Economia

Terrenos sem aproveitamento revertidos ao Estado

Arão Martins | Lubango

Jornalista

Os terrenos destinados para a agricultura e sem aproveitamento útil há vários anos vão ser revertidos a favor do Estado, segundo anunciou sexta-feira última, na cidade do Lubango, o governador provincial da Huíla.

02/05/2021  Última atualização 07H15
Terrenos destinados para a agricultura © Fotografia por: DR
Nuno Mahapi Dala, que falava durante o primeiro encontro com a classe empresarial da Huíla, disse existirem proprietários de terrenos e fazendas cedidas para fins agrícolas que há anos estão sem o devido aproveitamento, em contradição ao programa do Executivo de criação de segurança alimentar e de aumento da produção nacional.
"É preciso termos coragem de aplicar a lei. Os mecanismos legais existem e os órgãos concedentes de terra estão devidamente identificados. Ao Estado caberá agir em conformidade”, disse.

De acordo com Nuno Mahapi Dala, existem vários terrenos legalizados e cedidos ao longo do perímetro irrigado da Matala (180 quilómetros a leste da cidade do Lubango) e estão há muitos anos sem produzir. Tal quadro, torna urgente a quem de direito reaver estas parcelas de terra e as ceder aos que, de facto, estejam interessados em produzir alimentos.
O governador exortou a colaboração dos empresários, pois acredita que as terras estão nas mãos de pessoas que têm o poder económico e pensam que ninguém lhes vai tocar.
"Não é correcto que o perímetro irrigado da Matala não consiga fornecer alimentos, inclusive, à população que vive na cidade do Lubango”, lamentou.

Por outro lado, indicou que nos municípios a Norte, integrados pelos municípios de Caluquembe, Chicomba, Caconda, fundamentalmente, e com potencial na produção de cereais, não choveu. Com isso, reconheceu, ficaram  sem  capacidade de produzir cereais e outros produtos do campo.
Já os municípios da Matala e Cuvango, que têm linhas de água permanente, deviam produzir alimentos para fornecer noutras regiões, mas, infelizmente, várias parcelas de terra estão sem o devido aproveitamento.
Títulos por conceder.

O governante informou que existem muitos títulos de concessão de terra para serem concedidos.
Reprovou, ainda assim, a entrega de 50 mil hectares de terra a uma entidade singular em detrimento de várias famílias e empresários a título individual, que deviam gerar mais valor acrescido na economia.

Nesse sentido, garantiu transparência na cedência de superfícies, tendo afirmado que não vai escolher a classe social, condição económica, cor de pele e convicção partidária na cedência de terrenos, mas sim, agir em conformidade com a lei.
"Só vamos ter desenvolvimento se deixarmos que as pessoas tenham possibilidade de ter terra para desenvolver a província da Huíla, que muito precisa”, reconheceu.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia