O porta-voz da Comissão Negocial do Sindicato dos Trabalhadores Angolanos (CNSTA), Adriano Manuel, disse, sexta-feira, em Luanda, que vão estar reunidos, hoje, para analisar a possibilidade de uma greve geral dos trabalhadores da função pública.
Entre as principais causas para a greve apontou o atraso nas respostas relacionadas com o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) e a falta de criação de iniciativas que, a curto e médio prazos, permitam o trabalhador viver, de forma cómoda, com o valor auferido actualmente.
Ao Jornal de Angola, o sindicalista avançou que a decisão final para a realização da greve vai sair da assembleia a ser realizada hoje, para a qual foram convidados todos os representantes sindicais.
Caso haja consenso, adiantou, as centrais sindicais pretendem paralisar os trabalhos entre os dias 20 e 23 deste mês.
"O objectivo do encontro é esclarecer vários assuntos, em especial o SMN, pois, até ao momento, o Executivo não tem mostrado vontade para efectuar o aumento para 250 mil kwanzas, alegando que depende da condição económica do país, facto que torna a situação mais complicada para os trabalhadores”, alegou.
A contraproposta apresentada pelo Executivo, sublinhou, inclui um aumento na ordem dos 25 por cento do SMN, "mas o facto de não garantir um horizonte temporal coloca em causa essa afirmação”.
Quanto ao alargamento do prazo, para 45 dias, no sentido de se iniciarem novas negociações com o Executivo, sobre as propostas contidas no Caderno Reivindicativo apresentado há seis meses, o porta-voz referiu que a questão está directamente relacionada com o próximo encontro do Conselho Nacional de Concertação Social (CNCS) e em nada afecta as actividades sindicais.
O sindicato, avançou, continua aberto para dialogar com o Executivo e já fez chegar ao Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, instituição que coordena as negociações, a reivindicação com a possibilidade de uma greve nos próximos dias.
Adriano Manuel referiu que o aumento salarial é uma componente importante para inverter a condição social dos trabalhadores da função pública. No passado, disse, o salário mínimo da função pública tinha maior poder de compra.
Uma outra propostas a ser debatida hoje, adiantou, é a da atribuição do subsídio de desemprego, que, até ao momento, não teve a devida atenção.
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