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Sudão do Sul liberta mais dois jornalistas

As autoridades do Sudão do Sul libertaram quinta-feira, mais dois dos sete jornalistas detidos em Janeiro após a publicação de um vídeo considerado insultuoso para o Presidente, Salva Kiir, em que aparece a urinar nas calças num evento oficial.

17/03/2023  Última atualização 08H20
© Fotografia por: DR

 Segundo a Reuters, o Sindicato dos Jornalistas do Sul do Sudão (UJOSS, na sigla em inglês) afirmou numa publicação na rede social Facebook que os profissionais Victor Ladu e Mustapha Osman foram libertados na terça-feira, e na declaração apela à libertação de dois outros repórteres que ainda se encontram detidos. As autoridades do Sudão do Sul tinham libertado três jornalistas em Fevereiro.

Em Janeiro, além dos jornalistas, da estação de televisão estatal South Sudan Broadcasting Corporation (SSBC), foram igualmente detidos o director da sala de controlo Joval Tombe, um editor de conteúdos e vários operadores de câmara e técnicos que alegadamente estiveram presentes durante o evento e gravaram as imagens. O vídeo, que se tornou viral nas redes sociais, mostra Kiir, de 71 anos, usando o seu chapéu preto e fato cinzento claro, com uma mancha escura espalhada sobre a sua perna esquerda durante um evento oficial ocorrido em Dezembro na capital, Juba, e as filmagens desencadearam um debate sobre o estado de saúde do Presidente.

Na publicação no Facebook, o presidente do sindicato dos jornalistas, Oyet Patrick Charles, "apela ao Governo para libertar Garang John e Jacob Benjamin ou, se forem acusados, que sejam levados a tribunal”. Depois de conquistar a independência do Sudão em 2011, o Sudão do Sul, o Estado mais jovem do mundo, entrou numa guerra civil entre Riek Machar e Salva Kiir que provocou quase 400.000 mortos e milhões de desalojados entre 2013 e 2018.

Um acordo de paz assinado em 2018 prevê a partilha do poder, em teoria, a partilha do poder num governo de unidade nacional, com Salva Kiir como Presidente e Riek Machar como Vice-Presidente. Contudo, o acordo continua por executar devido às querelas persistentes entre os dois dirigentes, mantendo o país num ciclo de violência e instabilidade crónica.

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