Cultura

Textos de Deolinda Rodrigues são apresentados ao público

Um total de 18 escritos da nacionalista Deolinda Rodrigues foi exposto sexta-feira, em Luanda, no Memorial António Agostinho Neto.

20/05/2023  Última atualização 11H50
© Fotografia por: João Gomes|Edições Novembro

A exposição documental traz à apreciação do públi-co memórias e textos literários baseados no diário da nacionalista.

Com o título "Diário de um Exílio sem Regresso”, a exposição, de acordo com o presidente do Conselho de Administração (PCA) do Memorial, António Fonseca, é parte das actividades para celebrar o Dia de África, assim como divulgar parte do diário da nacionalista.

A história de Deolinda Rodrigues, afirmou o PCA, é muito intensa, por trazer à análise várias facetas da nacionalista, inclusive narrações de histórias, canções e poemas. "São extractos do diário original, escrito pela guerrilheira Deolinda Rodrigues, com referências das várias fases e factos da luta de libertação nacional.

A exposição, disse, superou as expectativas. "Tivemos um número elevado de visitantes na abertura e esperamos que o número continue até o encerramento. Apelo aos estudantes e professores a  visitarem o Memorial para conhecerem a exposição”, realçou.

O curador da exposição, Rigoberto Fialho, afirmou retrata ainda aspectos importantes da vida de Deolinda Rodrigues, enquanto nacionalista, no período de 1956 à 1967. Os textos passaram por um processo de restauro, realizado pelo Arquivo Nacional do Tombo (ANTT), em Portugal.

"A metodologia de trabalho realizada pelo Arquivo do Tombo foi desenvolvida a partir   do ponto de vista de conservação preventiva dos documentos”, afirmou, além de acrescentar que com a mostra foi possível mostrar partes da vivência de Deolinda Rodrigues, desde a clandestinidade, os poemas e canções, estudos e textos ligados a família e amigos.

"Estão aqui expostos textos da nacionalista, alguns escritos por ela em várias línguas,  desde o inglês, ao alemão e português. A exposição traz também algumas referências culinárias, com algumas receitas de pratos nacionais típicos, assim como fotos de viagens que fazia durante as missões. Entre os poemas, o destaque vai para o ‘Mamã África’. São registos que mostram o conceito dela como  guerrilheira e nacionalista”, referiu.

Além da exposição foi ainda realizada a venda do livro da nacionalista, "Uma viagem sem Exílio” e a exibição do  filme "Langidila”, para as pessoas poderem perceber o conceito de vida de Deolinda Rodrigues e como ela contribui para a libertação do país.

A exposição fica patente até ao dia 31 de Julho, no Memorial António Agostinho Neto, de segunda à sexta-feira, das 8h00 às 15h00, e sábado das 9h00 às 13h00.

Satisfação pela homenagem

O escritor Roberto de Almeida, irmão da nacionalista, felicitou a iniciativa do Memorial na preservação dos escritos e mostra-se satisfeito pelo facto de muitas pessoas terem aceite o convite de assistir a exposição.

"O material chegou até mim em 1974  já degradado. Mas foi feito um belo trabalho de restauro e conservação, que permitiu juntar várias pessoas, sobretudo mulheres, num único espaço”, destacou.

A médica Natália da Conceição, outra das convidadas, recordou os bons momentos que passou com Deolinda Rodrigues, na altura com 7 anos. "Ao ver a exposição, senti imensa saudade, porque Deolinda era muito carinhosa, gostava de crianças e tinha uma capacidade  enorme de ensinar. Ela era apaixonada por música e muito dedicada à leitura. Passei momentos bons ao lado dela”, disse.

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