Quando, em 2017, João Lourenço elegeu a corrupção, o nepotismo, a bajulação e a impunidade como os principais males a combater durante o seu mandato como Presidente da República, poucos acreditaram que esta aposta tivesse pernas para andar.
Estive recentemente nas Ilhas Maurícias, tidas por muitos como um paraíso na Terra. Voei para lá a partir do Dubai. Quando esperávamos pelo voo notei grupos de polacos, russos — muitos turistas da Europa do Leste que tinham fugido do inverno do Hemisfério Norte.
Afinal, e como parece óbvio e insuspeito para quem trabalha em comunicação, nem tudo o que brota das redes sociais é mau.
Ouço muitas pessoas insurgirem-se contra as redes sociais, como se estas fossem uma pura personificação do diabo. É claro que devemos sempre relativizar pois temos os dois lados de uma moeda, dependendo por isso do olhar e da utilidade que lhe dermos.
Vem isso a propósito de um grupo do Whatsapp de que faço parte, como membro e administrador. O grupo nasceu algures em Junho de 2015, numa conversa, no tal Whatsapp em que estava eu, o Gilberto Luther e o Osvaldo Macaia.
A intenção era criarmos uma plataforma de reflexão sobre o país, juntando alguns amigos, fossem eles kotas ou nossos contemporâneos. Mas o meu benquisto amigo Gilberto Luther, irrequieto e sempre irreverente, não se ficou pela conversa. Naquele mesmo dia, umas horas depois, fez nascer o Social and Economics Reflections, que na tradução literal seria então um grupo de Reflexão sobre assuntos sociais e económicos.
De lá para cá, o S&ER foi cimentando o seu espaço na vida dos membros do grupo, funcionando como uma verdadeira plataforma de reflexão sobre o país e notabilizando-se pela realização de alguns eventos com a participação dos seus membros ou convidados onde são debatidos diversos temas. A pandemia arrefeceu este ímpeto, mas tudo indica que poderão retomar os jantares conferência, brunch ou o "Conversas com propósito”.
Hoje o S&ER estabilizou em torno de 80 membros, de várias origens sociais e profissionais, sendo um requisito o facto dos seus membros serem apenas angolanos, nalguns casos espalhados em outras geografias.
Quando se criticam as redes sociais, fundamentalmente entre os adultos, aborda-se o facto desta consumir demasiado tempo, nalguns casos pondo em causa a produtividade. Esperemos todos que não esteja a acontecer isso com os seus membros, todavia, o grupo tem continuado bastante animado discutindo-se um pouco de tudo, algumas vezes em tom elevado, tal foi o exemplo do período eleitoral.
Ora, como é praxe, o S&ER realiza uma actividade de final de ano e na passada sexta-feira, 02 de Dezembro, no terraço do Instituto Sapiens, ocorreu o S&ER talks, num sunset beneficente. Desse modo, foram escolhidos sete membros do grupo que, ao estilo do TEDx, estiveram a fazer partilhas da sua visão social e cultural, nalguns casos histórias de vida ou ainda experiências marcantes.
Então, subiram ao palco confrades entre os quais Job Vasconcelos, com o tema "Aventuras por Angola", Ângela Bragança com "Solidariedade e Empatia", Helena Prata falando sobre "O poder das redes sociais", Jeremias Agostinho sobre "Cuidados de saúde primários: que desafios?", Xunu Pinto Aragão sobre "O poder da auto-responsabilidade", Joaquim Ferreira dos Santos abordou sobre "Inclusão social pelo desporto", e Pulqueria Van-dúnem terminou com o tema "Bullying".
A actividade bastante descontraída contou com o leilão de um quadro intitulado "Um só Caminho” a obra de matriz intervencionista retrata a resiliência e irmandade, licitado no valor de 800 mil kwanzas.
Ora, o valor do quadro e as contribuições dos membros do S&ER servirão para apoiar três instituições e projectos de cariz social como: Angola Rescue e o projecto Mães Unidas e Solidárias de Angola que serve diariamente 1500 refeições entre a Maternidade Lucrécia Paim e o Hospital Pediátrico David Bernardino; o Posto de Assistência Francisco de Assis que ajuda uma comunidade carenciada na localidade do Zango e o Clube Escola Desportiva Formigas do Cazenga.
O que me parece bastante relevante é que afinal as redes sociais não servirem apenas para blá…blá…blá… podemos fazer coisas edificantes, um verdadeiro empreendedorismo social; em segundo lugar, os grupos podem ajudar o Estado e as comunidades de modo particular a resolver os seus problemas. No final do dia, como se resumiu de algumas apresentações, de nada valerá o nosso agir se não tocarmos ou impactarmos positivamente na vida das pessoas. A solidariedade e a empatia impõem-se, não só agora que estamos em vésperas do natal, mas sobretudo agora.
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