Celebra-se, hoje, em todo o planeta Terra, o Dia Mundial do Turismo, data instituída pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em 1980, em celebração do aniversário de uma década do Estatuto da Organização Mundial do Turismo. Em Angola, obviamente, a data não passa despercebida.
A perspectiva do reforço das relações, em matéria de Defesa e Segurança, entre Angola e os Estados Unidos ganha um novo élan com o início, de uma visita de trabalho do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, um desenvolvimento interessante e oportuno, no âmbito da conjuntura geopolítica mundial.
Quando, há alguns meses, a UNITA lançou a “provocação” do processo de destituição do Presidente da República, algumas vozes, entre as quais a nossa, defenderam uma resposta diferente da habitual troca de galhardetes entre políticos.
Fazer comunicados de imprensa ou discursos inflamados no Parlamento, tal como manifestações de apoio dos militantes ajudariam unicamente a colocar o tema da destituição na agenda política, como a UNITA pretendia, quando o Governo precisava de dar uma resposta que melhorasse a sua actuação.
Mais do que uma resposta política, o Governo precisava de identificar outras causas de insatisfação que não estivessem directamente viradas à situação económica. E aqui não parecem existir muitas dúvidas, o estilo de governação pouco dialogante, os sinais de pouca parcimónia nas despesas e os excessos causam uma grande irritação dos cidadãos.
Por mais que a iniciativa da UNITA convidasse o partido no poder a uma resposta política de igual radicalismo, alguma serenidade recomenda que o Governo seja capaz de reflectir sobre os altos níveis de insatisfação com a governação e, enquanto as soluções económicas não chegam, as medidas e atitudes que podem ser tomadas para não agravar ainda mais essa insatisfação. Uma mudança no estilo de governação é urgente. Pretende-se um Governo mais dialogante, mais próximo dos cidadãos e que ande mais no terreno, a acompanhar a execução dos projectos e a ver concretizadas as medidas que traça.
Nas últimas semanas, a actuação do Presidente da República comprova que tínhamos razão. João Lourenço encetou um diálogo, até agora nunca visto no seu mandato, com empresários, líderes religiosos e representantes da sociedade civil. O palácio abriu as suas portas a grupos de interesse que nunca lá tinham estado. E esperemos que esse sentido de abertura se aprofunde ainda mais. Nota-se, igualmente, que o Presidente anda mais pelas províncias, visitando os projectos e garantindo que eles sejam cumpridos nos prazos estabelecidos.
Talvez seja cedo para afirmar este movimento como uma mudança efectiva, mas estamos aparentemente em presença de alteração do seu estilo de governação. Aparentemente, deixamos de ter um Presidente muito virado para as reuniões de coordenação com a equipa governativa para um Chefe de Governo mais disponível a ouvir o que pensam os líderes intermédios da sociedade, incluindo os que estão fora dos circuitos habituais; mais disponível a falar e a ser interrogado pela imprensa e também mais disponível a acompanhar o andamento das grandes obras públicas do país, com mais visitas no terreno dos acontecimentos.
Essa mudança, se efectivamente se concretizar, só pode ter como resultado a subida dos níveis de satisfação dos cidadãos com a governação e uma melhoria significativa nos resultados a alcançar. Num contexto em que as instituições ainda não são suficientemente fortes, a forma como as lideranças se comportam acaba por ser determinante para o sucesso dos processos e movimentos do país. Isso quer dizer que as lideranças do país, a começar pelo Presidente da República, deveriam enveredar por uma governação pelo exemplo, para que os processos possam conhecer avanços mais rápidos. O facto de o Presidente da República dialogar e auscultar a sociedade ou visitar as diferentes províncias do país vai, com toda a certeza, levar a que os ministros, os governadores provinciais e outros dirigentes façam o mesmo. Sempre houve, entre nós, a tendência para a réplica dos comportamentos dos principais dirigentes do país e isso aplica-se nas coisas boas e más. Essa é a consciência que o Presidente tem de ter. Infelizmente, ainda é assim, mas para as coisas realmente mudarem, o Presidente tem de dar o exemplo. Do mesmo modo que os projectos em curso precisam de uma visita do Presidente da República, todas as grandes mudanças precisam de exemplos vindos de cima. Se o Presidente passar a encurtar o número de pessoas das suas comitivas, certamente teremos esse efeito nas comitivas dos ministros e governadores. Copiando os exemplos de cima, hoje também os governadores provinciais andam acompanhados de longas filas de carros de alta gama, ambulâncias, batedores, como se fossem "os Presidentes da República” nas províncias. O exemplo vem de cima. As delegações presidenciais, desde os grupos de avanço até ao número de ministros e empresários, precisam de ser muito encurtadas. Em vez de centenas de jeeps, os governantes que acompanham o Presidente deveriam andar de autocarros como sinal de parcimónia e austeridade. Numa altura em que o cidadão passa por tantas dificuldades, até para a alimentação, a exibição de jeeps de alta cilindrada é insultuosa e desrespeitosa para com os cidadãos. Outro sinal que deveria vir de cima seria andar pelo país de carro. É preciso tentar levar uma vida mais próxima da que leva o cidadão comum: usar as estradas esburacadas do país; ir aos restaurantes que demoram uma eternidade para servir o cliente; ir às praças donde vem o alimento mal conservado e sem higiene dos cidadãos; dar mostras de redução dos gastos e dos luxos desnecessários.
Se o exemplo não vier de cima, os nossos ministros não vão passar férias em Angola, como tanto precisa o nosso turismo. Nenhuma empresa pública vai contratar artistas angolanas ou comprar unicamente produção nacional. Se não houver exemplo de cima, nunca chegaremos ao estrito cumprimento dos horários, e os ministros, governadores, secretários de Estado, até embaixadores, vão continuar a "vender” a absurda ideia de que um chefe precisa de se fazer esperar.
Obviamente, a visão concentrada na figura do líder enfraquece a estratégia de fortalecimento das instituições. Tornar as instituições fortes, leva tempo. Há, no imediato, necessidade de alterações que não podem esperar. Pedem-se, por isso, líderes visionários, que queiram fazer a diferença e que usem os exemplos da sua própria actuação como forma de conduzir a sociedade.
Com as visitas do Presidente da República aos projectos em construção, talvez tenhamos alguns prazos das obras cumpridos. Não há memória de tanto sucesso no cumprimento dos prazos. Não há dúvidas: os exemplos vêm de cima.
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