Os efectivos da Polícia Nacional e membros Militares e Civis da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) participam, em Luanda, desde segunda-feira a 6 de Outubro, numa acção formativa multidimensional de logística denominada "Nguizani Logex".
Socorro-me da máxima do antigo Presidente americano, John F. Kennedy, segundo a qual “às vezes, é preciso parar e olhar para longe, para percebermos o que está perto de nós”, à guisa de início destas linhas escritas no calor da nostalgia, que contrasta com o frio do Lubango, poucos dias depois de deixar a Redacção Central do Jornal de Angola, em Luanda
Estive na capital do país no quadro de uma iniciativa do presidente do Conselho de Administração da empresa Edições Novembro, Drumond Jaime, de intercâmbio entre os quadros das direcções provinciais e da sede, em Luanda.
Estar
naquela gigante redacção, num primeiro instante, "assusta”. É grande demais
para um pequeno repórter "provinciano”,
pensei à chegada. Primeiro, pelo tamanho,
comparativamente à redacção do Lubango, na Huíla. Segundo, pelo desafio de qualquer repórter de Luanda
escrever sempre cônscio de que o faz
para as páginas da edição do dia seguinte. Foi preciso encarnar o espírito.
Na Redacção Central, cujo secretário é o veterano jornalista António Félix, a brincadeira tem hora. Podes brincar quando quiseres, mas não ouse fazer brincadeiras na hora de ponta, quando todos estão concentrados a escrever e a organizar os fragmentos noticiosos. Dele ou de um outro editor de fecho vem a justa e necessária reprimenda. Todo o cuidado é pouco.
É na Redacção Central onde o jornalista deve aplicar, no espírito e na letra, as técnicas e os conhecimentos do livro "A arte de fazer jornal diário”, do jornalista brasileiro Ricardo Noblat. Quem é do interior do país, como eu, que ainda não leu este manual de apoio jornalístico, convém fazê-lo, caso se queira impor naquele meio, onde a notícia é uma batata quente sempre à solta, para evitar queimaduras nos dedos.
É aqui onde percebemos também que a família não é só a consanguínea, porque o espírito de entreajuda e de união reina ali na Redacção Central. Aliás, sempre que precisei de ajuda estava um colega disponível para o efeito. Para ter uma ideia, cada jornalista na redacção tem no seu computador credenciais de utilizador, ou seja, o "ID” de acesso. Durante quase 15 dias não foi necessário a área de informática criar uma senha de acesso para mim. Usei credenciais de qualquer colega presente para trabalhar e em qualquer computador vago (excepto dos editores).
César Estêves, Nilza Massango, Manuela Gomes, Pedro Bica, Omar Prata, o editor Faustino Henrique, Mazarino da Cunha e tantos outros apoiaram-me com as suas credenciais, sempre que fosse usar um computador para redigir um texto ou tratar de fotografias.
O nível de solidariedade entre colegas ultrapassa as barreiras da competitividade profissional. Vi a Nilza Massango a "dar fuba”, diga-se, a extrair o áudio da cobertura feita pelo colega da Editoria Política Mazarino da Cunha, como forma de o ajudar a despachar, enquanto este tratava de outro material para ganhar tempo.
Vi outros colegas a fazer o mesmo, com normalidade, dentro do espírito de entreajuda, cujo objectivo último é o de assegurar a entrega do material a tempo ao editor e garantir ao cidadão o direito à informação. São detalhes que chamam a atenção sobre a importância da união. De outro modo, quem nunca se viu aflito para extrair vários áudios dum evento? Na Redacção Central, pode ter a mão da Nilza Massango, da Edna Dala ou de qualquer outro colega disponível.
Sobre o intercâmbio em Luanda, a experiência valeu, pois foi uma oportunidade de aprendizagem com companheiros de trincheira, desde jornalistas mais experientes até estagiários. Serviu também para perceber que todos são importantes no processo.
Isso é visível logo pela manhã, com os motoristas, que asseguram o direito ao transporte de casa para o serviço e vice-versa, fazendo com que o funcionário não despenda dinheiro do seu bolso para ir trabalhar (seria bom que fosse também assim nas "províncias”, onde, ao que se sabe de muitas direcções, os carros apoiam mais pessoas alheias à empresa do que os colaboradores. Quão evoluídos estaríamos socialmente!).
O edifício do Jornal de Angola está totalmente remodelado. Perdi-me nos primeiros dias para chegar à Redacção ou ao gabinete da sempre prestativa Teresa Alexandre, das Relações Públicas. A superestrutura está empenhada na criação de condições materiais e sociais para que o trabalhador esteja focado na produção e na produtividade, ao invés de se preocupar com questões básicas como pegar o táxi de ou para casa.
A felicidade dos trabalhadores, fundamental para o desempenho e aumento da performance profissional, está resgatada. As direcções provinciais precisam de ser monitorizadas ou orientadas para seguirem a mesma dinâmica. No interior, há poucos quadros, mas é onde mais dificuldades e barreiras impostas impedem o progresso e desmotivam os quadros.
O presidente do Conselho de Administração é uma pessoa de fácil acesso. É impossível interagir com ele e ficar alheio ao que o homem pretende para a empresa. Drumond Jaime não se fecha em copas, tão pouco tem complexos de superioridade. Deve ter-se negado a "engolir o rei” quando alguns lhe tentaram impingir. É um líder que dá abertura aos funcionários, com ideias construtivas, no sentido de estes apresentarem contribuições, visando o desenvolvimento da empresa. Sabe ouvir. Presta atenção às preocupações dos funcionários. "O que adianta eu ter o melhor apenas para mim quando todos são importantes para o sucesso da Edições Novembro? Por isso, Mucuta, fala se alguma coisa vai mal, porque essa empresa é também tua”, chama atenção o PCA.
É incrível como, coincidentemente, o administrador para a Área de Conteúdos, Cândido Bessa, os editores Augusto Cuteta, Adriano de Melo e Sérgio Chivaca e os repórteres com quem conversei reforçaram essa ideia em conversas separadas.
Ou seja, este espírito de posse colectiva e de irmandade está generalizado em Luanda. Há mais atenção e valorização na política de gestão das pessoas. É estando em Luanda que se percebe, de facto, a dimensão desta grande empresa de Comunicação Social. A dinâmica em curso dissipa dúvidas e acalenta esperanças de que se está a resgatar e a promover a união para que sejam alcançados os resultados preconizados.
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