Política

Tumulto interrompeu conferência de imprensa

Pereira Dinis

Uma conferência de imprensa do ex-secretário municipal da UNITA em Viana, Daniel Mário Jaul, não chegou ontem ao fim, por ter havido um tumulto na sala, criado por militantes do partido, que gritavam a palavra “traidor”.

21/05/2021  Última atualização 09H04
Conferência de imprensa de Daniel Jaul acabou em confusão © Fotografia por: Eduardo Pedro | Edições Novembro
O ex-secretario da UNITA em Viana teve de ser escoltado e retirado da sala por dez agentes da Polícia Nacional, cujo número é resultante de um pedido de reforço policial feito por dois agentes que estavam em serviço no interior do espaço onde decorreu a conferência de imprensa.


Daniel Jaul chamou a imprensa para dar a conhecer o seu desagrado com a UNITA. Começou a descrever a sua trajectória no partido, em cujas fileiras entrou em 1981, tendo chegado a ocupar o cargo de instrutor político-militar na Jamba, antigo bastião do partido, localizado na província do Cuando Cubango.
Jaul afirmou que "a UNITA continua com princípios caducos”. Como exemplo, disse que "quem é da UNITA não pode conviver com membros de outros partidos políticos”.
Descreveu um caso que viveu em 2012, ano em que perdeu um sobrinho, na sequência de um dia de chuva que caiu sobre a província de Luanda.


O ex-secretário municipal da UNITA acentuou que, na sequência da morte do sobrinho, começou a ter problemas com o partido, depois de ter havido uma intervenção do administrador do Mercado do 30, António Domingos "Tony Mulato”, que terá sido orientado a levar a solidariedade da Administração Municipal de Viana às famílias que perderam parentes em consequência da chuva. 


"Aí começou a minha maka com dirigentes provinciais da UNITA”, disse Daniel Jaul, que não continuou a falar, por ter sido intempestivamente interrompido por militantes do partido. A conferência de imprensa só durou dez minutos.
Os militantes da UNITA, homens e mulheres, ficaram mais irritados depois de o ex-secretário municipal em Viana ter afirmado que foi exonerado "sem nenhum aviso”. O que aconteceu a seguir foram arremessos de cadeiras e trocas de palavras entre alguns dos presentes na conferência de imprensa e militantes da UNITA.


O ex-secretário municipal da UNITA foi retirado da sala por agentes da Polícia Nacional, numa altura em que os que o contestavam diziam ser "mais um comprado pelo MPLA, na pessoa do primeiro secretário do partido, Bento Bento”.
"Até ontem, eu tinha muita admiração pelo mais velho Daniel Jaul”, afirmou ao Jornal de Angola, o secretário municipal interino da UNITA em Viana, Bila Felipe, acentuando que "ele não pode, nem deve, falar mal de um partido histórico, como é a UNITA”.


Sávio Nhany, secretário municipal da JURA, organização juvenil da UNITA, afirmou ao Jornal de Angola que, "desta vez, o MPLA não terá espaço no município de Viana”.
Sávio Nhany acusou Daniel Jaul de ter desviado 600 milhões de Kwanzas, sendo este o motivo que está na origem da sua exoneração do cargo de secretário municipal em Viana. 

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