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Tempestade “Chalane” atinge directamente 73.500 pessoas

A tempestade tropical que atingiu o centro de Moçambique na última semana afectou 73.500 pessoas, mantendo-se em sete o número de óbitos, segundo um novo balanço das autoridades.

08/01/2021  Última atualização 13H55
Em Moçambique, o pico dos ventos da tempestade “Chalane” chegou a 120 quilómetros/hora © Fotografia por: DR
A calamidade, que atingiu as províncias da Zambézia, Manica e Sofala, no Centro do país, fez ainda 13 feridos, destruiu parcialmente 18 mil casas e outras 12 mil foram totalmente devastadas, disse à Lusa Xavier Gulele, técnico do Centro Nacional Operativo de Emergência (Cenoe). "Trata-se de uma avaliação das três províncias, mas o impacto na  Zambézia não foi de grandes dimensões”, referiu Xavier Gulele. 
Apelidada de "Chalane” e que afectou também o Madagáscar, a tempestade formou-se no Oceano Índico, atingindo o Centro de Moçambique, durante a madrugada de 30 de Dezembro, com o pico dos ventos a atingir 120 quilómetros por hora. O mau tempo destruiu também 475 salas de aula, afectando um universo de 57 mil alunos, acrescentou a fonte.

Os 26 centros de acomodação criados nas províncias de Sofala e Manica receberam sete mil pessoas afectadas, mas "com a melhoria das condições do tempo, as pessoas regressaram às suas zonas de origem”, havendo, neste momento, pelo menos 1.600 pessoas em cinco centros ainda activos.Segundo o Cenoe, o mau tempo derrubou 12.200 postes de energia eléctrica, tendo a Electricidade de Moçambique, numa avaliação preliminar, estimado prejuízos avaliados em mais de 10 milhões de meticais (108 mil euros, no câmbio actual).

Entre os meses de Outubro e Abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos, oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afectam quase sempre alguns pontos do Sul do país.O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre o país. Surto de cólera em Cabo  Delgado

O governo da província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, declarou, ontem, a existência de um surto de cólera no distrito de Montepuez, após registar uma morte e 11 pessoas contaminadas, anunciou o secretário de Estado daquela província, citado pela Lusa.Montepuez, com cerca de 200 casos de diarreias, é o sexto distrito de Cabo Delgado, depois de Metuge, Mocímboa da Praia, Macomia, Ibo e cidade de Pemba, onde se registam casos de cólera, desde Janeiro de 2020. 

Em Setembro de 2020, o Primeiro-Ministro moçambicano lançou uma campanha de vacinação contra a cólera nos cinco distritos afectados e que se esperava abranger mais de 350 mil pessoas. "Pensávamos que a situação ia melhorar em Metuge e Pemba, mas não está a acontecer por causa do movimento que ocorre sobretudo aqui em Pemba. Há muita gente nova a chegar e até gente que vem de zonas onde não decorreu a campanha de vacinação”, referiu. Desde que eclodiu a epidemia naquela província, foram registados 2.125 casos de cólera e 37 óbitos, avançou Ngunga, considerando que houve "um aumento de casos em mais de 100%” comparado a 2019, em que se registaram 282 casos e nenhum óbito.

Segundo as autoridades, o dilema é frequente em toda a época chuvosa naquela província, o que se deve a problemas de saneamento, consumo de água imprópria e falta de casas de banho.Ontem, foi revelado que a escassez de financiamento pode obrigar o Programa Alimentar Mundial (PAM) a interromper já em Março a assistência básica às populações deslocadas devido à violência armada em Cabo Delgado. 

"Caso prevaleça a actual escassez de financiamento e o PAM tenha de usar os seus recursos até ao limite, a assistência alimentar vital fornecida às pessoas afectadas pelo conflito em Cabo Delgado, Nampula e Niassa será interrompida em Março de 2021”, refere uma nota de imprensa do PAM.Segundo a agência, o défice orçamental é de 108 milhões de dólares, num momento em que o número de deslocados tem aumentado devido à violência armada em distritos mais a Norte daquela província.

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