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Tigray reivindica a morte de vários soldados etíopes

A Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) alegou, ontem, ter morto centenas de soldados da Etiópia e da Eritreia, de acordo com um relatório a que o “Daily Nation”, do Quénia, diz ter tido acesso.

22/02/2021  Última atualização 08H00
De acordo com os rebeldes, militares etíopes e eritreus terão sofrido pesadas baixas © Fotografia por: DR
Segundo a AFP, a TPLF, disse que matou 502 soldados que estavam supostamente envolvidos, na semana passada, numa ofensiva na região Norte da Etiópia.  
Os combates também deixaram vários soldados feridos, de acordo com o porta-voz das Forças de De-fesa de Tigray (TDF), Gebre Gebretsadik.

"A meio da semana, as nossas forças lançaram uma ofensiva militar contra as tropas inimigas estacionadas ao redor da cidade de Kola-Temben, na localidade de Juwamare. Eliminamos completamente as forças inimigas”, disse Gebre numa entrevista à "TV Dimtsi Woyane” (DW).

"No dia seguinte, as nossas forças atacaram as posições de defesa inimigas ao redor da cidade de Tembein, na localidade de Adi-Chilo, e mataram 358 soldados”, acrescentou, sublinhando que, "pelo menos, 150 militares também ficaram feridos”. Na ocasião, segundo a mesma fonte, também foram apreendidos e destruídos vários equipamentos militares, incluindo cinco tanques, 177 morteiros, 22 veículos militares, várias armas e aparelhos de comunicação. Em Novembro, o Governo da Etiópia emitiu mandados de prisão para mais de 60 líderes seniores da TPLF, mas o paradeiro do presidente Debrestion Gebremichael e de muitos outros líderes da TPLF é desconhecido. Em meados de Dezembro, o Exército etíope anunciou que ofereceria uma recompensa de cerca de 200 mil euros por informações sobre a sua localização.

O Primeiro-Ministro Abiy Ahmed lançou uma operação militar contra a região Norte de Tigray a 4 de Novembro, após meses de tensões entre o Governo central e a TPLF.
A TPLF dominou a política etíope por quase 30 anos, mas desde a nomeação de Abiy em 2018, o partido foi gradualmente marginalizado.

Entretanto, as forças de segurança na Etiópia apreenderam, ontem, 23 caixas de explosivos num camião, na região de Tigray, que se dirigia para Addis Abeba. Segundo as autoridades, citadas pela Reuters, o motorista foi interceptado na cidade de Kombolcha do posto de controlo alfandegário de Woldiya na região de Amhara.

A meio da semana passada, a região de Tigray, foi atingida por um apagão de electricidade, disse o Governo etíope, que atribuiu a queda ao partido deposto na zona semi-autónoma. Num comunicado enviado à imprensa, a Ethiopia Electricity Power (EEP) disse que "restos” da TPLF atacaram uma linha de alta voltagem que transportava electricidade para Mekele, "causando um apagão total de electricidade na região”.

O comunicado não mencionou a data do suposto ataque, no entanto, um morador de Mekele disse à AFP que a energia havia acabado na noite de terça-feira.
O morador disse que na capital está a crescer o medo de uma ofensiva da TPLF, com as forças de segurança a cavar trincheiras nos arredores da cidade. Ele disse que a tensão estava alta, com bandeiras vermelhas e amarelas associadas à TPLF e balões vermelhos e amarelos a surgir pela cidade nos últimos dias.

O porta-voz da TPLF, Getachew Reda, deu na sexta-feira uma entrevista a uma estação de televisão dos Estados Unidos, a negar a existência de um plano de uma ofensiva. "Actualmente, não temos pressa em libertar as nossas cidades. As cidades são nossas. Faremos o máximo para garantir que não sejam centros de destruição”, disse Getachew ao Tigrai Media House (TMH).

Separadamente, na quarta-feira, o conselho Tigray de instituições religiosas - que representa as Igrejas Ortodoxas etíopes, Católicas, Islâmicas e Evangélicas - emitiu um comunicado a pedir a retirada das forças da Eritreia e do Estado regional vizinho de Amhara da região. A Eritreia e a Etiópia negam que soldados eritreus estejam envolvidos no conflito de Tigray, mas a sua presença foi descrita por residentes, trabalhadores humanitários e até mesmo alguns oficiais civis e militares locais.
 

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