Economia

Sonangol anuncia vendas de USD 3 mil milhões no quarto trimestre de 2022

O volume de petróleo comercializado pela Sonangol, no quarto trimestre de 2022, situou-se em 35,478 milhões de barris, o que resultou em receitas de mais de três mil milhões de dólares, de acordo com dados oficiais compilados pelo Jornal de Angola.

07/02/2023  Última atualização 10H06
Comercialização de petróleo de Outubro a Dezembro © Fotografia por: Edições Novembro
Os números foram avançados pelo presidente da Comissão Executiva da Unidade de Negócio de Trading e Shipping do grupo petrolífero estatal, Luís Manuel, em finais de Janeiro, em declarações retomadas no último número da "news letter” da companhia, divulgado na quinta-feira.

As vendas incluem 14,686 milhões de barris da Sonangol e 20.792 milhões de barris comercializados em nome da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG, a concessionária nacional de hidrocarbonetos), de acordo com Luís Manuel, que reconheceu uma ligeira retracção do volume comercializado face ao terceiro trimestre.

As vendas da Sonangol representaram 16,44 por cento do total exportado por Angola e as da concessionária 23,28, segundo o líder da Unidade de Negócio de Trading e Shipping.

"Nada preocupante”, declarou o presidente da Comissão Executiva, indicando que, de Outubro a Dezembro, o preço médio do Brent, crude de referência para as vendas angolanas, foi de 88,87 dólares por barril, abaixo dos 100,84 dólares por barril registado no trimestre anterior.

A fonte afirmou que o preço das ramas angolanas foi influenciado pela diminuição das margens de refinação, algo atribuído ao estreitamento das margens entre o preço do barril e o dos produtos refinados, que afectou a procura de petróleo bruto a nível global.

Outros factores que influenciaram o preço das ramas angolanas, prosseguiu, foi o impacto da diminuição da procura chinesa devido à manutenção da política "Covid-Zero, naquele período vigente no país Oriental, bem como o aumento da compra, pela Índia e China, de carregamentos da Rússia e América Latina com grandes descontos, antes da implementação do embargo e tecto máximo de preços sobre as ramas russas.

A fraca procura do Ocidente devido à manutenção de algumas refinarias, bem como o aumento  "exponencial” das taxas de frete da África Ocidental para o Extremo Oriente também teve influência sobre o curso do crude angolano, apontou a fonte.

No período em análise, adiantou, as exportações angolanas de petróleo tiveram nove países (10 no terceiro trimestre) como destino, com a China a absorver 49,83 por cento do total, Índia 10,06, Itália 7,56, Espanha 5,04 e Singapura 4,41.

A Malásia, com 3,36 por cento, Brasil (2,73), Portugal (2,54) e Indonésia (2,53) figuram entre os países que absorveram fluxos de petróleo angolano no quarto trimestre do ano passado.

Importação de refinados

Segundo o presidente da Comissão Executiva da Unidade de Negócio de Trading e Shipping da Sonangol, de Outubro a Dezembro a companhia importou 700.757,141 toneladas métricas de combustíveis, o que representa uma redução não quantificada das aquisições no estrangeiro.

Embora Luís Manuel não o tenha declarado, a redução pode estar relacionada com o arranque, em Julho, da Refinaria de Luanda, no fim de um processo de expansão e modernização que permitiu elevar a capacidade de produção de gasolina de 395 mil para 1,580 milhões de litros/dia, o que contribui para uma redução de cerca de 15 por cento da importação anual de combustíveis.

Avaliado em 235 milhões de dólares, o projecto teve início em Junho de 2019 e contou com o suporte técnico da petrolífera italiana ENI, na supervisão da engenharia e construção. Foram criados mais de mil postos de trabalho.

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