O julgamento do “caso Lussati”, que envolve militares e funcionários civis ligados à então Casa Militar do Presidente da República, desde há algum tempo redenominada Casa Militar, começou ontem em Luanda no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
Quando correu a fuga para o domínio público do "draft" do documento que estava a ser "cozinhado" pelos juízes do Tribunal Supremo americano, um facto sem precedentes no sistema de Justiça dos Estados Unidos ao mais alto nível, muitos encararam tal incidente como uma tentativa de sectores pró-aborto medirem a pulsação e a reacção pública, ante a perspectiva de revogação da histórica decisão judicial conhecida por Roe v Wade.
As ondas fazem das suas tornando o mar caprichoso que, repetidas vezes, “tira a língua fora” como se fizesse caretas aos homens que a ele se aproximam: nesta época do ano chove e necessário é regar cada gesto e cada projecto para que, no futuro mais próximo, haja prosperidade.
Ninguém ignora que temos
diante nós o desafio de ter que enfrentar uma nova ordem de valores
civilizacionais, de ter que interpretar uma nova ordem geopolítica
internacional, de ter que desenhar um novo horizonte de expectativas mais
realistas, de ter que reinventar as atitudes existenciais, como indivíduos e
como colectivo: para tal falta uma boa dose de ousadia, de sonho e de
romantismo.
As nuvens se dispersam por
trás das montanhas e o horizonte é uma linha de água azul-cobalto que sai de
Oeste a Leste. Sucessivas vagas fazem piruetas num mar inquieto como se elas
pressentissem que os homens procuram ter poder, sem saber que, afinal, é o que
menos sabem utilizar: que engenho é esse que só traz desassossego e tensão? Que
prerrogativas são estas que ele dá que, ao ser possuído por alguém, - indivíduo
ou grupo de pessoas - passa a exigir ser idolatrado? Que sina é esta que
deveria ser para servir e que, vezes sem conta, termina utilizando-o para se
servirem?
O mar tem águas claras e águas escuras:
transparentes e legítimas serão as escolhas de cada um, opacas são as razões que
obrigam a quem deveria fazer o contrário, depois, ser egoísta e abdicar dos
compromissos. Sem saber disso, lá longe, as crianças desafiam a correnteza, o
vem e o vai das ondas sem querer saber quais as consequências da instabilidade
e do caos.
Dá gozo ser empurrado pelas
águas e desfrutar com o balançar delas como se houvesse molas por cima da areia
que pisamos e flutuar fizesse parte da vida. As redes dos pescadores, que
passaram a noite entre o salgado das águas baloiçam como se o horizonte
trouxesse as águas às margens: quem resgatará o espírito romântico e
revolucionário que tivemos noutras épocas?
A luta e a vida continuam:
indefesos e desarmados ficamos entregues à altura e as oscilações da maré, às
reviravoltas de iluminados que elegemos ou aceitamos que nos governem, sem
partilhar o poder connosco, sem valorizarem as pessoas e os sítios onde reside,
de facto, a soberania real: quem aspirará a erradicar a fome e a pobreza como o
mais alto corolário de paz? Quem obnubilará o desfile de vaidades insossas? De
quem estamos à espera desta vez?
O verde da vegetação à
beira-mar, no início dos mangues, ao lado de pântanos e lagoas enlameadas
depois das chuvas; as vendedeiras de peixe, de marisco e de caracóis secos que
passam com os filhos adormecidos às costas com os seus pequenos bonés à cabeça
a proteger-lhes do sol ardente que, ora sim ora não, espreita entre o nublado
céu; a brisa que faz mexer as folhas das árvores emulando o balanço das ondas
do mar: são testemunhas do tempo que passa e da bonança que tarda em chegar às
maiorias decisivas.
O cheiro à maresia vem a mim
enquanto escrevo e o meu olhar sobrevoa a paisagem, as pessoas e as coisas à
volta: vejo tudo mais claro, a sombra que se estremece com o pára-sol e o
cidadão no baloiço entre as suas múltiplas vidas, - as que pode ter, as que
deveria ter e as que simula ter-, fazem parte dos rituais de sobrevivência, que
permite sobrelevar as agruras e os prazeres do quotidiano.
Portanto, fracassadas que as utopias do último terço do século passado estão, quando as ideologias se revelaram insuficientes e não nos servem para nada, resta-nos o sentido comum e o romantismo: talvez, eles permitirão construir uma nova narrativa que sirva de bússola, que dê sentido tanto aos sonhos que temos como aos actos que praticamos, que indique o caminho que queremos percorrer independentemente da fúria dos mares da vida.
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LoginA grande imprensa ocidental, ocupada, ao invés de fazer jornalismo, em participar do esforço de guerra para, alegadamente, salvar a democracia na Ucrânia, não lhe deu a devida importância, mas nos passados dias 23 e 24 de Junho estiveram reunidos em Pequim os representantes dos cinco países que compõem os BRICs: China, Índia, Rússia, África do Sul e Brasil.
A concordância deve ser entendida como a identidade de género, entre certas palavras, e de número e pessoa, entre outras. Define-se como «a partilha de traços gramaticais como o género, o número e a pessoa, entre dois ou mais elementos estruturais». (Eliseu, 2008, p. 69).
Começaram a acontecer online, via a plataforma Zoom com o ID 6985716385 e a senha de acesso AAL2022 e em tempo de pandemia da Covid-19, daí que até agora tenham um lado familiar e intimista em consonância com o à vontade com que, normalmente, estão todos.
"Estamos diante de mais uma oportunidade de analisarmos tudo o que fizemos para garantir o cumprimento das metas definidas pelas Nações Unidas em termos da redução da poluição marinha, da protecção dos ecossistemas marinhos e costeiros, da redução da acidificação dos mares, do fim da pesca excessiva e da pesca ilegal", lembrou o Presidente da República, João Lourenço, ontem, em Lisboa, durante a intervenção na II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, Lisboa, Portugal.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, nesta quarta-feira, um médico do Hospital Provincial do Uíge, por actos de corrupção e recebimento de indevido de valores para a comparticipações na compra de sémis prótese e fio de aço no valor 70 mil kwanzas.
O Banco Nacional de Angola aumentou de dois para cinco mil dólares por mês, o valor máximo referente às transferências para o exterior do país, envidas sobretudo para ao apoio familiar por via de instituições não bancárias.
Na mensagem, o Presidente da República, João Lourenço, ressaltou: "temos sabido projectar, pela acção de cada um dos nossos países e dos seus respectivos povos, um presente e um futuro de cooperação multidisciplinar que se vem revelando profícuo e promissor, nas diferentes áreas da vida económica, social e política das nossas Nações".
O Chefe de Estado, João Lourenço, considerou, esta manhã, em Lisboa, preocupante o estado de saúde do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, que se encontra em tratamento em Barcelona, Espanha.