Economia

Trocas apuram saldo no 3º trimestre

Pedro Peterson

Jornalista

As entradas e saídas de mercadorias no país, assinaladas na Conta de Bens, registaram, no terceiro trimestre de 2020, um saldo positivo, tendo observado um aumento de 89,05 por cento, ao passar de 1,34 mil milhões para 2,54 milhões de dólares.

24/02/2021  Última atualização 11H02
Comércio de bens deixa sinais de um quadro de recuperação ligeira © Fotografia por: DR
Este resultado, ao que se lê, inverte o ritmo descendente dos períodos anteriores, tendo contribuído para tal o aumento do valor das exportações, que se superiorizaram às importações.
Segundo o relatório do Banco Nacional de Angola (BNA), a melhoria das receitas de exportações em 35,22 por cento foi influenciada, fundamentalmente, pelo aumento dos preços médios do petróleo em 56,95 por cento, face ao trimestre anterior, bem como do valor das exportações da classe "outras” em 10,71 por cento, com realce para as exportações do pescado que aumentaram em 107,66 por cento.

No que toca às importações, o acréscimo do seu valor em 20,71 milhões de dólares para 2,13 mil milhões (em 0,98 por cento), foi fruto de um aumento de 26,92 por cento do valor da importação de combustíveis, e de 2,70 por cento no valor das importações de outros produtos, dos quais se destacam as categorias dos "veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres” e de "máquinas, aparelhos e instrumentos eléctricos”. Relativamente aos países de origem das importações, a China e Portugal permaneceram na liderança durante o período.


Clima Económico

No que toca a actividade económica, os dados revelam que o Indicador de Clima Económico (ICE) referente ao segundo trimestre, demonstram uma conjuntura mais deteriorada em todos os sectores, destacando o sector da Construção e do Comércio.
O PIB registou uma desaceleração significativa face ao primeiro trimestre de 2020, ao apresentar uma taxa de crescimento de -8.8 por cento (-0,5 no trimestre anterior).

O ICE, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), como medida de expectativa dos empresários, espelha uma conjuntura económica mais deteriorada no segundo trimestre de 2020. Tal quadro é reflexo do recuo de -21 saldo de respostas, maior em relação ao período anterior (-15 saldo de respostas) e ao mesmo trimestre de 2019 (-5 saldo de respostas). Desde o segundo trimestre de 2015, este indicador tem se situado em campo negativo.

O valor do indicador neste trimestre situou-se abaixo da mediana da série, indício da avaliação pessimista dos empresários quanto aos indicadores de confiança dos sete sectores não financeiros da economia, o que poderá estar associado à conjuntura nacional e internacional desfavorável marcada pelas profundas incertezas.

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