Cultura

Trio musical animou concerto no Junkembo

Analtino Santos

Jornalista

A gerência do Junkembo adicionou ao elenco anunciado, Proletário e Pedro Cabenha, para o concerto de celebração dos seus cinco anos de existência, o músico Eduardo Paim para dar mais carga à festa.

20/03/2023  Última atualização 08H04
Trio musical animou concerto no Junkembo © Fotografia por: DR

Na noite de sábado êxitos do "inesperado artista" complementaram o alinhamento previamente definido no qual canções como "Kizombas", "Michele" e demais sucessos dos "artistas esperados".

A Banda Kutunga mostrou mais uma vez a existência de uma safra boa de instrumentos formados no meio religioso e que estão a absorver as dinâmicas do nosso mercado musical. Isto ficou provado no acompanhamento de Eduardo Paím, que apesar de não ter ensaiado aceitou o desafiador convite de Pedro Cabenha para cantar, depois de ter revelado que no sucesso do seu disco de estreia, Eduardo Paím foi determinante como produtor.

O também conhecido como Marechal Kambuengo prometeu refazer "Catatu" de Cabenha passados mais de três décadas. A surpresa da noite não fez uma "canja" apresentou um reportório onde em trinta minutos explorou músicas como "Chiquita", "Rosa Baila","A Minha Vizinha" e "Nguenda". Proporcionou momentos de muita interacção e de dança.

Antes de Eduardo Paím, a animação musical foi de Pedro Cabenha, o primeiro dos artistas anunciados a subir ao palco do Junkembo. Fez vibrar ao optar por um roteiro onde passeou por "Catatu", "Ndaiué", "Jinguela", a sempre pedida "Michele", encerrando o ciclo com "Adiakimi". O artista explorou temas dos discos "Nzoji Yami”, "Ndaiué”, "Mamá Sessá” e "Ngambi”, este último lançado no passado, em que constam músicas como: "Pedrito”, "Saua”,, "Beiral”, "Jinguela” e "Koue”.

Foi com "Kizombas" que Proletário começou a sua exibição depois "Maladolo", obedecendo uma escolha onde temas antigos e do próximo projecto discográfico fossem apreciados por todos. A música "Kimbonbenha" foi muita aplaudida, numa actuação onde Man Prolé  transmitiu a sua energia contagiante e passeou dentre outros por "Scania 111", no estilo Minita fez vibrar em "Kanote" e "Sangueguenga".

Depois da música ao vivo, Pedro Chissay, director artístico, garantiu que as responsabilidades aumentaram e ficou a promessa de continuar a contribuir no engrandecimento da cultura nacional. Anunciou que no mês de Maio está confirmado o concerto de Eduardo Paim.

Pedro Cabenha nasceu na aldeia de Nbanzo Kitele, província do Bengo. É um artista forjado na Igreja Metodista e a aventura musical começou no final da década de 1970 como vocalista do agrupamento Proletários. Depois de conquistar o espaço etnolinguístico dos ambundus atingiu reconhecimento nacional em "Michele”, uma história de violência doméstica que é o seu cartão de visita. Cabenha explora mensagens dos ensinamentos absorvidos no meio rural, o quotidiano nos bairros luandenses, apela a preservação de valores culturais, o respeito à tradição e outros assuntos da sua vivência.

Natural de Caculo, Cuanza-Sul, onde nasceu em 1957, Proletário deixa a sua terra natal em 1972 para a capital em busca de concretizar o sonho pela música. Foi no bairro Caputo onde surgem os primeiros passos. Jaime Palanca Kinpungo já foi James Jaime antes da canção revolucionária e o nome artístico Proletário foi um baptismo de David Zé, na altura como integrante do Agrupamento Aliança União FAPLA Povo. O reconhecimento acontece  anos 1980. Tem no mercado o álbum "Caminhada” lançado em 2009 e na forja o disco "Carolina do Ebo”.

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