainda são faladas de forma corrente por muitos motivos; tendo considerado as línguas mortas como aquelas que já não são faladas pelos povos e as bloqueadas aquelas que estão em vias de extinção, ou seja, faladas pelos povos em vias de extinção.
A historiada considera uma situação emergente a questão da contínua promoção das línguas nacionais. "Essas línguas precisam de políticas mais activas, para evitar a sua extinção”, alertou.
Implementação nas escolas
O director do Instituto Nacional de Línguas Nacionais, José Domingos Pedro, garantiu que a sua instituição vai aproveitar o colóquio para que as contribuições saídas do encontro possam enriquecer a proposta do Ministério da Cultura e Turismo relacionada com a Lei das Línguas de Angola, pois, como afirmou, "é uma Lei mais abrangente, que inclui não só as línguas angolanas de origem africana, mas também a língua portuguesa, língua gestual angolana e o sistema ‘Braille’”.
Este projecto de lei, disse, procura ser o mais abrangente e inclusivo possível, acrescentando que no que diz respeito à possibilidade da implementação das línguas nacionais nas escolas, "já é uma orientação do Ministério que se estude a possibilidade da implantação das línguas nacionais no sistema de ensino. Já há uma experiência piloto que está a ser levada a cabo pelo Ministério da Educação”.
José Domingos Pedro disse que já existe, em todo o país, uma experiência piloto para a implementação das línguas nacionais, nomeadamente umbundu, kimbundo, kikongo, tchokwe e nganguela, na primeira, segunda e terceira classes.
O responsável destacou ainda algumas tarefas do Executivo relativas à promoção e à valorização das línguas nacionais. "De acordo com a política cultural de Angola, são tarefas do Executivo angolano promover o acesso ao ensino e ao uso das línguas de Angola, corrigir o défice provocado pela política de assimilação colonial e pela situação de guerra que o país viveu, fomentar e apoiar a criação literária artística em todas as línguas faladas no país, bem como prosseguir o estudo científico das línguas de Angola, conferindo-lhes dignidade institucional”.
Durante o colóquio foram apresentados os temas "Línguas maternas ou nativas”, por Albano Cufuna, "Alguns princípios a observar no processo de construção política linguística”, por Paula Henriques, "Línguas vivas, línguas mortas e línguas bloqueadas - Reflexão sobre a questão linguística em Angola e mais além”, por Maria da Conceição Neto, "Historiografia e (des) Valorização das línguas de Angola”, por Peres Sasuku.
Foram ainda apresentados os temas "A valorização da lexicultura dos Antropónimos em língua angolana”, por Ana Pita Grós Martins da Silva, "As línguas olunhaneca, herero e oshihambo”, por Ovídio Pahula, "Problemática do ensino em contexto de multilinguismo em Angola: problemas e soluções ", por Maria Helena Miguel, "As ditas línguas nacionais”, por Pedro Ângelo da Costa Pereira, e "Línguas de Angola : Dúvidas e dilemas”, por António Fonseca.
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