Ainda no passado final de semana, o músico cabo-verdiano foi o convidado nos concertos comemorativos dos 40 anos das Gingas do Maculusso, na Casa da Música, no Talatona. O grupo abriu a décima temporada do Show do Mês. Depois estiveram os cantores Proletário e Robertinho, concerto marcado pela amizade, e de seguida houve "No Quintal... com o Semba” Prado Paím, Augusto Chacayá, Voto Gonçalves, Lito Graça, Patrícia Faria, Zé Manico e Tony do Fumo Filho, que proporcionaram uma viagem ao imaginário da música angolana.

Grace Évora não fugirá muito do que apresentou nos dias 30 e 31 de Agosto de 2019, onde explorou temas com destaque para "Tristeza Dis Mundo”, "Isolada”, "El sebin”, "Coração Blues”, "Nos Romance”, "Bia”, "Kada Dia”, "Kate tem Razão” e "Lolita”. O artista como nas últimas passagens fará uma incursão a clássicos da morna, coladera, funana e outros ritmos que representam a cabo-verdianidade.

Grace Évora tem feito actuações regulares pelo país ao longo da sua carreira, sendo a passagem pelo Show do Mês em 2019 uma delas. Nela teve Maya Cool, como convidado e em palco fizeram o dueto em "Junta Ma Nós” e recordou a fase de baterista nos Livity. Participaram ainda a cabo-verdiana Carla Moreno e Rey Webba, mas para o concerto de sexta-feira a produção não revelou o nome dos convidados.

Em Maio do ano passado esteve em Luanda para um concerto e em entrevista para ao Jornal de Angola confidenciou que "não tenho noção de quantas vezes viemos para Angola, mas uma coisa digo nós somos muito grato ao povo angolano, porque ajudaram-nos a crescer, a ficar motivados para fazer música”.

Recordou a primeira actuação em 1991(92) no Karl Marx depois do primeiro disco dos Livity com o sucesso "Rosinha”. Tinha seis músicas como: "Harmonia”, "Livity”, "Na Nha Lado”, "Sem Manera”. O artista sente-se orgulhoso em pertencer a uma geração que fez um trabalho tremendo na cultura de Cabo Verde e para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), porque "a nossa música está presente neste espaço”. Falou das parcerias e produções com artistas angolanos como Maya Cool, Yola Araújo, Yola Semedo, Matias Damásio, Don Kikas, Nsoki e Impactus 4.

Gracindo Évora nasceu em Cabo Verde, em São Vicente, Mindelo a 2 de Fevereiro de 1969.  Emigrou ainda criança, com oito anos, para a Holanda mas antes viveu cerca de seis meses em França. Iniciou a sua carreira musical como baterista do grupo Livity e trabalhou com outros agrupamentos, como Splash Koladance, Rabelados, Mobass e Cabo Verde Show.

A solo tem álbuns como "Total Love”, "Total Love 2”, "Romance”, "Aventura”, "Boas Festas”, "Live in Totterdam”, "Best of” e "2069”, com os Livity "Harmonia” e "Rapaz Novo”. Na Holanda viveu mais de quarenta anos e há oito anos que está praticamente em Cabo Verde, sua terra natal. Em 2018 recebeu a medalha de mérito da segunda ordem. Em 2013 conquistou o Cabo Verde Awards Music.