Quanto aos monumentos e sítios, o Ministério da Cultura vai declarar, igualmente, a Igreja da Missão Católica do Cuvango, na província da Huíla, o Colégio São José de Cluny, na província de Luanda, e a Igreja Metodista Unida de Malanje, na província de Malanje.

O anúncio oficial vai ser feito hoje, numa cerimónia que decorre no Palácio de Ferro, em Luanda, no âmbito das celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se assinala hoje.

Segundo Cecília Gourgel, em declarações ao Jornal de Angola, o Ministério da Cultura considera a necessidade do reconhecimento como uma forma de salvaguardar a matriz angolana de pertença e garantir a transmissão para as gerações futuras.

"A salvaguarda do Património Cultural deve nortear o respeito pela diversidade cultural,  por via de um processo de educação patrimonial, restauro e gestão adequada”, sublinhou Cecília Gourgel.

A directora do Instituto Nacional do Património Cultural explicou que o país possui, neste momento, um total de 323 monumentos e sítios classificados. Porém, revelou que o Ministério da Cultura tem domínio de 1239 monumentos e sítios inventariados.

A Igreja da Missão Católica do Cuvango, uma construção dos finais do século XIX, que além de representar a fixação do cristianismo na  região, constitui uma das mais belas construções da arquitectura religiosa do Sul de Angola, situada na Província da Huíla.

O Colégio de São José de Cluny, situado na cidade de Luanda, é um edifício que agrega um significativo conjunto de valores  de  ordem histórica, urbana, uso e antiguidade que o distinguem das demais construções da sua época e estilo arquitectónico. A Igreja Metodista Unida de Malanje, por ser uma das mais notáveis construções da sua época e testemunho de um vigoroso desenvolvimento urbano que começa nos princípios do século XX, conservando-se único do seu género na cidade de Malanje.

Quanto ao património imaterial, nomeadamente, os instrumentos musicais tradicionais marimba e quisanje e os géneros de música e dança tchianda e kizomba, o Ministério da Cultura justificou, em comunicado, que o reconhecimento resulta da sua ampla divulgação a nível internacional, como bens de identidade angolana que gozam de elevado prestígio.

"No caso da kizomba, trata-se de uma manifestação cultural angolana que se tornou num dos ritmos musicais e estilo de dança mais difundidos mundialmente. Tal como decorre a aprendizagem de diferentes manifestações culturais na Mukanda, como é o caso dos sona, hoje Património Cultural Imaterial da Humanidade, também a tchianda, pelo sentido estético da sua dança, consideramos Património Cultural Imaterial Nacional a ser oportunamente reconhecido, como relevante dança e música tradicional do nosso país”, lê-se na nota.

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi instituído em 18 de Abril de 1982, pelo Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS), que este ano decorre sob o lema "Património Resiliente a Desastres e Conflitos - Preparação, Resposta e Recuperação”. Segundo o Ministério da Cultura, o programa nacional da celebração deste ano procura não só prosseguir os objectivos formulados pelo ICOMOS, mas também reflecte, sobretudo, as preocupações e propósitos do Estado angolano no âmbito das políticas públicas a favor do património, combinando um conjunto de acções e de actividades    culturais diversas.