Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
Tomás Neto Baltazar é um dos dez artistas finalistas da 26ª edição do Festival da Canção da Luanda Antena Comercial (LAC), e manifestou estar contente por fazer parte do leque de artistas seleccionados pela organização do concurso.
Em entrevista ao Jornal de Angola, o concorrente expressou o significado da música para a sua vida, exercendo um sentido duplo, como arte e ofício, contando com mais de dez anos de carreira como artista de música clássica.
"Funciona como um veículo de expressão e manifestação dos meus sentimentos e pensamentos. Também serve como terapia, porque é nela onde manifesto sonhos, mágoas e depressões. A música me mantém emocionalmente forte. Abracei uma carreira e não me considero iniciante, pois prestei muitos trabalhos nesta área, e como cantor realizo actividades várias, além disso sou professor de Educação Musical. Vivo inteiramente da música”.
O concorrente vai interpretar a canção "Heróis Angolanos”, letra e composição da sua autoria, produzida por José Ngola. Compôs a canção com o objectivo de homenagear heróis angolanos que se entregaram à causa da Libertação Nacional. Por outro lado, acrescenta que a música é um louvor a todos os angolanos que buscam causas maiores para a promoção do bem social, visando enaltecer os valores do patriotismo, cidadania e nacionalismo.
"Se hoje estamos num país livre é porque tivemos pessoas que tiveram que dar tudo de si para a construção da nossa pátria. Nós devemos estar eternamente comprometidos com aqueles que lutaram pela nossa liberdade”. Sobre o teor da canção, acrescentou que a música "Heróis Angolanos” não deve ser percebida como uma homenagem apenas àqueles que abraçaram a Luta de Libertação Nacional, mas também a todas as pessoas que colocam o bem-estar da maioria acima dos seus interesses pessoais.
As suas referências nacionais são os irmãos Kafala, Dodó Miranda e Emanuel Mendes. A nível internacional seguem Luciano Pavarotti, Andrea Bocelli e o quarteto Il Divo, que chegou a interpretar uma das suas músicas no Estrelas ao Palco, em 2010.
"Sou amante da música intemporal, alheia aos ditames da dinâmica do mercado”, apontou.
Demonstrar
valências
Quanto ao processo que o conduziu à final do Festival da Canção de Luanda, Tomás Baltazar explicou que foi muito difícil. Apercebeu-se tarde das inscrições, estava doente quando foi gravar, fraco e voz afectada. Depois, houve a longa espera pela chamada. Para si, estar na final é uma grande oportunidade na sua carreira.
"Porque consolida todos os meus esforços de anos dedicados à música, e mostra que valeu a pena, porque o festival só escolhe os melhores. Por outro lado, abre novas oportunidades para a vida artística. Sei que portas vão se abrir para novos projectos e propostas, sendo um mar de oportunidades que se abrem para mim enquanto artista demonstrar o que valho”.
Desde 2011 que decidiu fazer música profissionalmente, por isso espera maior reconhecimento. Para o futuro, deseja internacionalizar a carreira, levando a essência cultural angolana para outros públicos.
"Sou cantor de música clássica, mas quando estiver no estrangeiro espero levar as nossas músicas e interpretar temas em kimbundu, kikongo e outras línguas nacionais, para mostrar a riqueza da nossa cultura musical. Bem como espero um dia viver dignamente da minha arte”, sublinhou.
Na qualidade de professor, disse que olha para o ensino das artes no país, em particular a Música, de maneira muito positiva. Reconheceu que o país deu passos significativos no exercício da compreensão científica da arte, principalmente da Música. Entretanto, espera mais investigação e produção bibliográfica dos profissionais para adequar o conhecimento às características da realidade cultural angolana.
"Temos muitos instrumentos tradicionais e géneros musicais que carecem de um estudo com uma visão angolana. E isso só é possível por via da formação. A classificação de géneros e instrumentos deve ser feita por nós, que entendemos a essência”, defendeu.
Por
dentro
Tomás Neto Baltazar nasceu em Luanda e muito cedo despertou para a música, devido o ambiente de família em que cresceu, visto que o avô era músico e os pais tinham sido coristas da Igreja Metodista de Icolo e Bengo. Começou a cantar e a escrever as primeiras músicas em 1999 e, um ano depois, decidiu fazer parte do coro da Igreja Metodista de Emaús.
Em 2010, participou no Estrelas ao Palco e no ano seguinte no concurso Angola Encanta, em que ficou em quarto lugar. Foi uma das vozes que participou da gravação do Hino do FENACULT 2014. Estudante da Faculdade de Artes de Luanda, desde 2014 é professor de Música.
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