Cultura

Trabalhos de diferentes criadores africanos mostram a diversidade

A criação de novos factos culturais na diáspora é o foco da exposição multidisciplinar “Africaki”, que acolhe desde segunda-feira, no Hotel Pauster, na cidade de Rennes, em França, trabalhos artísticos de diferentes criadores africanos, residentes e não residentes naquele país europeu.

24/05/2023  Última atualização 09H10
Isabel Ferreira (à direita) com Elsa Valentina, da Kalissoki © Fotografia por: DR

A mostra tem obras de vários estilos artísticos e prolonga-se até ao dia 29 deste mês. A actividade está a ser promovida pela artista e escritora angolana Isabel Vicente "Belitaabell”, que levou para a mostra trajes africanos feitos com panos samakaka, tecido tradicional dos Muíla, povos do Sul de Angola.

As roupas caracterizam-se pelas cores vermelho, branco, amarelo, preto ou branco e preto com símbolos geométricos. No espaço de Isabel Ferreira, apresenta um conjunto de vassouras de palitos tradicionais decoradas que estão a proporcionar um cenário diferente, como forma de simbolizar e valorizar os costumes dos angolanos.

Quem visita a mostra pode, ainda, ter a possibilidade de comprar o mais recente livro da escritora, "Kissângua Agridoce”, apresentado em Angola, na última quinzena do mês de Abril, no Instituto de Formação Bancária de Angola (IFBA), em Luanda.

O livro reúne, além de poemas da autora, três textos críticos que fazem uma reflexão sobre a obra de Isabel Ferreira, assinados pela professora de Literatura Rosângela Rauen, pelo jornalista Carlos Gonçalves e pela artista Elenira Vasconcelos Silva.

O livro tem poemas eróticos, de engajamento,  saudosismos e historicidade. São poemas que ajudam a reflectir sobre as coisas positivas e negativas, sucessos  e frustrações, mas sempre numa perspectiva reconciliadora, de paz, amor, dos encantos da vida e da natureza, bem como de figuras importantes do contexto histórico do país.

Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, Isabel Ferreira explicou que a intenção é mostrar a herança cultural africana em Rennes, como o destaque de todas as actividades, sendo um local multidisciplinar que durante sete dias vai reunir as diásporas africanas com o mesmo propósito.

Isabel Ferreira explicou que a exposição está a servir como um ponto de encontro, interacção e criação, onde turistas, artistas, jornalistas, parceiros, moradores e curiosos podem descobrir novas culturas. Participa no evento, igualmente, Érika Jamece (artista plástica) e Filipa Campos (designer de moda), de origem angolana.

Erika Jamece, nos seus quadros, embora apresente vários cenários do contexto social de forma realista e crítica, tem amenizado as obras com alguma poética na forma como transmite as mensagens. Enquanto que Filipa Campos trabalha com o objectivo mais íntimo do bem-estar, do vestuário angolano, africano, do mundo.

Artista visual e dançarina, a camaronesa Tsaom Damesi está a apresentar uma coreografia baseada no projecto "Onírico”, conceito que pela primeira vez envolve vários movimentos corporais, um meio de expressão de diferentes estados de consciência, onde a dança se torna um reservatório de sinais.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura