“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
“O Teatro da Ampulheta” é o título da quarta obra literária do dramaturgo e professor Tony Frampênio, cujo lançamento acontece amanhã, às 16h00, na LAASP, ex-Liga Africana, em Luanda.
Além das artes cénicas, o livro contém conteúdo informativo sobre o estado actual do teatro, e trata-se de uma publicação no âmbito das comemorações do 27 de Março, Dia Mundial do Teatro.
O livro, segundo o autor, é uma proposta metodológica para o teatro fundado nos textos literários, visto que temos um teatro divorciado da literatura, ou seja, de improviso.
Disse ainda que se trata de um produto de leitura que explica como se pode equilibrar a forma de contar histórias nos palcos, tendo como base romances angolanos.
Com "O Teatro da Ampulheta”, advogou, além de massificar o teatro, pode se conferir um teatro de maior qualidade, assim como aproximar-se o teatro à literatura angolana que tem sido pouco explorada.
Garantiu que a obra vai permitir que os actores com dificuldades da articulação da língua portuguesa passem a dominá-la, assim como os conteúdos dos espectáculos, " e certamente vão melhorar”.
Na sua óptica, o livro é para todos os amantes da literatura dramática, estudantes das escolas de artes, professores, jornalistas e indivíduos ligados às instituições que tutelam a cultura.
Um dos objectivos, também, é contribuir para a educação artística da sociedade bem como a intenção de deixar uma pedra no edifício epistemológico da história do teatro nacional, que pouco ou quase nada se faz a respeito e, acima de tudo, trazer um cunho científico ao teatro angolano.
De acordo com Tony Frampênio, ainda há muita pobreza nos conteúdos das obras teatrais dos artistas angolanos, mas isso, "deve-se ao histórico colonial recente e às guerras vividas no país, que impossibilitaram um projecto de educação sistemático e rígido.
"Muita coisa está mal”
Passados 47 anos de independência, salientou, o país não construiu nenhuma sala de teatro, antes pelo contrário, encerrou quase todas e demoliu algumas. Este fenómeno, lamentou, regrediu mais o processo de formação dos artistas da classe teatral e não só, evitando a compreensão de que a arte é uma ciência e, principalmente, baseia-se em métodos sem os quais os artistas estarão sempre na dimensão de um teatro popular, pouco interventivo no sistema político e filosófico do país, sem grande atracção estética, lúdica e espectacular.
"É preciso que os artistas percebam que o teatro é uma arte complexa, pois ela reúne as demais em si. Por este motivo, estamos a propor o teatro da ampulheta”.
Para o encenador e director artístico do Enigma Teatro, há que se melhorar tudo, desde as infra-estruturas aos conteúdos dos espectáculos. Das políticas do exercício teatral até à profissionalização, da escola (formação artística) até aos palcos porque "muita coisa está mal”.
Na sua opinião, é possível recuperar o tempo perdido com medidas certas. A proposta da ampulheta é uma das medidas que poderá encurtar a médio prazo os resultados que se pretende alcançar para um teatro de maior relevância estética, cultural, filosófica e espectacular.
Recordou que, a história universal do teatro mostra que todos os países do mundo que têm uma forte tradição nesta forma de se expressar mantêm uma forte ligação com a literatura dramática, desde William Shakespeare a Molière, Gil Vicente e a Miguel Cervantes, entre outros
"Por cá, entre nós, reagiu José Mena Abrantes, pode ser o referencial pelo qual os artistas angolanos podem modelizar o teatro angolano.
Tony Frampênio já publicou três livros sobre o teatro, todos lançados em 2020, na União dos Escritórios Angolanos (UEA), a destacar "A Grande Questão”, "Teatro da Tarimba” e a "Raiva”.
O livro vai ser apresentado pelo crítico de arte e jornalista Adriano Mixinge. O prefácio, foi escrito por Armando Rosa, que descreveu que há três décadas o movimento teatral espera por esta obra, pelo seu forte pendor indutivo a uma arte que se sustenta na literatura dramática. Refere, ainda no prefácio, "três décadas desde os primeiros encenadores e actores capacitados no país, em que apontaram a dramaturgia como a solução que se impunha para o teatro virado para conquista da virtude, um teatro virado para a transformação harmoniosa do homem”.
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