O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
A onda de contestação sem precedentes que algumas potências ocidentais enfrentam em África, traduzida em mudanças político-constitucionais, legais, por via de eleições democráticas, como as sucedidas no Senegal, e ilegais, como as ocorridas no Níger e Mali, apenas para mencionar estes países, acompanhadas do despertar da população para colocar fim às relações económicas desiguais, que configuram espécie de neocolonialismo, auguram o fim de um período e o início de outro.
A província do Cuando Cubango foi, durante anos, chamada de “terras do fim do mundo”, devido ao estado em que se encontrava após o longo conflito no país.
Assolada durante muito tempo pela guerra e pelo conflito armado, o Cuando Cubango ainda vive as sequelas e a realidade do pós-guerra, mas vai reerguendo-se e as autoridades locais já a consideram como "terras do progresso”.
O Cuito Cuanavale é um dos municípios do Cuando Cubango que sofreu bastante os efeitos do conflito armado no país, não fosse lá o palco de uma das maiores e mais célebres batalhas registadas no país e onde o então exército racista da África do Sul foi derrotado militarmente, dando lugar ao fim do regime do apartheid e a libertação de Nelson Mandela, bem como a aceleração do processo de independência da Namíbia.
A semelhança do que acontece um pouco por toda a província, o Cuito Cuanavale também vai dando o ar da sua graça no que ao desenvolvimento diz respeito.
Vários projectos estão traçados para fazer daquele local conhecido internacionalmente um sítio bom para se viver. Um deles é aquele com o qual o Executivo pretende fazer do Cuito Cuanavale um dos maiores roteiros turísticos da África Austral.
Para a materialização deste projecto vai ser gizada uma série de acções, destacando-se a inventariação do património histórico-militar, mapeamento, preservação, construção de infra-estruturas para simbolizar os monumentos históricos, divulgação, valorização e rentabilização de todo o arsenal de guerra usado durante os conflitos.
Vai tratar-se de um projecto único a nível da região, pois, como referiu Rui Lisboa, presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Gestão para a Região do Okavango (ANAGERO), a criação do roteiro turístico de libertação da África Austral será um elemento diferenciador, comparativamente a de outros países da região do Okavango, cujo produto turístico assenta somente no potencial natural.
A criação deste roteiro destaca-se pelo facto de proporcionar oportunidades de integração de ex-militares no sector turístico, como guias turísticos, para além de inúmeras oportunidades de negócios para os empresários nacionais e estrangeiros.
Depois de criadas as condições essenciais para a implementação do roteiro, os empresários terão, no Cuito Cuanavele, mais uma opção de investimento no sector do Turismo.
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LoginTrata-se de um relevante marco o facto de o Conselho de Ministros ter aprovado, na segunda-feira, a proposta de Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, para o envio à Assembleia Nacional que, como se espera, não se vai de rogada para a sancionar.
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