Economia

Têxtil do Dondo gera 600 empregos até o final do ano

Marcelo Manuel | Ndalatando

Jornalista

A Fábrica Têxtil do Dondo, na província do Cuanza-Norte, arrancou, ontem, com 150 trabalhadores e até Dezembro vai dispõr de 600 postos de trabalhos gerados, do total de 1.200 previstos para quando atingir os 100 por cento da capacidade de produção.

16/03/2021  Última atualização 15H20
Indústria deve assegurar ao todo 1.200 postos de trabalho © Fotografia por: DR
O anúncio foi feito pelo ministro da Indústria e Comércio, Víctor Fernandes, quando procedia, ontem, no Dondo, à reinauguração da Fábrica Têxtil Comandante Bula, ex-Satec.
Reconstruída numa área de 88 mil metros quadrados, junta serviços de fiação, malharia, tingimento, acabamentos, confecção de roupas e uma área de fabrico de tecidos jeans.

A criação de 1.200 postos de trabalho e a produção e fabrico de 300  mil peças de roupas ao mês, entre camisas e camisolas, são dos principais ganhos do relançamento da unidade têxtil, que está a funcionar com duas linhas de produção: a de roupa e a de tecidos. Segundo o ministro, a primeira linha de produção tem capacidade para fabricar 200 mil camisolas e 150 mil camisas. Já a segunda fileira tem capacidade de produzir, em igual período, 500 mil metros de tecidos jeans.

O ministro fez saber também que a revitalização do projecto foi possível através de um financiamento japonês, orçado em mais 340 milhões de dólares, retirados do total geral dos 1,15 mil milhões de dólares, que permitiram também a reestruturação da Textang, em Luanda e da África Têxtil, em Benguela, com o propósito de reduzir as importações de roupas a nível do país.

Por outro lado, frisou que a reabilitação do empreendimento se enquadra no processo de recuperação e reactivação de activos públicos do Estado, em conformidade com o relançamento da indústria têxtil e da fileira do algodão, em Angola.

 "Temos um enorme desafio com a produção do algodão que é a principal matéria prima e uma soberana oportunidade para o empoderamento das famílias, como resultado da absorção da produção por parte da unidade industrial”, disse.

Este é assim mais um empreendimento do lote de 172 entregues ao Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) para alienar as participações do Estado a favor de privados, que gerem produção e conservem ou façam surgir novos postos de trabalhos a favor das comunidades.

  Empreendimento atende    
     valências económicas


O governador provincial do Cuanza-Norte, Adriano Mendes de Carvalho, considerou o momento como histórico para a população da região, atendendo as valências económicas que o empreendimento representa para a vida das populações locais.

"A inauguração da fábrica  é uma das maiores conquistas do povo do Cuanza-Norte, pelo facto de permitir empregarem vários jovens e propiciar renda para as famílias”, enfatizou.
O governante ressaltou a necessidade da revitalização das fábricas de vinho e cerveja, Vinelo e Eka, respectivamente,  para a coesão do pólo industrial de Cambambe, a par do perímetro irrigado do Mucoso, que podem contribuir para o aumento da produção de citrinos e banana.

Adriano Mendes  de Carvalho sublinhou  que tais unidades produtivas contribuem para  a consolidação da diversificação da economia e diminuição dos índices de pobreza das famílias locais, através da promoção do emprego. O gerente da fábrica, Laurence Zlattnerante, afirmou que o empreendimento necessita de 500 toneladas métricas de algodão por mês.

Sublinhou que numa primeira fase, a matéria-prima será importada do Zimbabwe, Malawi e África do Sul, até que haja produção local suficiente para responder à procura.
A antiga Sociedade Anónima de Tecidos Estampados (SATEC), única do género no Cuanza-Norte, foi criada em 1970. Paralisou em 1996 e deixou cerca de 1.200 desempregados. As obras para o relançamento começaram em 2013 e terminaram em 2016, com a formação de 1.145 jovens em diversas áreas.

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