Opinião

Uma homenagem às vítimas do comércio de escravos

Hoje prestamos homenagem às vítimas do tráfico transatlântico de escravos. O empreendimento maligno da escravidão durou mais de 400 anos. Milhões de crianças, mulheres e homens africanos foram traficados através do Atlântico, arrancados de suas famílias e terras natais – suas comunidades dilaceradas, seus corpos mercantilizados, sua humanidade negada.

25/03/2023  Última atualização 08H05
© Fotografia por: DR

A história da escravidão é uma história de sofrimento e barbárie que mostra o pior da humanidade. Mas também é uma história de coragem inspiradora que mostra os seres humanos no seu melhor – começando com pessoas escravizadas que se levantaram contra probabilidades impossíveis e estendendo-se aos abolicionistas que se manifestaram contra esse crime atroz.

Ainda assim, o legado do comércio transatlântico de escravos nos persegue até hoje. Podemos traçar uma linha recta desde os séculos de exploração colonial até as desigualdades sociais e económicas de hoje. E podemos reconhecer os tropos racistas popularizados para racionalizar a desumanidade do tráfico de escravos no ódio da supremacia branca que ressurge hoje.

Cabe a todos nós lutar contra o legado de racismo da escravidão. A arma mais poderosa do nosso arsenal é a educação — tema da comemoração deste ano. Ao ensinar a história da escravidão, ajudamos a nos proteger contra os impulsos mais perversos da humanidade.

Ao estudar as suposições e crenças que permitiram que a prática florescesse por séculos, desvendamos o racismo de nosso tempo. E ao homenagear as vítimas da escravidão, nós restauramos alguma medida de dignidade para aqueles que foram impiedosamente despojados dela.

Hoje e todos os dias, vamos nos unir contra o racismo e juntos construir um mundo no qual todos, em todos os lugares, possam viver com liberdade, dignidade e direitos humanos.

*António Guterres Secretário-geral da ONU |*

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