Cultura

Senegal quer mais acervo cultural de Angola no Museu das Civilizações em Dakar

JA Online

Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.

08/12/2023  Última atualização 20H19
© Fotografia por: Cedida
Estes aspectos, sob escopo da diplomacia cultural, foram definidos durante uma importante reunião mantida, na quinta-feira, entre o embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola no Senegal, Adão Pinto, e o director-geral da instituição, o arqueólogo Hamady Bocoum, refere um comunicado de imprensa da Embaixada de Angola no Senegal.

O responsável do Museu, que fez uma incursão sobre o continente africano, especificando Angola, disse que o Senegal tem trabalhado afincadamente para reunir o maior acervo possível de herança da matriz cultural dos países e augurou que as autoridades angolanas enriqueçam o Museu das Civilizações Negras com espólio cultural à Instituição que dirige. 

"Nós no Senegal não temos especificamente um museu nacional, temos, sim, museus do Continente, é este o nosso entendimento sobre o conceito de unicidade dos povos oriundos do berço da humanidade”, referiu o especialista Hamady Bocoum, que se ‘rogou’ profundamente emocionado ao citar uma peça da Rainha Nzinga Mbandi e da profetisa Kimpa Vita, que se encontram expostos no imponente museu numa das galerias de mulheres combatentes pela liberdade de África. 

No encontro, o anfitrião, Hamady Bocoum disse ter ouvido falar de Angola, pela primeira vez aos 14 anos, ainda no tempo da luta pela conquista da liberdade, tendo referindo que o país está inserido numa região estrategicamente influente (SADC) e, por isso, considera de todo importante e necessária a sua forte presença neste museu, localizado no Senegal, um influente país da CEDAO.

Disse que parte da sua missão, enquanto arqueólogo e director da instituição, é trabalhar na continuidade histórica e recriação do berço da humanidade para, culturalmente, educar o "mundo”, sobretudo as novas gerações sobre a historicidade de África. 

O embaixador Adão Pinto, que fez demorada visita guiada ao local, além do reconhecimento e agradecimentos pelo convite formulado para que Angola disponha da oportunidade de estar marcadamente no Museu, reputou de muito importante o encontro, tendo enunciado que o tema ganha, daqui para frente, outra profundidade, pois Angola e Senegal vão avançar para a efectiva materialização da diplomacia cultural através de árduo trabalho conjunto com as autoridades competentes para o aprofundamento das relações culturais.  

Museu das Civilizações Negras, inaugurado em 2018, destaca-se por exibir artefactos, arte e história das civilizações africanas, sendo uma plataforma crucial para a narrativa histórica e cultural do continente, proporcionando uma experiência enriquecedora aos visitantes ao explorar a riqueza e diversidade das civilizações africanas.

As suas peças expostas vêm de várias fontes, incluindo doações, empréstimos de museus ao redor do mundo e coleções adquiridas ou pertencentes ao próprio Senegal.

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