Quando, em 2017, João Lourenço elegeu a corrupção, o nepotismo, a bajulação e a impunidade como os principais males a combater durante o seu mandato como Presidente da República, poucos acreditaram que esta aposta tivesse pernas para andar.
Estive recentemente nas Ilhas Maurícias, tidas por muitos como um paraíso na Terra. Voei para lá a partir do Dubai. Quando esperávamos pelo voo notei grupos de polacos, russos — muitos turistas da Europa do Leste que tinham fugido do inverno do Hemisfério Norte.
Chorar é também uma forma de humanidade, de solidariedade de dupla via – mecânica e orgânica. Há uma comunidade de valores que entende o choro do outro, este código de linguagem emotivo e apelativo. Às vezes, o “chorão” não chora para si mesmo, chora para e pelos outros. Chorar é alteridade, daí que há(sempre)o outro revestido, presente na glândula, no hormónio que estimula o choro.
O choro também espelha, exterioriza as nossas almas.
Mais do que uma forma de comunicação é um lugar privilegiado de fala.
Os bebês comunicam na maioria das vezes por intermédio do choro.
Ignorar o choro de um bebê pode ser fatal. Há sempre uma mensagem subliminar no choro. Saibamos descodificar a linguagem à Sausurre emanada de um choro.
Se chorar fosse a ditadura dos novos tempos será que a tia empatia seria a divisa? Uma boa divisa? Ou a nossa participação no choro do outro seria estimulá-lo a chorar mais ainda, porque assim estaríamos diante de um óptimo portão de oportunidade para empreender de forma massiva no ramo de venda a grosso e a retalho de lenços? Ou no mínimo teríamos a verde iluminação para sermos a sucursal distribuidora de afectos e abraços. Estaríamos a deixar legado, a construir o nosso império não pedra sobre pedra, mas lágrima sobre lágrima. Alheia, melhor.
Tudo em nome de um novo mindset, de uma nova programação social. Um código-fonte maleável, um status grávido dequo com fundações de barro.
Há choros que também roçam à selectividade. Importa saber quem chora.... quem é esse que está do outro lado do espelho da alma afazer reflectir águas do espírito. Sangue, Suor e Lágrimas – a santa trindade da dor(?) em evidência.
Somos feitos de carne e de lágrimas. Somos feitos de choros desde a incubadora uterina. Quando evadimos dela há uma lágrima, um vagido estridente que nos acompanha.
Se não chorarmos, não darmos o vagido da praxe, tornamo-nos um motivo de preocupação, de avaliação clínica.Uma beliscada, uma palmadinha é necessária para o despiste de insensibilidade à dor, de pulsão sexual ao choro.
Chora, ainda que não conseguires afugentar os males, todas as dores do mundo.
Chora noites, chora madrugadas existenciais,aurora haverá, ainda que tiver patas e a pesada capa de cágado, ela virá.Haverá sempre o amanhã que quer ser,a luz que torna cinza ou que escaldao dia. Ligue a câmara líquida que rima com a modernidade líquida, chore diante dela, quem sabe assim atiçarás a comoção daquele que está nem aí para as tuas quedas de Kalandula.
Só precisamos de ser estimulados, né? A tesão só é porque há o outro real ou imaginário no espelho, há a sombra que dá vida a eros. Chore baixinho ou em voz-viva, atire-se no chão de espinhos e espere pacientemente pela reacção-rosa-crucifixo do outro.
Manhã ou noite alguém reagirá. Alguém no multiverso conspirará a teu favor.
Caso não, chore mais, esgote todos os recursos lacrimais a uma instância mais acima.Apele, apele sempre, não deixe de ser a lágrima que falta no olho do outro.
Quem sabe um dia serás o mecanismo quando a humanidade desenvolver sensores fiáveis de justiça. Chore só... babas e ranho. Chore só... se não sabes que fiques já a saber, as lágrimas são belos acessórios para os olhos dos outros. Chore só... se eles não podem ser, seja você o choro.
"E, não importa o que faz de ti um choro. Importa o que fazes do que faz de ti um choro”.
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