O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou que o Tesouro Nacional vai disponibilizar amanhã, 14 de Fevereiro , aos bancos comerciais, 300 milhões de dólares
Segundo o comunicado do BNA, o montante estará disponível ao longo da semana, até que se esgote, sendo a venda de divisas realizada através da Plataforma Bloomberg, em sessões diárias.
Para mitigar possíveis constrangimentos operacionais na liquidação das operações,sublinha o comunicado, os bancos comerciais poderão recorrer junto do Banco Nacional de Angola à Facilidade de Cedência de Liquidez (operação através da qual os operadores comerciais recorrem ao Banco Central para obter crédito para financiar as suas actividades ‘intradia’ (negociação que ocorre durante um só dia).
Os bancos comerciais poderão, igualmente, recorrer à Facilidade de Cedência de Liquidez na maturidade de sete dias, desde que possuam Operações de Mercado Aberto junto do BNA a vencer dentro do referido período.
Empresários ouvidos pelo Jornal de Angola defendem que a gestão do montante anunciado se deve resguardar de políticas compatíveis com as necessidades da economia do país.
Por esse raciocínio, pedem maior fiscalização por parte do Banco Nacional de Angola,
O empresário do sector da Aquicultura Joaquim Vicente entende que a banca comercial não é eficiente, na medida em que não tem produzido os resultados que se esperam. "O único problema nesse tipo de iniciativa é a burocracia que se tem na altura do processo para aquisição das divisas”, acusa.
Esta linha de pensamento é ,também, partihada pela presidente da Associação das Mulheres Empresárias do Huambo, Idalina Chimuanga, para quem a iniciativa "devia ser de carácter periódico, pois creio que Governo quer realmente potencializar os empresários, mas há cada vez mais empresários a fechar os negócios pelo fraco acesso às divisas”, alerta.
Para reverter esse quadro, a presidente da Associação das Mulheres Empresárias do Huambo defende que "as divisas disponíveis cheguem às mãos de quem realmente precisa trabalhar”.
O produtor de sementes de cereais Alféu Vinevala, também teve uma palavra sobre o assunto. O pior cenário, avisa, é a garantia do conjunto certo de competências: "Este trabalho tem de ser feito com mais transparência”, reforça.
"Acredito que essa medida poderá beneficiar os médios e pequenos empresários, desde que a taxa de juros não seja excessivamente alta”, acrescenta Jorge Gabriel, chefe de fila da classe empresária do sector da restauração de Benguela.
O ex-presidente da Associação Provincial de Hotelaria e Turismo da província de Benguela ainda não vê um cenário de fracasso imediato, embora considere que, à partida, não existem "boas relações entre a banca comercial e os empresários, o que dificulta ainda mais o processo”.
Na
semana passada, o governador do BNA disse que a disponibilidade de moeda
estrangeira em Janeiro desde ano aumentou de 600 milhões para 836 milhões de
dólares, mas estimou que a oferta se mantenha, nos próximos meses, em cerca de
600 milhões.
REACÇÕES à venda de divisas
Empreendedores
pedem fiscalização aos bancos comerciais
Joaquim Vicente, Empresário do sector das
Pescas
Muitas vezes, os bancos comerciais não cumprem a directiva do BNA. Por exemplo, o BDA tem sido recapitalizado, porém, a demora na disponibilização ou desembolso do capital faz com que muitos projectos não consigam avançar na mesma velocidade com que foram projectados. É necessária uma fiscalização adequada.
Idalina Chimuanga, Associação
das Mulheres Empresárias do Huambo
Existem
inúmeros empresários que estão com mercadorias e facturas pendentes junto dos
bancos comerciais, que admitem não possuir divisas para realizar as
transacções. Cada vez mais empresários estão a encerrar os seus negócios devido à dificuldade de
acesso às divisas. Espero que as divisas actualmente disponíveis cheguem às
mãos daqueles que realmente precisam de trabalhar.
Alféu Vinevala, produtor de cereais no Bié
Neste momento em que o acesso às divisas tem sido desafiador, acredito que nós, empresários, só seremos capazes de produzir se os bancos comerciais e outras instituições financeiras desenvolverem políticas para facilitar a aquisição de máquinas e equipamentos. Portanto, peço que haja mais transparência na disponibilização desse capital.
Jorge Gabriel, Empresário
do sector da
Restauração de Benguela
Muitos bancos não têm estabelecido boas relações comerciais com os empresários, o que dificulta ainda mais o processo. No entanto, acredito que esta medida poderá beneficiar os médios e pequenos empresários, desde que a taxa de juros não seja excessivamente alta. É útil a maior facilidade no apoio aos pequenos e médios empresários, especialmente em relação à situação devedor-credor.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, pediu, quinta-feira, em Luanda, às instituições financeiras do país a concederem mais crédito às mulheres e aos jovens, para que possam participar de forma activa nos processos de produção e do desenvolvimento das cadeias de valor, no quadro do programa de diversificação da economia nacional.
O Governo angolano, no quadro do programa de diversificação económica, está a incentivar os empresários da China, Macau e dos países da Língua Oficial Portuguesa a explorarem as oportunidades de negócios, nos principais sectores de importância capital, para o desenvolvimento e crescimento económico de Angola.
Pela primeira vez, quatro mulheres estão habilitadas para operar máquinas pesadas na mina de Catoca, depois de concluírem um estágio profissional interno ministrado pela Academia, informou, na quinta-feira, o técnico de Alianças e Parcerias, Emídio Sacomboio.
O Conselho de Ministros aprovou, esta sexta-feira, a Proposta do Regime do Jurídico do Cofre Geral dos Tribunais, documento que vai solidificar a autonomia administrativa e financeira dos tribunais da jurisdição comum e da Procuradoria-Geral da República.