A cotação do barril de petróleo Brent, que serve de referência as exportações angolanas, para entrega em Outubro terminou, esta segunda-feira, no mercado de futuros de Londres em alta de 1,77%, para os 96,60 dólares.
O Complexo Industrial de Fertilizantes de Soyo, cuja construção foi lançada a primeira pedra, esta terça-feira, naquele município do Zaire, produz 1,2 milhões de toneladas de ureia granulada por ano (3,5 mil toneladas por dia), depois de absorver investimentos de 2,2 mil milhões de dólares de um consórcio formado entre a Sonangol e o Grupo Apaia.
Os promotores do projecto empresarial, implantado numa parcela de 152 hectares, com 30 de área construída e conclusão prevista de 2026, contratam o financiamento do Afreximbank, no que o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, considerou, no lançamento da primeira pedra, representar um negócio alinhado à estratégia institucional de crescimento e desenvolvimento económico.
De acordo com as declarações proferidas por Diamantino Azevedo, a obra iniciada corresponde às orientações do Presidente da República, João Lourenço, sobre a necessidade de reformas no sector dos hidrocarbonetos, para permitir a realização de investimentos ao longo da cadeia de valor representada no pelouro dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás.
"O Executivo da República de Angola, no âmbito da sua estratégia da diversificação da economia nacional, tem vindo a efectuar reformas em vários domínios que visam a promoção de investimentos considerados essenciais para o crescimento económico e bem-estar das nossas populações”, frisou Diamantino Azevedo.
Os esforços empreendidos nesse sentido, prosseguiu o ministro, têm permitido melhorar "substancialmente” o ambiente de negócios e criar condições favoráveis que motivaram ao grupo Opaia e a Sonangol, em Outubro de 2019, a desencadear um conjunto de acções que vão levar a implementação da Fábrica de Fertilizantes do Soyo.
O ministro acrescentou que a aprovação da Lei de Gás, que permite a monetização do gás e atracção de investidores para actividade do gás associado e não associado à produção de petróleo, fazem parte das medidas orientadas pelo Presidente da República para dinamizar o sector.
"Estas medidas, devidamente implementadas, permitiram com que estivéssemos aqui hoje, a celebrar este importante acto e esta importante iniciativa empresarial privada angolana, um empreendimento que permitirá alcançar a auto-suficiência nacional, bem como para, nos próximos anos, exportar o excedente”, adiantou o responsável.
O ministro Diamantino Azevedo disse prever que o investimento feito propicie o crescimento da indústria petroquímica (os fertilizantes são produzidos de derivados di petróleo) e do agronegócio, bem como o desenvolvimento industrial do Soyo, visando o bem-estar dos cidadãos, pelo que espera o cumprimento dos prazos.
"Auguramos, com este investimento, o crescimento da indústria petroquímica e do agronegócio, bem como o desenvolvimento industrial deste município do Soyo, proporcionando mais postos de trabalho directos e indirectos, com impacto positivo na melhoria das condições de vida da comunidade local e dos angolanos, de uma maneira geral. Quero pedir ao grupo Opaia e à Sonangol para que cumpram tudo que foi dito aqui hoje e, no tempo previsto, tenhamos a nossa fábrica de fertilizantes pronta e a produzir”, acrescentou.
O governador do Zaire, Pedro Makita, considerou ser, aquele, como sendo um investimento de capital importância para a região e para Angola, sendo o segundo investimento de monta a arrancar, este ano, no Soyo, depois da evolução ocorrida em relação à Refinaria projectada para aquela localidade. "Todos estes investimentos vão trazer uma mais-valia, vão trazer o emprego e o bem-estar social para todos nós”, afirmou o governador provincial do Zaire.
No acto de lançamento da primeira pedra foram assinados acordos de parceria que dão corpo ao projecto, pelos presidentes dos conselhos de administração da Sonangol e do Grupo Opaia, Sebastião Gaspar Martins e Agostinho Kapaia, respectivamente.
Importância do uso da ureia na agricultura
A ureia, principal produção do futuro Complexo
Industrial de Fertilizantes do Soyo, é um composto químico na forma de
cristais brancos que possui maior conteúdo de nitrogénio, 46 por cento solúvel
em água, de acordo com informação disponibilizada pelos investidores.
Com a sua utilização, os nitratos não se acumulam na cultura, permitindo um crescimento rápido da massa vegetativa, aumento do rendimento das culturas e do teor de proteína nos grãos de cereais, sendo um fertilizante amigo do ambiente que não acidifica o solo, refere a nota.
Números oficiais indicam que Angola utiliza quantidades de fertilizantes inferiores às recomendadas, empregando, em média, sete quilos por hectare, ao invés de 40 quilos, o que se deve à falta de componente para a produção dessa matéria de adubo.
No início da Campanha Agrícola 2021-2022, em vias de terminar, o Governo ordenou a compra de 55 mil toneladas de fertilizantes do tipo NPK-12-24-12, sulfato de amónio e ureia, empregando 17 mil milhões de kwanzas.
Segundo os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), os agricultores em Angola estariam a consumir 300 mil toneladas de fertilizantes antes do final do século XX, muito acima da média de 50 mil toneladas dos últimos anos.
Quando, no início de Junho, o Presidente da República antecipou o anúncio da inauguração desta unidade de produção, o líder da Federação das Cooperativas Agro-pecuárias, Manuel Monteiro, foi citado pela imprensa a afirmar que, naquela altura, os preços dos fertilizantes tinham saído, em Angola, de 300 para 1.200 dólares por tonelada, o que considerou representar complicações para as campanhas.
Sonangol garante
fornecimento de gás
O presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Gaspar
Martins, afirmou que, na associação ao Grupo Opaia para a construção do
Complexo Industrail de Fertilizantes do Soyo, a companhia foi influenciada pela
ligação do projecto ao plano estratégico de monetização do gás natural.
Nessa perspectiva, anunciou Sebastião Gaspar Martins, a Sonangol vai garantir, com base num contrato assinado com o Grupo Opaia, o fornecimento de 76 milhões de pés cúbicos de gás por dia ao futuro complexo industrial de fertilizantes do Soyo, para o que conta com a conclusão da segunda fase do projecto "Falcão”, em construção no Soyo,
"No âmbito da estratégia de monetização do gás natural, a Sonangol celebrou em 2019, um contrato com a Opaia para fornecer à futura fábrica de fertilizantes, cerca de 76 milhões de pés cúbicos de gás por dia, que resultará numa produção de 1,2 milhões de toneladas de ureia granulada por ano”, indicou o responsável.
O presidente do Conselho de Administração do Grupo Opaia, Agostinho Kapaia, realçou a importância do investimento por a evolução geopolítica recente estar a demonstrar que, aos países, não basta ser auto-suficientes na produção de alimentos, devendo sê-lo, também, na independência em meios de produção.
"Angola é um dos países com maior crescimento populacional do mundo, onde se coloca a necessidade de suprimentos alimentares. A instabilidade no Leste da Europa, veio demonstrar que não basta ser-se auto-suficiente na produção alimentar, mas, também, é preciso ser independente no que se refere aos meios de produção”, frisou.
Agostinho Kapaia também destacou a oportunidade do negócio em curso, tanto pelos benefícios esperados pelos investidores, quanto para a comunidade local, pelo facto de a iniciativa gerar 4.700 empregos, sendo 3.500 na fase de construção e 1.500 na fase de operação.
A agricultura, apontou, vai ser o principal sector a beneficiar de fertilizantes a serem produzidos no Soyo, na medida em que, a fábrica vai fornecer com regularidade, 500 mil toneladas de ureia granulada para o mercado nacional.
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