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O líder da oposição, Khalifa Sall, um dos principais candidatos anunciados à presidência do país, apelou a todo o país para "se insurgir" contra o adiamento das eleições, anunciado sábado pelo Presidente da República.
"Todo o Senegal deve insurgir-se. Todas as forças políticas democráticas e a sociedade civil devem unir-se para que esta intenção não se concretize", afirmou o antigo presidente da câmara de Dakar, em conferência de imprensa.
Para Khalifa Sal este adiamento "é inédito" para um país que, segundo ele, era "uma referência em África", constituindo "um golpe de Estado constitucional". Também este sábado, o Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento dos Estados Unidos disse estar "profundamente preocupado" com o anúncio do adiamento indefinido das eleições presidenciais no Senegal e pediu às autoridades que estabeleçam uma nova data "rápida e calmamente".
"Pedimos a todos os participantes no processo eleitoral senegalês que se envolvam pacificamente no importante esforço para estabelecer, rapidamente, uma nova data e condições para uma eleição livre e justa", pode ler-se numa publicação no X (antigo Twitter). Entretanto, o ministro secretário-geral do Governo senegalês, Abdou Latif Coulibaly, apresentou a sua demissão, depois do Chefe de Estado ter anunciado o adiamento indefinido das eleições presidenciais de 25 de Fevereiro.
"Depois de tomar nota com muito cuidado do discurso [do Presidente do Senegal] dirigido ao povo senegalês, tomei a decisão de retirar todas as consequências disto tudo e de deixar o Governo", disse Coulibaly, em comunicado.
No sábado á tarde, o Presidente Macky Saal anunciou ter assinado um decreto que adiava as eleições previstas para o dia 25 deste mês, para uma data não designada por razões que foram completamente esclarecidas.
Oposição no país está dividida
A decisão de adiar as eleições presidenciais no Senegal foi bem recebida, pelo antigo Partido Democrata, no poder, cujo candidato presidencial é Karim Wade, declararam, ontem, os seus apoiantes, citados pela AFP.
Os apoiadores de Wade foram vistos a comemorar o adiamento da eleição presidencial de 25 de Fevereiro pelo Presidente Macky Sall. A decisão surge na sequência, entre outras coisas, da disputa entre o seu candidato e o Conselho Constitucional, acusado de corrupção pelo antigo partido no poder.
"Engrandecemos esta decisão porque é uma decisão que faz justiça. Engrandecemos esta decisão do Presidente da República de adiar as eleições, porque não poderíamos organizar estas eleições sem o irmão Abdou Karim Meïssa Wade, que é o único agente viável e confiável alternativa para o surgimento deste país", disse Franck Daddy Diatta, líder jovem da Jeunesse Liberale. Várias figuras da oposição rejeitaram a decisão do Presidente Macky Sall de adiar as eleições, com pelo menos dois dos 20 candidatos presidenciais a dizer que iriam prosseguir com a sua campanha marcada para começar no domingo. O mandato de Sall está programado para terminar a 2 de Abril. A Lei Eleitoral do Senegal exige um aviso prévio de 80 dias sobre as eleições, o que significa que o primeiro momento em que uma nova votação poderá ocorrer será na última semana de Abril.
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